quinta-feira, 28 de maio de 2009


Quinta-feira da semana passada eu caminhava do SESC do Ajuricaba à Vila Olímpica à passo acelerado quando bati fortemente o joelho direito. Eu estava sem grana para um ônibus, o joelho doía demais e estava mais ou menos na metade do caminho.


Sem outro remédio continuei andando para a Vila Olímpica, que estava a vários quilômetros dali.


Parecia que eu não poderia fazer mais nada o resto do dia, tamanha era a dor. Parecia que o menisco havia quebrado, mas eu sabia que não porque não ouvira o estalo. Pensava na aula de natação mais tarde, no horário que eu chegaria ao trabalho naquela velocidade, na dor desgraçada, nas caretas que eu fazia, nas pessoas me olhando. Acima de tudo isso eu me ouvia gemendo baixinho: era incontrolável.


Mas eu continuei andando. É interessante como a gente faz o que for necessário quando não há outro remédio senão ir em frente.


Uma coisa milagrosa aconteceu, no entanto. Com o passar dos minutos, a dor inicial diminuiu muito e eu ganhei velocidade. Passei a pensar que não chegaria tão tarde, que poderia nadar e, depois de mais algum tempo, já pensava em outras coisas que não tinham nada a ver com o acidente, pois a dor já havia sido esquecida. Como o corpo estava quente e eu não o deixei esfriar, o joelho não doía mais.


Quando finalmente percebi isso tracei um paralelo com os outros problemas que a gente tem na vida. Ao surgir uma dificuldade, imediatamente damos toda atenção a ela sem nem ao menos reparar se não é do tipo que vai se resolver sozinha, o que faz o problema parecer maior do que é. Se eu estivesse na minha mesa de trabalho ao dar essa joelhada, passaria o dia sentindo dor e reclamando, porque antes estava confortável, mas como estava numa situação que exigia atitude imediata, simplesmente segui com o que tinha de fazer, sem me importar com o problema que foi relegado ao segundo plano.


Outra coisa que eu pensei: não é porque você deu uma mancada que não vai conseguir atingir seus objetivos no devido tempo.


Cheguei ao trabalho com apenas cinco minutos de atraso e falando pra todo mundo da joelhada voadora que eu acertei no muro, mas a dor só viria depois de me sentar e relaxar. Falei por falar e ainda ganhai um chocolate amargo da Talita.


Errar é humano, tropeçar é comum. Ser capaz de rir de si mesmo é maturidade - William Arthur Ward

Um comentário:

Anônimo disse...

chocolate amargo faz bem pro coração e talita também,mas tudo isso moderadamento,por que senao enjoa e dá retrocesso no estomago.