quinta-feira, 30 de julho de 2009



O resultado da enquete de julho “o que você faz quando está triste” mostrou que a maior parte das pessoas vai dar uma volta para espairecer.


Eu não voto nas minhas próprias enquetes, mas eu responderia o mesmo. Apesar do que diz Raul Seixas – a saber: pensa melhor quem pensa parado – eu acredito que penso melhor caminhando. Claro que nem sempre são pensamentos bons, mas ao passear você pode encontrar gente interessante, amigos, algo novo ou ainda se encaminha para algo como boliche, cinema, casa de algum amigo.


Ficar em casa matutando sobre a aporrinhação nunca é bom. Mente vazia é oficina do Diabo! O negócio é ocupar a cabeça com qualquer outra coisa, mesmo o trabalho pode ser compensador numa hora dessas, mas não o trabalho de casa ou trabalhar em casa.


Quase que a metade dos que responderam à enquete responderam isso, mas outra coisa que chama a atenção é que por volta de um terço chora na mesma situação. Chorar é um mecanismo natural que alivia parte do stress, e as mulheres tem mais facilidade para chorar do que os homens, o que é bom pra elas, mas o que fazer depois de chorar?


É importante tomar um curso de ação para se livrar da tristeza. Assim, pouca coisa pode ser melhor que dar uma volta para encontrar alívio temporário e, quem sabe, entendimento maior sobre o problema. Vai que você encontra o amor da sua vida? Só para falar de música mais uma vez, como diriam os Raimundos “Se algo deu errado, não é tão ruim assim. Se ainda não deu certo é por que não chegou no fim.

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Ao contrário do que muita gente pensa, uma boa quantidade de bandas de rock pesado têm baladas românticas ou coisa parecida. Veja que estou falando de bandas de metal e de hard rock, como Kiss e Ozzy, não de bandas que se consagraram tocando rock romântico como o Scorpions ou HIM. Quando o pessoal que faz músicas boas como Mr. Crowley e Rock’n Roll All Nite resolve variar, fazem um troço bom e que dura pra sempre.


Vou listar aqui dez músicas que chamaram a minha atenção. Dá pra fazer, por exemplo, uma sequência de mais ou menos cinqüenta minutos pra você inventar o que fazer com alguém. As músicas não estão organizadas de maneira alguma: nem cronologicamente, nem por importância, nem por gosto.



Forever – Kiss


O Kiss é uma das bandas mais icônicas do metal. Têm, inclusive, difundido a idéia de se fantasiar e pintar para se apresentar, coisa que perdura até hoje. Possui no seu repertório tanto músicas que são hinos do metal como Rock’n Roll All Nite quanto baladas românticas como Forever.



Mamma I'm Coming Home – Ozzy Osbourne


Ozzy criou o estilo de letras do Mal no metal junto aos caras do Black Sabbath. Saindo do grupo, experimentou bastante e ainda fez coisas do caralho como Bark at the Moon e a bonitinha “Mamma”.



Love Hurts – Nazareth


Essa música é uma versão do Nazareth. A versão original do Roy Orbison , compositor de um tipo de rock mais tranqüilo que o do grupo que canta Hair of the Dog. Essa música foi regravada por vários grupos diferentes, mas a versão do Nazareth acabou sendo a versão mais famosa. Dê uma olhada na capa do álbum Hair of the Dog para sentir como o grupo é do Mal.



Is This Love? – Whitesnake


O Whitesnake foi formado no final dos anos 70 por alguns integrantes do Deep Purple, mas com um som notadamente diferente deste. Apesar das músicas possuírem muitas palavras românticas em suas letras e da banda ter baladas em todos os álbuns, o Whitesnake era mais conhecido pelas músicas mais pesadas, como Love Ain’t No Stranger.



Wasting Love – Iron Maiden


Iron Maiden é foda: está há mais de trinta anos quebrando tudo, tem nome de equipamento de tortura medieval, ajudou a criar o New Wave of British Heavy Metal, vendeu mais de cem milhões de álbuns no mundo todo, é a banda mais influente do Heavy Metal, estão na Calçada da Fama do Hollywood e tem um morto-vivo que bateu até no Diabo como mascote, o Eddie! Suas letras falam de livros, lendas, histórias e filmes, botando no meio, assassinato e ocultismo. Entre as músicas mais incríveis que o grupo já fez figura Wasting Love. Eu ouvi essa parada ao vivo no show que fizeram em Manaus e pirei o cabeção. Up the Irons!



