segunda-feira, 29 de abril de 2013



Isso é parte de um roteiro que eu gostaria de ver tornar-se um filme. Vou parar um pouco de fazer os contos e passara desenvolver essa história aqui, semanalmente, sempre às segundas-feiras.


JUÍZO FINAL

Parte 1º - Despertar Em Um Pesadelo.

"Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.” João 5:28-29

Luiz acordou no chão. Teve um sobressalto quando percebeu que estava numa casa desconhecida, cercado de estranhos. Sequer podia dizer se era dia ou noite, visto que grossas cortinas cobriam as janelas. As pessoas à sua volta, no entanto, pareciam pacatas, ainda que estivessem ansiosas. Era uma família, provavelmente. O homem era branco e quase que totalmente careca em cima da cabeça, com uma farta barba castanha com uma mancha grisalha no meio. Bem diferente do resto da família, duas meninas, uma mulher e uma velha, caboclos típicos de Manaus.

O homem estendeu a mão para lhe tranqüilizar, sem tocá-lo.

- Me chamo Ismael. Você está em nossa casa. Está bem?
- Como vim parar aqui? O que aconteceu?
- Você sofreu um acidente bem em nossa frente e te trouxemos pra casa quando tudo começou. Você esteve dormindo por quase um dia inteiro.
- Não lembro de nada.
- Fale baixo, por favor. Eles estão lá fora.
- Eles quem?

A família se entreolhou.

- Quer dizer que você não sabe o que está acontecendo lá na rua?

Luiz franziu o cenho e fez que não com a cabeça. Olhou mais uma vez para as janelas cobertas. Poderia ser qualquer hora lá fora. Se deu conta de que sua cabeça doía e de algo mais... um cheiro ruim, mas de quê?

Voltou a olhar para Ismael. Ele estava olhando apreensivo para a esposa, ela com as mãos nas dele. O homem olhou para Luiz e disse sem rodeios “os mortos se ergueram para se alimentar dos vivos!”

“Que?” Foi a resposta.

A mulher tomou a palavra. Ela falava com olhos esbugalhados, se inclinando pra frente no sofá. Luiz, que estava no chão, recuou um pouco.

Quem morre não continua morto! Quem morreu faz tempo não volta, mas quem morre volta rapidinho, fazendo “uuuUUUUUuuu” e com as mão querendo te pegar! Pior que visage!

“Pelo menos sei que estou em Manaus com todo esse amazonês”, pensou Luiz. Ismael pôs a mão no braço da esposa para tomar a palavra.

- Temos que ficar quietos, pois eles não nos incomodam. Os vizinhos tentaram bloquear as janelas com tábuas e os martelos batendo atraíram uma multidão de mortos-vivos.
- Não podem ser mortos-vivos! Deve ser outra coisa!
- Vou te mostrar.

Ismael seguiu por uma escada em caracol que dava acesso aos quartos no andar de cima. Luiz o seguiu. Lá em cima, além de dois quartos, havia uma espécie de sala que servia de varanda e acesso aos dois quartos. A vista estava bloqueada por uma grande lona verde escura. Ismael se aproximou lentamente, indicando um pequeno furo na lona.

O visitante olhou.

Num primeiro momento ele viu uma rua apinhada de gente, todos convergindo para o vizinho da direita, mas aí percebeu que as pessoas estavam muito, muito estropiadas. Não era como nos filmes ruins que assistia com o irmão mais velho, em que os mortos tinham a pele solta na cara ou dentes enormes e quadrados. Eles eram muito diversos! Viu um homem andando com os intestinos esbranquiçados pendurados como um avental na frente das pernas. Havia uma espécie de esqueleto andando com pouquíssimos músculos e de crânio completamente descarnado, exceto pelos olhos e língua que ainda estavam lá. Viu uma senhora finamente vestida de rosto enegrecido por algo que parecia ser um enorme hematoma. Ao lado dela estava uma jovem alta de óculos escuros comendo uma grande perna de cachorro. Do outro lado da rua estava um homem de terno parcialmente queimado, com a pele da face encolhida, rasgada e chamuscada, os raros cabelos todos de pé, de boca escancarada e com um olho torto. Havia um outro homem praticamente inteiro, exceto que lhe faltava um terço do rosto. Viu crianças, velhos, homens e mulheres. A maioria tinha feridas terríveis no rosto e nos braços, muitos tinham as barrigas abertas, com ou sem vísceras. Todos tinham o no rosto uma expressão de dor e tristeza. Os olhos eram baços, mas não eram esbranquiçados como nos filmes.

