terça-feira, 19 de maio de 2009


Este final de semana foi diferente e cheio de altos e baixos. Começou mais cedo também, pois a Adriana, mãe dos meus filhos, foi buscá-los em casa na sexta-feira à tarde.


Eu havia dormido pouco, mas havia terminado o trabalho que deveria ser entregue na sexta-feira com louvor. Havia também, na noite anterior, dado aula sobre o assunto, o que me deixou confiante de uma boa nota e de passar em Experimentação Florestal, matéria que me maltrata há tempos.


Tive de levantar cedo, mas como não fui trabalhar logo para poder verificar coisas em casa, me dei mal: a Mamma me falou umas coisas que me deixaram chateado.


Bobagem, diga-se de passagem, mas na hora eu fiquei muito puto.


Fui pro trabalho pensando no metal pesado que ouvira antes de sair de casa. Uma coisa que me faz canalizar a raiva é o metal. Já cheguei bem melhor, até porque falei com a Talita, de quem gosto muito, além do Perseu, grande Brother. O trabalho mantinha a minha cabeça ocupada e ainda pagaram um almoça para mim.


Logo estava indo de carona para o Amazonas Shopping para de lá ir à faculdade, cortesia da Sister Talita.


O professor Celso demorou um pouco para chegar e isso deixava uns nervosos e outros esperançosos. Sinceramente, eu achava melhor acabar com tudo, sabia que os caras sabiam ao menos o suficiente para passar e que ainda havia a nota dos trabalhos, que eu sabia estarem bons. E o homem acabou chegando, aplicando a prova – que estava fácil – e pegando os trabalhos. Depois dali, estávamos liberados para a rua, sendo que a minha intenção era só voltar pra casa no dia seguinte. Convencemos o Brother Bruno Mena, que depois de formar irá para o Rio de Janeiro para morar, a sair comigo e o Brother Flávio e no caminho pegamos ainda a Sister Melissa, que já é professora da UEA Itacoatiara. Fomos ao Carlão, mais conhecido como Bar do Cabeludo apesar da placa dizer Miros Bar, e bebemos só oito cervejas, o que dá duas garrafas pra cada um e que é bastante pra mim.


Imagine quatro amigos que não se vêem muito, com tempo de sobra, bebendo e contando histórias. Saímos no início da noite e marcamos de voltar lá na próxima sexta-feira pra passar a noite toda, se possível.


O Flávio tinha uma reunião com a banda. Há um baterista novo na parada. Ele precisava pegar os nomes das músicas que a banda já tocava e saber das bandas que a influenciavam. Outras coisas foram acertadas, batemos papo e fui apresentado como fã nº 1 da banda.


Daí fomos comer que já não comíamos há tempos, eu e o Flávio. Batemos mais papo, segredamos alguma coisa e nos mandamos para o Vitrola que haveria aniversário do Ehud Abensur, um dos donos do local (acho) e principal divulgador do que rola por ali.


Levou tempo para o som ao vivo começar. O Bar estava com pouca gente e com tipos mais variados que o costume. Amigos do Ehud, pensei. Vi o irmão dele por lá, que eu conheço só de vista. Logo surgiram Talita, seu gato Felipe e nossa amiga Ioiô.


O Ehud me surpreendeu. Como é vocalista da banda Sarcásticos, que toca Death e Trash Metal e é especializada em Slayer, pensei que veria porrada rolando no palco, mas não: o cara me aparece com uma banda composta por caras mais velhos e que tocava só clássicos, como Smoke on the Water, com algumas músicas romântica incluídas. A Voz do Ehud, mesmo com a gripe que ele foi logo declarando, lembrava a do Joe Cocker, a parada ficou muito legal, mesmo com os moleques gritando TOCA SLAAAAAEYR a cada final de som que eles tiravam. E tudo isso de graça, que era aniversário do homem. Como estávamos todos muito cansados e os clássicos começaram a ficar extremamente obscuros, saímos fora com uma hora de show. Cada um foi pra sua casa dormir se sentindo muito bem.