Nothing Else Matters – Metallica

Metallica já lançou nove álbuns de estúdio, dois ao vivo, dois extended plays, uma coletânea, vinte e dois videoclipes, quarenta e quatro singles. È uma das mais fodas bandas de Heavy Metal de todos os tempos com 90 milhões de registros vendidos em todo o mundo. Já ganhou sete Grammy Awards e teve cinco álbuns em primeiro lugar na Billboard 200. Inventaram o Thrash Metal com a música Whiplash. Master of Puppets é ótimo e todas as músicas são marcantes, de modo que todo aquele que quer falar de música deveria conhecer. Nothing Else Matters consegue ser pesada e romântica ao mesmo tempo, falando em confiança e em se abrir pro outro. Meu primo Gualter entrou na igreja pra se casar ao som dessa música, tocada pelo grupo da igreja. No primeiro dia de namoro com a Nilsandra, fui beijado sem parar ao som dessa música.

Roulette - System of a Down


O grupo é conhecido por fazer música com cunho altamente político e mesmo a sua página oficial fala mais disso do que de música. Tem um estilo próprio, sendo que uns dizem que é Nu Metal e outros que é Progressive Metal. A verdade é que a cada álbum eles criam uma coisa diferente de tudo o que você já viu. Todos os quatro membros são descendentes de armênios e, por viverem num país em que o lance é bombardear o Oriente Médio e ser polícia do mundo, tem mais que fazer música nervosa sobre essas paradas aí. No Porão do Alemão muita gente diz que não aguenta mais, mas é só tocar Chop Suey ou Toxicity que o bagulho pega fogo! Em 2006 o grupo deu uma parada e ainda não retornou à atividade, o que eu vejo como dar um tempo no relacionamento: um troço sem volta, geralmente. Única música romântica do grupo é a Roulette, que fala sobre aquela confusão mental tão comum em certos relacionamentos.



Vermilion part II – Slipknot


O povo do Slipknot é claramente do Mal. Adoram o Diabo e não têm medo de dizer isso. Vestem-se como arautos do inferno e acham lindo. Criaram músicas como Heretic Anthem (Hino Herético) e Wait And Bleed (Espere e Sangre) e fizeram sucesso. Pacto com o capeta? Que nada, livre expressão do pensamento casada com o inconformismo geral de um mundo em ebulição. Para mostrar que ainda são humanos e sofrem como todos nós, têm várias músicas tranqüilas e tristes, sendo que romântica só a parte dois de Vermilion.



Cemetery Gates – Pantera


Essa música é doida: falando de um cara que era danado antes, encontrou a salvação em uma mulher, mas ela morre e ele fica pau da vida, querendo arrombar os portões do cemitério! Só o Panterahttp://www.pantera.com/, que já fez coisas como Fucking Hostile, para criar um troço romântico assim!



10º Patience – Guns’n Roses


O Guns sempre fez baladas, mas esta é uma das mais marcantes da banda. Não era, entretanto, uma banda de baladas e tocava hard rock muito bem, com o Slash, um dos melhores do mundo, tocando guitarra com ele. A banda foi decaindo porque o Axel Rose inventou de ficar cada vez mais romântico e daí todos pularam fora. Uma banda que tem clássicos como Welcome To The Jungle e músicas divertidas como Garden Of Eden não deveria degringolar tanto, mas o fato é que degringolou. Paciência...

terça-feira, 28 de julho de 2009



Presença de palco é algo que muita gente já trás de berço, mas pode-se adquirir com alguma prática. Uma vez que ainda estou com o show do Aniversário do Porão na cabeça, vou falar um pouco da festa e da presença usando como exemplos principais Matanza e Raimundos.

Neste sábado, dia 25/07, foi a festa de aniversário do Porão do Alemão. O bar faz aniversário no Dia Mundial do Rock, 13/07, mas a festa foi marcada para esta outra data e em outro local. O show rolou na Academia de Tênis e foi a minha primeira vez lá.

A organização pecou. Normal, coisas de rock em Manaus são quase sempre assim. Se eu fosse fazer a sequência das bandas, não deixaria a Four Horseman por último ou poria uma banda local se já rolariam quatro bandas de fora. Nada contra a Hightower, gosto muito da banda e cantei com eles, diga-se de passagem. Só achei que não precisava deles por lá no aniversário, pois já ouviríamos cover da Four Horseman.

Infelizmente a minha namorada estava ferrada do joelho e quando muitos sentaram no chão logo após o Raimundos o joelho dela desistiu de viver e tivemos de sair fora sem ver o Four Horseman, que ela já havia visto mas que eu nunca prestigiei.

Fica pra próxima, prefiro a minha bonitona que qualquer banda.

Se eu fosse fazer a sequência das bandas, colocaria Four Horseman, depois Matanza, daí o Joe Lynn Turner e então o Raimundos pra finalizar. E explico: a Four é cover – bom pra fazer aberturas – Matanza é pra não deixar a baderna cair (e é bom pra caralho), depois o Joe, que muitos não gostaram porque foi calmo demais para vir depois de duas bandas boas para fazer roda como Raimundos e Matanza, e finalmente viria o Raimundos, pois todos esperariam para ver a banda.