Logo presumiu que a doença que os transformou em monstros similares aos vistos no cinema não deveria ser como no cinema, mas não iria se arriscar.

- Como foi que isso aconteceu?
- Não sei. Ontem eles começaram a aparecer em toda a cidade, mais ou menos ao mesmo tempo. Apareceram nos jornais logo cedo e daí houve um engarrafamento monstro quando os mortos começaram a atacar os motoristas indo pro trabalho. Os motoristas se tornaram monstros também e daí o problema aumentou rapidamente.
- Mas mortos-vivos!? Isso não pode ser!
- Você acabou de ver!
- Sim, mas deve ser outra coisa! Deve ser uma doença! Eles não podem estar mortos e vivos ao mesmo tempo!
- Amigo, por favor fale baixo, sim? Te salvei de ser comigo vivo lá fora. São muito parecidos com mortos-vivos, com as tripas penduradas, carne e sangue faltando, porque não chamar de mortos-vivos? Vou chamar de monstros, está bem?
- Isso parece pior que mortos-vivos. O que foi que aconteceu comigo?
- Um carro bateu porque o motorista lutava com um dos “monstros”, daí uma roda se soltou, rolou pela rua, bateu no meio-fio, subiu alto e caiu na sua cabeça.
- Não lembro de nada disso.
- Deve ser da pancada.

Luiz se conformou e agradeceu mui respeitosamente ao homem que lhe salvou a vida. Não tinha dúvidas de que esse paulista (parecia paulista, ao menos) lhe salvara. Resolveu que chamaria os doentes de “infectados”. Todos os infectados pareciam ter sido parcialmente devorados. Não sabia como a doença deles funcionava, mas sabia que seria morto se ainda estivesse nas ruas. Era um sobrevivente improvável, fora de forma e sem qualquer habilidade em combates, todo exercício que fazia se resumia a ocasionalmente subir uma escada no trabalho, onde passava até oito horas sentado.

Os dias foram passando. Arrumaram um lugar na sala mesmo para servir de quarto para o pobre homem resgatado. Nesse meio tempo, descobrira que estava na Cidade Nova, não muito longe do DB. Luiz vez em quando subia para observar os infectados. Notou que uma vez interessados em algo – como na casa do visinho da direita – nunca a deixavam de lado. Imaginou que essa informação deveria ser útil em dias futuros, pois a comida estava acabando.

Logo teriam de ir às compras.



CONTINUA SEMANA QUE VEM.

sexta-feira, 26 de abril de 2013



Esta é uma aventura para o RPG All Flesh Must Be Eaten baseada no filme Demons de Lamberto Bave e Dario Argento. Nesta época se fazia muitos filmes de terror similares aos filmes de zumbis que tempos hoje, tanto com zumbis quanto com outros monstros de características similares, antes que George Romero nos desse o formato usual dos filmes de mortos vivos.

Em uma estação de metrô silenciosa e gigante da Itália, em diversos pontos diferentes, um homem vestido como cyberpunk e com uma máscara de fantasma da ópera que mal pode esconder sua face deformada – pelo que parece – um acidente com fogo, persegue os jogadores, um a um, apenas para lhes entregar um ingresso de uma premiere. Não fica claro pelo ingresso que tipo de filme é e nem o homem misterioso fala. Ele e apenas estende o ingresso, olhando fixamente para você, até que pegue o ingresso, afastando-se em seguida.

Mais uma coisa: a história se passa no início dos anos 80.

O nome do cinema é Metropol. Lá dentro há outras pessoas que igualmente receberam o ingresso estranho. Ainda não dá pra saber sobre o que é o filme. Além de vários pôsteres de bandas de rock e de filmes antigos, há uma moto real com um manequim nela vestido de cavaleiro medieval segurando uma espada samurai numa mão e uma máscara demoníaca na outra. A espada está afiada e a moto tem gasolina e as chaves estão na ignição.

Katana – Dano: ((1D10 x força) – armadura) x 2 se usada com uma mão ou ((1D10 x (força + 1)) – armadura) x 2 se usada com duas mãos. Depois de acertar o ataque, role o dado de 10 faces (1D10) e multiplique pela força ou força mais um, se usada uma ou duas mãos respectivamente. Subtraia a armadura ou proteção que a vítima tiver do resultado e multiplique a diferença por dois. O dano é perfurante ou cortante.