Sábado à noite aconteceria o jantar de noivado do Irmão Rômulo, com convidados especiais de Santarém/Pará. Passamos a manhã em casa, mas saíamos brevemente para comprar coisas ou buscar algo. A festa seria na casa da Nailza, sua noiva, a mesma casa do Conjunto Santos Dummont que eu fiquei olhando enquanto eles viajaram para Margarita.


Passei a manhã e parte da tarde discutindo com a Mamma. Eu explico: a gente está passando por um momento difícil, razões diferentes, e dois nervosos e intransigentes juntos normalmente resulta em impasse com discussão.


No almoço o Irmão Rafael, que têm tido bons resultados na cozinha, resolveu fazer Frango ao Curry se utilizando do paladar superior da empregada Bruna para calibrar o tempero. Estava ótimo. Foi a primeira vez que provei tal prato e recomendo.


Na festa estávamos mais tranqüilos, mas Mamma não gostou de saber que eu bebia. Lá virei copos de cerveja e vinho, fiquei feliz pelos noivos, brinquei com as crianças e me apresentei pra quase todo mundo. Comi lasanha, mas havia ainda arroz e vatapá. Para a sobremesa havia creme de cupuaçu e torta doce de abacaxi com coco e chantili.


Chorei emocionado ao ouvir o meu irmão Rômulo pedir a mão da Nailza em casa casamento ou seu pai, como se fazia tradicionalmente uns quinhentos anos atrás. Só eu chorei, aliás. No casamento, que será doze de maio do ano que vem no Dia dos Namorados e comigo como padrinho, irei me debulhar em lágrimas. Sou padrinho de outro casamento e nunca aconteceu isso.


Fiquei feliz mesmo, ó? Me prometi não brigar mais com a Mamma, até porque ela meio que tentou continuar a discutir comigo lá na festa....


Chegamos cedo em casa. Dez e meia da noite, mas já havíamos bebido e comido, no outro dia eu e o Irmão Rafael teríamos compromissos que requeriam a nossa presença e essas coisas. O pior é que não fomos dormir cedo, pois estávamos descansados e não de todo bêbados. Pior, tive insônia e consegui dormir lá pras três e meia de domingo.


Levantei às sete da manhã no outro dia, lamentando muito ter de me mover. Não havia ressaca, mas eu queria dormir e estava com sono, finalmente. Ainda assim, lembrava do compromisso que tinha com a Sister Ália, que queria me levar pra conhecer um pessoal e para passar um tempo junto comigo. A Ália, que eu não via há muito tempo, foi muito presente no período depois que eu completei vinte anos e antes dela casar. Sou, inclusive, compadre de casamento dela. Eu já havia desmarcado antes com ela e dessa vez não podia passar.


O Irmão Rafael me chamou para um café-da-manhã no Centro, mas eu reneguei. Com o passar do tempo, foi ficando claro que a Ália não apareceria e eu liguei pra ela depois de me tocar – surpresa – que eu não havia marcado o horário. Por incrível que pareça me lembrava de ser de manhã o nosso passei porque da última vez fora assim. Falei com ela que me mandou voltar a dormir, mas não adiantava: depois que eu acordo pra valer nada me faz voltar a dormir. “Vai pro café-da-manhã com o Rafael”, mas não rolava devido o adiantado das horas e a situação de ônibus na cidade.


Liguei pra ela umas três vezes. Na primeira havia ficado patente que o horário da palestra que assistiríamos era no meio da tarde e que isso desmarcaria o horário de buscar as crianças e o aniversário da Brutal Exuberância no Bar do Carlão, mas depois da terceira ligação eu resolvi que tinha mesmo de ir com a minha amiga de tanto tempo.


Destaque para a reação do Flávio. Ao ligar pro cara e dizer que iria pra outro canto e que por isso não iria ao Carlão, com a voz meio esquisita de cansaço por falta de sono, deixei ele meio preocupado, que me ligou alguns minutos depois para me perguntar se eu estava chateado com ele por alguma coisa...


Eu disse “claro que não, você é meu amigo e não há motivos pra gente brigar, na noite anterior estávamos nos abrindo um com o outro e no dia em que eu tiver qualquer problema contigo vou logo te dizendo, Brother”. Depois disso, tive de explicar pra ele exatamente o que estava acontecendo para não deixar sombra de dúvida em seu coração.


