quarta-feira, 3 de abril de 2013


 
Como dito no Twitter, ontem, não tenho religião, mas sempre gostei de estudá-las.

Educado no seio católico, fiz catequese muito cedo e logo depois disso entendi que não queria ser católico. Li então diversos livros de magia, metapsíquica e parapsicologia durante a adolescência. Perdi a maior parte desses livros por um motivo ou outro e no início da vida adulta comecei a freqüentar a Antiga e Mística Ordem Rosacruz, mas acabei não me tornando membro.

Depois disso já me meti com um batuqueiro de candomblé (que me ensinou a diferença entre isso e umbanda), me batizei pela Igreja Messiânica (onde aprendi a curar com a imposição das mãos) e participei da ABU por dois anos, entre muitas outras coisas.

Sempre iniciava as conversas com algo como “não acredito em vocês: ME CONVENÇAM!”, mas ia de mente aberta e sempre aprendia algo novo e bom. Um dos últimos estudos foi o ESDE

À essa altura eu já havia percebido algo que é bem claro para um observador externo: as religiões são muito parecidas! É impressionante como o povo se mata por causas similares. Mesmo o satanismo (li a Bíblia Satânica) tem similaridades com as outras religiões. É como futebol, onde as regras são as mesmas para todos, com uma forma diferente de jogar e o torcedor escolhe mais pelas cores que lhe agradam.

Você quer participar de uma religião que:

1) Tem um Deus verdadeiro;
2) Que é mais poderoso que tudo e todos;
3) Que é bom pra quem acredita nele;
4) Que te recompensa no final;
5) Faz milagres.

Seu comportamento nessa religião tem de ser mais ou menos assim:

1) Fazer o que seu Deus disse;
2) Espalhar Sua Palavra;
3) Condenar os que não fazem o que seu Deus disse;
4) Criar seus filhos como se todos os outros deuses fossem falsos;
5) Suprimir aspectos pessoais em prol do comportamento religioso.

Sinto dizer aos religiosos que, com pequenas variações, todas as religiões são assim. Na verdade, até ateus de uns tempos pra cá têm se comportado como religiosos, onde sua religião é a ciência (mas a ciência é Deus, que é mais poderosa que tudo e todos, é boa para que a segue, recompensa e faz milagres). A pessoa escolhe a religião pelo que tem a ver com ela própria, sendo influenciada fortemente pela família, amigos e sociedade.

Nada de errado com isso, pessoal. Acho bom que vocês tenham religião e não acho que vocês estão errados por seguirem o que acreditam. Acho ruim vocês acharem todos os outros ruins. Eu mesmo procurei ativamente por uma religião por muito tempo.

O mais chato disso tudo é que os cristãos católicos e evangélicos – maioria no Brasil – acreditam que no Fim do Mundo a Besta-Fera vai unificar todas as religiões, o que para eles é ruim. Por quê um entendimento geral, um consenso, seria ruim? Porque sem times não há mais jogo!

Daí eu pensei que mais importante que ter uma religião é ser fiel a si mesmo e aos seus, procurar ser bom segundo seus próprios padrões e usar a cabeça, sob pena de errar por seguir o que os outros disseram pra você fazer. Livre-arbítrio pra mim não existe verdadeiramente, mas você entende o que eu quero dizer com isso, né? Faz parte de ser adulto tomar decisões e enfrentar as consequências de seus atos e se você só faz o que outro manda ou julga correto, qual o seu mérito na vida? Como poderia Deus te mandar fazer o que quiser (livre-arbítrio) e daí estabelecer regras que te empatam de fazer o que quiser? Como o ser humano imperfeito pode ir pro Céu, perfeito? Como o próprio Deus pode ser perfeito e fazer coisas e criaturas imperfeitas?

Esse tipo de pensamento não me afastava de Deus, mas antes me aproximava. Queria entender Sua natureza. Mas as religiões também são unânimes em não explicar isso. O artifício principal para se esquivar dessa resposta é “há coisas quenão são para o homem entender

Daí, depois de me sentir sozinho com isso de não ter religião (com todos querendo dizer que eu era ateu por isso), descobri que era deísta há muito tempo.

Nem todos os deístas concordam, uma vez que não há uma organização central ou um líder do deísmo, mas deísmo é mais ou menos como nesta matéria. Se quero explicar o que é em poucas palavras geralmente digo algo como “acredito em Deus, mas não tenho religião”.

Beijo, sociedade.
 

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