O pessoal que está lá é muito diversificado. Há um casal de meia-idade, um casal de jovens e diversos grupos de amigos. Quem mais chama atenção, no entanto é um cafetão acompanhado de suas duas putas. Uma delas põe a máscara demoníaca e brinca perguntando se está sexy. Se os jogadores seguirem olhando, verão que ela se corta no rosto com a máscara. O fato é que, pelo jeito barra-pesada do cafetão (alto, negro, cabeça raspada, barba estilosa e ricamente vestido) além do escândalo das duas, que riem muito alto e são vulgares demais, todos procuram olhar pro outro lado.

O filme é de terror. Automaticamente algumas pessoas – mulheres na maioria – fazem uma exclamação de desapontamento e desgosto, mas ninguém vai embora. Aparentemente, a única funcionária é uma garota muito branca, cabeluda e magra que recebe os ingressos e agora é a lanterninha.

O filme mostra dois casais chegando de moto num mausoléu e invadindo para procurar o túmulo de Nostradamus. No filme, encontram um livro de Nostradamus, que diz algo como "eles farão dos cemitérios suas catedrais e das tumbas suas cidades". Enquanto um deles lê isso, outro pega uma máscara similar à que se encontra no saguão do cinema e brinca com ela no rosto, até que se corta.

Enquanto isso as vagabundas não param de rir, fumar e fazer todo o tipo de papagaiada como se não houvesse mais ninguém no cinema. Ninguém reclama em voz alta, mas os jogadores podem ouvir o senhor de meia-idade reclamar antes de ser interrompido pela esposa.

Uma das vadias vai embora. A que se cortou. Ela não volta passados muitos minutos de abençoado silêncio e sua colega vai lhe buscar. Todos podem ouvir o homem que está com ela dizer "vê se não desaparece também" com voz divertida, enquanto dá uma sonora palmada na bunda da mulher.

Passado mais algum tempo, o filme mostra que o homem arranhado pela máscara se torna um zumbi assassino com sede de sangue, que mata seus amigos um a um com uma faca. Nesse momento, quem passar por um teste de percepção vai perceber que há grito POR TRÁS da tela. Percebendo ou não, depois de algum tempo a segunda puta que foi atrás da primeira rasga a tela gritando e cai de cara no chão com grandes cortes no pesco, como se um leopardo a tivesse atacado. Ela morre logo, enquanto o cafetão corre ao seu encontro atraindo numa pequena multidão, dizendo que é "uma amiga" e que deve haver algum louco ali. Quase todos começam a gritar e a correr por todos os lados, mas alguns retardatários percebem que a "menina" está se mexendo. O povo retorna para perguntar a ela quem fez isso, mas aí reparam que ela tem os olhos vermelhos, está gemendo com voz de homem e que suas unhas e dentes caem enquanto garras e dentes novos surgem em seu lugar. Parece estar doendo muito! No filme acontece EXATAMENTE a mesma coisa com um dos homens assassinados pelo primeiro monstro.

A partir daqui você tem de conduzir o jogo de maneira a não deixar ninguém em paz por muito tempo. O cafetão  é um líder natural e não perde tempo obrigando as pessoas a segui-lo, mas quem seguir vai viver mais (aparentemente). Sair não é possível, pois paredes surgiram por trás das portas como se por mágica e ninguém achará saídas de emergência.

Pois é: há muitos prédios antigos nessa época que ainda não haviam sido adaptados com isso de saída de emergência. Havia também prédios com arquiteturas estranhas, feitas para confundir. Esse parece ser o caso.

Os monstros são demônios possuindo corpos humanos alterados para causar mais danos. São terrivelmente sádicos, de maneira que nem todos serão mortos, mas torturados terrivelmente ou desmembrados, mas todos os arranhados, mordidos ou que possuírem feridas cobertas com o sangue dos demônios irá se tornar um. A cada transformação que os jogadores observarem descreva algo diferente, como línguas se projetando longamente, além de muita gosma verde escorrendo no lugar do sangue. A gosma parece catarro. Eles são duas ou três vezes mais fortes que o normal, o que lhes possibilita feitos como grandes saltos, arrancar couro cabeludo com um puxão, e arremessar pessoas. No geral, são como zumbis, pois não se defendem de ataques, só morrem se destruídas as cabeças e são altamente contagiosos.