Fiz um bom café-da-manhã, pensando no que eu perdi. Aproveitei para fazer pra Mamma também, numa oferta de paz. Ela dormia enquanto eu fritava ovos, misturava café e leite, separava cereal Crunch, adicionava banana à equação, cortava pães... tudo ao som de Rammstein. Ela terminou comendo lá no quarto dela mesmo, pois não teve coragem de se levantar da cama. Pela manhã as pernas dela doem bem mais que o normal.


Terminei passando tempo demais no computador e não almocei. Estava trabalhando numa imagem retirada de um quadrinho para usar o bonequinho no lugar do antigo que ocupa o lugar da minha foto no Orkut, Twitter e mesmo no meu perfil por aqui. Se você ainda não olhou, procure lá embaixo da coluna da direita. Prefiro o termo bonequinho a avatar, pois esse último me lembra a Lenda de Aang, que eu gosto, mas que não me lembra ícone.


Além de mexer no bonequinho, olhei e atualizei os lugares aonde ele aparece, daí comi uma banana e bebi um suco para poder sair sem morrer de fome. Buzinaram. Era a Ália com mãe do lado e eu nem estava pronto. Vesti a roupa em menos de três minutos e saí sem falar com a Mamma que dormia o sono dos justos.


Eu estava indo para uma reunião da Herbalife. Preferia que a maior parte das pessoas ficassem sem saber. Essa empresa é realmente competente, mas foi vilipendiada de verdade no Brasil. Muitos a identificam com coisas como as pirâmides, em que para o pessoal do topo ganhar dinheiro precisa arrumar gente para trabalhar pra elas. Eu sabia que não era isso, mas para ser sincero não sabia muito e sou um cara curioso sobre muitas coisas. Papai havia me ensinado que para poder falar mal de alguma coisa você tem de conhecer ou experimentar. Eu estava indo conhecer, experimentar ficaria para um outro dia.


Além disso, a palestra era presidida por um cara que iria me explicar o que a maior parte dos vendedores da Herbalife não explica pra ninguém: como funcionam os produtos? Pode perguntar pra um deles que você vai ouvir no máximo uma descrição do que o produto faz ou como se toma o shake, mas não de como funciona.


Chegamos um pouco adiantados ao local. O evento estava previsto para começar às quinze horas. Conversei longamente com a mãe da Ália, que me contou pelo que a minha amiga vinha passando desde que deixamos de nos ver. Em resumo, ela havia viajado com o segundo marido para outra cidade, teve uma filhinha e retornou sozinha. Não estão muito bem, mas aparentemente ainda são um casal.


A reunião começou parecida com coisa da Igreja Carismática e eu, não sei fingir numa hora dessas, fiquei logo chateado e cônscio de que devia estar com cara de chato. As pessoas batiam palmas ao som de “Simply the Best”, o que eu achei de extremo mau gosto, viradas de frente para os que entravam. Quando se está chateado, tudo o que você quer é olhar pra nuca de quem está à frente e esperar que tudo se acabe, mas não dava, pois a pessoa da frente estava de pé, dançando, te olhando e só se sentaria depois da música acabar.


Ledo engano! Sentaram depois de entrar a última pessoa e a música da Tina Turner tocou duas vezes... O pior é que havia uma mulher fazendo a apresentação e que não sabia apresentar, o que a levava a repetir muitas e muitas vezes a expressão “fora de controle” em várias situações diferentes. “Comecem logo a palestra, porra!” eu pensava.


Quer ver um nerd chateado? Mande ele desmarcar tudo para ir à uma aula, faça ele se interessar pela matéria e na hora ponha um monte de gente fazendo papagaiada na sua frente e mandando se levantar, bater palmas, dançar, gritar e puxar o saco do palestrante quando este entrar. E ela os fez ensaiarem isso!


Logo antes da palestra começar passaram um filme com o Presidente Fundador da Herbalife, o cara que é conhecido por começar uma empresa com cinqüenta clientes e em vinte anos estar em mais de cinqüenta países. Agora são mais de setenta países o faturamento este ano deverá ser algo por volta de cinco bilhões de dólares, mas o que me chamou a atenção foi o Mark Hughes dizer no vídeo mais ou menos “eu NÃO QUERO que os vendedores saibam como funciona o produto ou o princípio ativo dele, eu quero que ele faça o comprador provar e ver que funciona”.