Em termos de jogo, podemos dizer que os demônios são como os vrykolokas, os vampiros clássicos da Grécia mostrados no livro Atlas of the Walking Dead, página 86, um dos livros de apoio do RPG All Flesh Must Be Eaten. As modificações principais são referentes ao fato de que os poderes metafísicos e a mente dos vrykolokas estão ausentes nos demônios. Os demônios também não têm fraqueza específica.


DEMÔNIOS
Força: 4
Constituição: 2
Destreza: 1
Inteligência: 0
Percepção: 2
Força de vontade: 2
Pontos mortos: 15
Velocidade: 2
Pontos de fadiga: não aplicável
Essência: 12
Luta: 2
Ataque: mordida 1D4 x 2 ou arranhão 1D6 x força cortante
Fraqueza: corpo todo
Peso: normal
Força: forte como um touro [5]
Sentidos: normal
Necessidade de alimentação: não aplicável
Inteligência: burro como uma porta
Contágio: mordida, arranhão e contato prolongado com os fluidos
Bônus: Pegada de ferro [1], salto [3], visão noturna [2], dentes [4], garras [8]

Pegada de ferro – Uma vez tendo agarrado uma vítima com a mão, não soltará a menos que se cortem os dedos, mesmo amputada a mão continuará agarrando com força 10
Salto – Pode saltar 2 metros de altura ou 4 metros à frente
Visão noturna – Enxerga à noite porque seus olhos captam mais luz do que os olhos humanos
Dentes – Os dentes são como os dos crocodilos, que não são bons para mastigas, mas que impede a vítima de escapar e são bons para perfurar
Garras – 1D6 x força de dano cortante perfurador de armadura

Várias coisas horríveis acontecem ao longo do filme que você deveria usar no seu jogo. Outras coisas podem ser inventadas baseando-se nisso como exemplo de coisas que os monstros fazem. Nenhuma é obrigada. Sempre pergunte o que os jogadores fazem frente a esses acontecimentos e carregue na dramatização. Abaixo exemplos.

- Um homem é jogado de uma espécie de arquibancada com alguns acentos especiais em meio aos jogadores. Ele está enforcado e a corda que enlaça seu pescoço o pára antes de atingir o solo. Já está morto, mas não apresenta outros ferimentos além de fortes na boca causados pelos próprios dentes.
- Esse mesmo enforcado vai voltar como demônio mais tarde, escalando a corda, se agarrando com alguém e saltando de volta para ficar pendurado e comer melhor sua vítima, que gritará o tempo todo. O monstro não tem pressa em matar o coitado que está comendo.
- O cafetão vai tentar destruir o projetor de filme com uma pequena multidão ao seu lado. Se os personagens dos jogadores o seguirem, descobrirão que é tudo automático, que nunca houve qualquer pessoa por lá com eles. Isso dará a certeza de que estão numa ratoeira! Pânico generalizado enquanto o cafetão grita "quebrem tudo".
- Numa das salas de cinema um cego anda sozinho. Sua bengala está ao chão e seus olhos foram arrancados, com lágrimas de sangue escorrendo dos olhos. Ele diz que é o cinema que está amaldiçoado e que não é o filme que faz virar monstro. Aos seus pés está o cadáver de sua sobrinha, uma linda loira de olhos verdes elegantemente vestida, com marcas de enforcamento por corda no pescoço e profundos cortes na face esquerda. O cafetão quer jogá-la para um nível abaixo (que essa sala de cinema é elevada), mas o cego chora e se joga em cima dele dizendo "ela já está morta, nos deixe em paz", ao que ele responde "como sabe que não vai se tornar uma dessas coisas?"

Há várias salas de cinema. É possível visitar todas, bloquear entradas e essas coisas, mas não se pode manter os monstros de foram muito tempo. Mesmo as barricadas serão rompidas em algumas horas, quando os NPCs pensarem ter ouvido ajuda chegando (que são, na verdade, mais monstros). O cafetão deve morrer ajudando bloquear uma das salas, com um dos demônios lhe mordendo a canela, o que vai obrigar as pessoas a lidar com ele.

As salas de cinema têm portas pesadas e cadeiras de madeira pregadas no chão, mas que sairão do lugar com uns dois pisões bem-dados.

Qualquer história de zumbi tem de começar na manha, com monstros suficientes para que as pessoas possam lidar e ir piorando com o tempo. Se os personagens com seguirem matar o demônio que saiu das telas pode ter uma falsa sensação de segurança, mas lembre-se de que há um monstro original e várias outras salas de cinema. Mantenha os monstros aparecendo sempre, dando algum tempo para os personagens pensarem num plano e tentarem enfrentar os desgraçados transformados, jogando um monstro selvagem em meio a eles logo em seguida. Você não precisa de muita desculpa e nem se preste a dar explicações, o negócio é manter a ação rolando. Se alguma explicação for necessária, dê uma resposta evasiva rápida à pessoa que pergunta e pergunte ao próximo jogador "e o que você faz?" Vou dar alguns exemplos.

Perguntador: A gente bloqueou as portas, como é  que eles apareceram debaixo das cadeiras?
Você: Sei lá, uma das pessoas devia estar contaminadas e ficou por ali na hora de empilhar as cadeiras. (Vira pra outro) e o que você faz?

Perguntador: Ele acabou de morrer! Eu vi! Como pode andar de novo?
Você: Sei lá, é  um demônio maligno, podia estar só fingindo o tempo todo para te surpreender. (Vira pra outro) e o que você faz?

Perguntador: Um cara do meu lado virou bicho? Quando foi que ele entrou em contato com os demônios?
Você: Você não estava o tempo todo do lado dele em toda essa confusão, né? (Vira pra outro) e o que você faz?

Medo e ignorância, ignorância e medo.

Outra coisa que deves lembrar sempre é que isso é uma armadilha feita para todos morrerem. Mesmo a garota que trabalha lá não sabe de nada e está tão assustada quanto vocês. Os planos dos personagens não devem dar certo e não se espera que todos sobrevivam. Na verdade, eu diria que se todos os personagens dos jogadores sobreviverem você fez alguma coisa errada...

Mas há um motivo para que tudo dê errado pra eles, é que você mesmo vai terminar por mostrar a saída para eles. Depois de explorarem todo o cinema, tentarem derrubar as paredes, sair pela saída de ar, tentarem matar todos os monstros... e tudo der terrivelmente errado, com NPCs morrendo o tempo todo, quando só restarem praticamente os personagens dos jogadores e um casal de NPCs, faça um helicóptero furar o teto do cinema. Há dois mortos lá, mas eles não se transformarão. Os demônios continuam vindo, mas o NPC deverá convocar todos para dentro do helicóptero de hélices retorcidas para dar partida no troço o fazer as tripas dos monstros que se aproximam voarem por todos os lados (mas não nos jogadores). Lá dentro há um lança arpão e um gancho, que podem ser utilizados para sair pelo teto, sendo que o próprio helicóptero tem uma espécie de guincho que pode içá-los para fora dali.

Não acabou. Lá em cima há o punk que entregou os ingressos e ele tentará jogar um NPC para dentro do cinema. Se enfrentado, mostrará pouca habilidade de luta e sequer está armado. O débil mental não tinha um plano: só foi até lá achando que mataria a todos na base do empurrão.

Antes mesmo de descerem do prédio faça um teste de percepção fácil. Os que passarem perceberão um som diferente vindo da cidade, como o som de muitas vozes gritando juntas. Ao olharem para as janelas de prédios próximos, verão que há demônios matando pessoas em várias janelas. Ao olhar para as ruas, poderão ver vários incêndios. Ficar no prédio não é opção, pois os monstros são fortes o suficiente para escalar.

Podem descer para as ruas por uma escada de acesso ao lado do Metropol, mas aí terão de começar a correr. Faça com que sejam perseguidos por algum tempo, mas só precisam correr u pouco mais. Mostre a eles que precisam continuar, que não há onde se esconder e que parar significa um destino pior que a morte.

Quando perderem as esperanças ou acabarem exaustos (vá comendo pontos de fadiga, os EPS da ficha de personagem) faça um jipe com uma família fortemente armada cruzar seu caminho. O pai está no volante (branco, careca e barbudo) diz "pulem pra dentro". Ao seu lado há uma adolescente muito bonita, loura de olhos claros, com uma Magnum .44 nas mãos, olhando sempre à frente, bem como um garoto de uns 11 anos com um fuzil grande demais para ele segurando um sanduíche de presunto com os dentes. O velho explica que vão para o campo, onde podem iniciar uma nova vida. O garoto mostra uma sacola com muitas armas e munição no banco de trás, onde estão os personagens dos jogadores. Lá se pode ver facas, facões, sub-metralhadoras, granadas...