Medo. Se o Presidente era assim, todos deveriam ser, né? Né não! O cara fez a melhor palestra que eu já vi. Era um grande conhecedor e um curioso como eu, que chegou mesmo a viajar até os laboratórios nos EUA para poder manjar todo o processo. Ele segue a ideologia da boa alimentação, exercícios e complementação alimentar e era um cara muito engraçado. Era cearense, mas como era muito viajado não tinha o sotaque, só as expressões alienígenas, como “tem Zé!”, que significa em bom amazonês “nem com nojo!”.


Quando ele chegou me deixou alarmado porque várias pessoas, inclusive a minha amiga Ália, foram até ele para pegar autógrafo. Muitas mesmo, quase que a totalidades dos presentes no local, e o homem não se fez de rogado, assinando tudo sorrindo muito, mas ele se mostrou um cara competente e profundo conhecedor de biologia. Ele nos disse um bocado de coisas que eu sabia e outras que eu não sabia sobre saúde e alimentação, mas o que ele me ensinou mesmo está contido na expressão “A informação que você não tem pode estar lhe prejudicando”. Como eu sempre digo, informação é poder e é por isso que os poderosos procuram controlar a informação.


Lá me mandaram olhar o site da Herbalife, mas como não pretendo me tornar vendedor e apesar de querer uns dois produtos e ainda que a Mamma experimente, fui olhar fontes que confio e não têm a ver com a Herbalife, pois a Herbalife jamais falaria mal dela mesma. Foi assim que eu descobri, por exemplo, que o Mark Hughes, o fundador, não só estava morto (eles agem como se ele estivesse sempre presente nas apresentações) como havia falecido de overdose de álcool e anti-depressivos.


A Herbalife afirma que o stress pode ser controlado com seus produtos, mas se o Mark tivesse usando isso ou ao menos seguindo a filosofia de vida saudável que tanto difundiu, não haveria morrido em decorrência de drogas. Acredito que se a pessoa segue o estilo de vida que eles pregam de praticar exercícios, comer bem e fazer suplementação alimentar, muito de seu stress e angústia existencial irão sumir e pode até ser que o cara jamais volte a ter depressão. Vou mesmo tomar alguma coisa da Herbalife algum dia, mas não dá para saber se é realmente o melhor produto. Qualquer empresa que tem dinheiro demais pode comprar o título de melhor. Mas acredito que funciona.


Afinal agora eu sei como funciona, né?


Cheguei em casa tarde pra buscar as crianças. A palestra durou três horas e meia. Foi muito boa, mas se estendeu um pouco. Saí de lá com idéias para o novo blog ambiental que surgirá em breve. Já encontrei o Papai em casa e, depois de pegarmos meus meio-irmãos Bruna e Fábio, fomos ao São José para catar meus filhos Luiz Felipe e Luan Henrique. Depois de chegarmos e conversarmos com todos, os pus para dormir e dormi junto, pouco antes das vinte e duas horas, ainda sem almoço e só um copo de Nescau no estômago. Acordei às quatro e quarenta e cinco da manhã e pensei que seria melhor continuar dormindo, que comeria pela manhã.


Me levantei às sete muito bem descansado e fiz um pic-nic para eles, mas eu e a empregada comemos junto. Eu comi mais que todo mundo e mais o que os meninos deixaram pra trás. No almoço um resto de Frango ao Curry. Passei o resto do dia bem alimentado e descansado. Que venha o outro final de semana.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seu fim de semana foi bom mesmo,post gigantesco.Não vou mentir e dizer que li tudo,li boa parte.
E Ahhh eu também choraria com uma coisa dessas,espero que um dia isso aconteca comigo,quero ser pedida em casamento do modo tradicional e quero tudo nos conformes hunf.É o meu sonho,e quando for se concretizar tem que ser perfeito.Fico feliz pelo seu irmao,apesar de não conhece-lo tanto assim,mas é bom saber que hoje em dia,isso ainda acontece.
Beijos Dinho.