Com um plano, uma rota de fuga, armas e um destino seguro nossa história termina por aqui. Até a próxima, pessoal.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Indicação de site da semana: 9gag.com

O 9GAG é um dos maiores sites de imagens da Internet! É incrivelmente diversificado e tem uma boa forma de se ver as imagens. Você só tem de ir rolando a página para baixo que ela vai se desenrolado continuamente... para sempre!

Você também pode procurar através de um buscados na parte superior da página, digitando uma palavra específica, como poster

Abaixo algumas imagens que encontrei por lá. Caso interessar possa, visite 9gag.com


 

 
Post scriptum: o do Tarantino só quem viu os filmes entende!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Recebi isso por e-mail. Não estou ganhando nada com isso, divulgo porque a educação à distância é válida, minha esposa tem alguns cursos assim realizados e ainda faço um desses. Clicando no link lááá embaixo, no entanto, além de poder participar desse tipo de educação boa e barata, estará ajudando a minha Bonitona.

 

Educação a Distância - 10 Motivos para Estudar

Motivo 1 Rápido e Prático motivo 1
Fazer Cursos Online é uma forma rápida e prática de aprender. É possível iniciar um curso em qualquer dia, não é necessário apresentar documentos ou participar de processos burocráticos para iniciar as aulas.
     
Motivo 1 Valores Acessíveis motivo 2
Nossos cursos variam entre R$ 20,00 e R$ 75,00. Um treinamento parecido em outras instituições pode custar mais de R$ 500,00. Nossa eficiência e alto volume de alunos possibilitam oferecer cursos de alta qualidade por valores reduzidos. Além disso, não há nenhuma cobrança de mensalidade em nossos cursos, eles são pagos uma única vez.
     
Motivo 1 Flexibilidade motivo 3
O processo é totalmente flexível: Flexibilidade de Local, Flexibilidade de Horário, Flexibilidade de Duração do Curso. Estude de onde preferir, da sua casa, trabalho, faculdade, lan-house ou de qualquer computador, faça nos seus horários disponíveis e conclua os cursos em quanto tempo desejar. Tudo é feito de acordo com seu ritmo, sem compromisso com prazos e horários fixos.
     
Motivo 1 Não necessita se locomover motivo 4
Fazendo nossos Cursos Online você não gasta com locomoção até uma escola presencial, não perde tempo no trânsito. Isso significa mais tempo livre para estudar, resultando em um melhor aproveitamento.
     
Motivo 1 Banco de Currículos motivo 5
Diversas empresas contatam-nos e solicitam indicações de alunos para vagas de emprego. Ao estudar conosco, você pode incluir seu currículo no Banco de Currículos e ser indicado para vagas relacionadas aos cursos feitos.
     
Motivo 1 Certificado Válido em Todo o Brasil motivo 6
O Certificado é válido em todo o Brasil e em vários outros países, ele pode ser utilizado em faculdades, empresas públicas e privadas, concursos e provas de título, entre outros.
     
Motivo 1 Empresa Mantenedora da ABED motivo 7
O Cursos 24 Horas é uma empresa mantenedora da ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância. Nosso nome e logo é exibido na página de Mantenedores da ABED.
     
Motivo 1 Funcionários treinados conosco motivo 8
Outra prova de qualidade do sistema de ensino é o número de empresas que já tiveram funcionários treinados conosco. Veja na imagem ao lado algumas dessas empresas.
     
Motivo 1 Seu Currículo fica Atualizado motivo 9
Todos os cursos podem ser incluídos em seu currículo. As pesquisas comprovam que manter o currículo atualizado é uma das formas mais eficientes para ser promovido, conseguir um novo emprego, ou até mesmo evitar uma demissão do emprego atual.
     
Motivo 1 Professores Altamente Qualificados motivo 10
Uma equipe de professores altamente qualificados fica à disposição para atender aos alunos, corrigindo exercícios, enviando material adicional e tirando todas as dúvidas que possam surgir durante o curso.
   
Acesse o link:

Escolha seu curso e bons estudos!!

Cursos 24 Horas - Cursos Online com Certificado

terça-feira, 23 de abril de 2013



Eu havia ouvido trechos dessa música do Patolino, mas apenas na semana passada consegui ver o clipe, que tem passado bastante na Cartoon Network.

Esse clipe é simplesmente genial!

Tem tudo o que o povo gosta, sem deixar de ser divertido para a molecada que não percebe, por exemplo, que o Patolino tem um harém. Quando digo tudo, quero dizer tudo mesmo: o Patolino não só é um mago com poderes supremos, como o Doutor Estranho, mas tem harém (o que quer dizer que não se afastou do lado “humano”), viaja para outras dimensões e faz coisas que são muito mais complexas do que aparentam à primeira vista, como quando beija Celestia para poder chegar ao Abismo do Poder, não porque beijar é bom ou coisa assim – o que não quer dizer que ele não curte o beijo, pela forma que fala.

Mas isso é só a história, porque o desenho em si tem um estilo anime somado ao da Warner, com um enredo que lembra tanto RPG de fantasia medieval quanto Flash Gordon, com um rock muito bom tocando no fundo. Minha bebê de dois anos e meio já canta a parte que o mago está “faminto por causa da última missão”.

Também temos a oportunidade de olhar dentro da cabeça do Patolino, que é um dos personagens mais doidos e complexos da Warner. Claro, qualquer nerd já se imaginou fazendo ao menos metade das coisas que ele faz por lá, como mágicas que abrem portas de lojas de conveniência ou coisa assim.

O MAGO É IMPLACÁVEL!

sexta-feira, 19 de abril de 2013



Indicação de site da semana: erikamoen.com

Érika Moen é uma artista de tempo integral do Periscope Studio. A página principal dela dá acesso ao seu portifólio, aos seus quadrinhos e ao seu blog. Talvez o melhor disso tudo seja o seu blog, pois lá mostra não só seu trabalho, mas o trabalho em progresso, etapa por etapa, o que mostra aos que gostariam de ser artistas assim como é a vida e como se faz o que ela faz.

Claro, por ser algo pessoal, ela também posta coisas como coisas que vão pela sua cabeça e fotos do seu gato.

Ela avisa ainda que lá você verá peitos e troços gerais inseguros para se ver no trabalho, mais orientados para os maiores de 18 anos.

Abaixo alguma coisa se seu trabalho. Caso interessar possa é só clicar nos links acima. Pode olhar o que há abaixo no trabalho, que eu escolhi só o “inofensivo”, OK?



quinta-feira, 18 de abril de 2013



Bom dia! Hoje eu quero dividir um lance com vocês.

Algum tempo atrás eu comecei a traduzir pôsteres com instruções sobre o que fazer no caso de Apocalipse Zumbi. Normalmente eram coisas engraçadas.

Como eram coisas desenvolvidas por outras pessoas eu mantinha o endereço do original em inglês e acrescentava a etiqueta do Sucupiras na versão traduzida.

O caso é que apesar de ser muito divertido, dá trabalho. E não é que roubaram o meu trabalho?

Há uma página do Facebook que pegou um desses pôsteres, cortou a etiqueta do Sucupiras e apagou a referência do original, prejudicando não só a divulgação do original como se apropriando da minha tradução.

O pior é que eu gosto do site dos sacanas. Acho que é por isso que eu não vou denunciar aqui. Claro que eu denunciei lá na página deles, mas não houve respostas. Foi mais para dizer “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”. Eu poderia pôr uma etiqueta no meio da imagem ou ainda fazer uma marca d'água no pôster, mas acho que iria ficar feio.

Quando eu traduzo e mantenho o endereço do original, dou a oportunidade dos leitores conhecerem outras coisas que o autor fez. Para os que não sabem ler em inglêo sabem ler em inglmantenho o endereço do original, dou a oportunidade dos leitores conhecerem outras coisas que o autor fez e s a tradução é muito útil.

Vou explicar então como é o meu trabalho.

1º Localizar algo interessante – nem tudo o que há na Internet é interessante. Eu busco coisas que não só são bem-feitinhas, como legais de algum modo. Isso pode levar muito tempo, dias, porque não encontro uma coisa só, mas não posso traduzir todos. Acabo tendo que limar não só o que é ruim, mas alguns que são “menos bons”.

2º Tradução – depois de escolhido leio algumas vezes o original. Quem lê em outro idioma tem de saber ler sem fazer uma tradução na cabeça, mas compreender o contexto na língua original, pois nem sempre uma piada pode ser traduzida, por exemplo, ou há questões culturais envolvidas. Esse tipo de coisa até que é rápido quando você tem prática, mas isso nos leva à próxima fase, mais trabalhosa...

3º Digitação – Engana-se quem pensa que escrevemos direto na imagem, pois isso é uma das últimas coisas que fazemos (como verão). Ao digitar, o tradutor que vai reeditar a coisa precisa procurar uma fonte similar à usada no pôster original. Isso porque o pôster só é legal porque o autor tomou cuidado com os detalhes e modificar o tipo de fonte vai arruinar o conjunto. Quando a fonte igual não é possível, você é obrigado a olhar umas 200 fontes, mais de uma vez às vezes, procurando uma similar. Pode ser que você não encontre nada nem remotamente parecido, daí você tem duas opções: ou usa um editor de imagem para trabalhar direto no que está escrito recortando e colando as letras na posição desejada (o que é muito trabalhoso) ou busca na Internet mais fontes para o Word, o que vai lhe tomar muito tempo. Supondo que você tem as fontes principais, o trabalho “básico” vai levar de uma a duas horas, dependendo do que está escrito.

4º Adaptação – Depois de traduzir é preciso reler. Há coisas que não existem no Brasil (como algumas lojas), ou tem outros nomes aqui. Também pode acontecer de ser algo que faça sentido em inglês, mas não em português, ou ainda algo que simplesmente não vai caber no mesmo lugar porque na nossa língua fica muito maior e você vai ter de escrever outra coisa, sem que se perca o sentido. Para que a maior parte das pessoas entenda, você precisa adaptar. Isso pode lhe tomar mais outro tempo considerável.

5º Edição de imagem – Pode levar muitas horas. Aqui você vai ter de apagar os escritos originais tipicamente cobrindo com outras partes do pôster sem deixar aparecer embaçamentos, as cores das fontes tem de ser próximas da original, os tamanhos das fontes vão variar bastante num mesmo pôster (normalmente). Finalmente você vai ter de refazer algumas das etapas anteriores (tradução, adaptação, digitação) em diversas situações, conforme o espaço ou outras características do pôster vão surgindo.

6º Toques finais – Aplico a etiqueta do Sucupiras sempre no mesmo lugar, verifico qualidade de imagem (alta qualidade é legal, mas pode deixar o troço com muitos megas e daí...), o tamanho da imagem deve ser bom para o blog (que não aceita se foi muito pesado ou muito grande). Só isso pode levar outra hora, comigo tentando resolver um problema na hora de publicar o pôster.

Como vêem é trabalhoso. Mas eu gosto porque é algo que me ajuda a conhecer melhor de edição de imagens (aprendi CorelDRAW por tentativa e erro, com alguma ajuda do Irmão Rômulo). Me ajuda, também, a manjar mais de inglês, me levando a ler mais e a procurar o significado de palavras novas, gírias e afins. Uso muito o UrbanDictionary para esse fim...

...e se eu tenho todo esse trabalho, imagine o do cara que criou o original!

Post Scriptum: Não sacaneie a propriedade intelectual dos outros, porra!

terça-feira, 16 de abril de 2013



Tenho visto muita gente reclamando de evangélicos que não param de tentar converter a todos. Por mais que eu não queira ser evangelizado, entendo que isso é o certo pra quem é religioso e quem se diz religioso e não faz isso é que está errado.

Porque evangelizar é o trabalho primeiro de todo o que crê em alguma coisa, evangélico ou não. Isso é uma das principais características da religião, sendo uma mais ativas que outras. A guerra santa e as cruzadas são exemplos de esforços mais agressivos na conversão de povos dominados para a religião dos dominantes, mas isso é muito mais comum e antigo do que você pode supor.

Perceba que eu não estou concordado ou discordando disso. Os métodos dos evangélicos é que devem te incomodar. Por exemplo, agora mesmo estou tentando te convencer de algo, apenas não é religião. Lembro-os que sou deísta.

Muitos religiosos hoje só o são da boca pra fora. O religioso de verdade precisa fazer isso, principalmente o cristão. Veja o que diz esses versículos sobre a evangelização:

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." (Mateus 28:19-20)

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos16:15)

Veja que, segundo a Bíblia, todo cristão – católico, evangélico ou espírita – deveria tentar evangelizar todo mundo o tempo todo. Pode ser que o pastor de certo evangélico seu conhecido esteja realmente querendo mais gente para extorquir, mas o princípio foi escrito há muitos séculos por homens tidos como inspirados por Deus.

Então não me venham dizer que evangélicos estão errados por serem chatos com isso de evangelização. Eles, ao menos, são fiéis às suas crenças.