A festa foi boa apesar de qualquer coisa. Lá estava em companhia de amigos, encontrei outros amigos no local e comemorava a vida ao lado do meu amor. Mas não estou aqui para falar só disso.

Matanza e Raimundos são bandas de rock bem diferentes. O primeiro grupo é formado por cariocas que se recusam a serem identificados como tal. Isso já é raro, pois cariocas adoram dizer que são cariocas. Eles preferem dizer que nasceram no Rio de Janeiro por acidente e que são de Tombstone City. Suas orientações musicais vêm do Country e do Hardcore, o que eles chamam de Countrycore, além de serem obcecados por mulheres, birita e porrada. São fortemente influenciados pelo Johnny Cash. O Raimundos é formado por descendentes de nordestinos nascidos em Brasília, sendo que sua música é um misto de ritmos nordestinos e grindcore, o que eles certa vez chamaram de Forrócore. São muito influenciados pela banda Ramones e suas letras contém sacanagem explícita, amor e drogas, mas falam muito da realidade humana dos menos favorecidos.

Ambos têm grande presença de palco. O Jimmy, vocalista do Matanza, gosta de provocar o público e apresenta uma só expressão, meio psicopata, quando está no palco. Dizia que o público era quente, mas que as mulheres eram ainda mais quentes, pedia pro público fazer barulho e depois que o público atendia pedia pra fazer ainda mais barulho. Tudo isso mal se movendo do lugar, mas com a platéia na mão. O Digão, vocalista do Raimundos, contava piadas, fazia o Caniço contar piadas, mudava a introdução das músicas de propósito, entrava com músicas românticas lentas para depois arregaçar numa porrada, mandava o povo fazer roda ou rodas camisas ou bater palmas e era sempre atendido. Nunca ficava quieto no palco e chamava mais palavrão do que todas as outras bandas juntas, mas parecia uma coisa natural. Voltou com a insistência do público e...

Digão: “Vamos tocar mais uma?”
Caniço: “...ou duas?”
Digão: “Uma foda pra ser boa tem de ser três!”

Tocaram mais três, até porque se um é pouco e dois é bom, três é demais! Agora me diga por que o Joe Lynn Turner não conseguiu o que os outros conseguiram? Não tinha presença de palco! Não sabia sentir o que o público precisava dele, não percebeu que não bastava só ter boa música pra fazer o povo levantar do chão.

O pior é que se pode desenvolver presença de palco, mas não se pode ensinar. Você só pode aprender fazendo, e ainda pode perder o jeito com o tempo ou pegar um público difícil. É verdade que um único show de rock pode mudar o mundo, mas só se os músicos tiverem atitude severa.

segunda-feira, 27 de julho de 2009



Faz algum tempo que não falo da minha vida por aqui. Vou mudar isso hoje, pra variar.

Algum tempo atrás eu conheci uma garota que me chamou atenção por que me deu alguma atenção. Eu estava só, mas nunca fui muito de achar que posso alguma coisa só porque me dão atenção e deixei passar batido. Tempos depois, fui reencontrando essa garota e nos tornamos amigos.

Descobri que ela era professora do SESC, colégio dos meus filhos e que provavelmente será a professora do meu mais velho, Luiz Felipe, ano que vem. Esta é amiga da Cláudia, vocalista da Break Seasons, uma ótima banda de quem vez por outra eu falo aqui. A garota tem uma filha chamada Maria Márcia e que esta é filha de um amigo que não vejo há tempos. A garota gosta de rock, mais ou menos os estilos que também gosto. Tem condromalácia patelar. É órfã de pai, mora com a mãe e a irmã. Descobri tudo isso porque passamos a nos falar com muita freqüência nas últimas semanas. Falávamos principalmente ao telefone, porque moramos longe um do outro.

O nome da garota é Nilsandra. Nill, para os amigos.

Nos víamos bastante, até porque aconteceram grandes eventos de rock nas últimas semanas: Dia Mundial do Rock e Rock Manaus, e certamente estaríamos todos lá no Aniversário do Porão do Alemão. Mas foi dando vontade de se nos vermos mais, passear pra conversar, sei lá.

Chamei pra passear num sábado. Eu iria passar o final de semana com os filhos e os levaria ao Parque dos Bilhares, daí perguntei se ela não gostaria de ir por lá.

Ela foi. Nós dois estávamos gripados, então assistimos Luiz Felipe e Luan Henrique brincarem no parque e tomarem sorvete enquanto conversávamos amenidades. Eu falando muito mais que ela: falo demais para esconder a timidez e ela não fala muito por ser tímida em primeiros contatos.

Acompanhei-a ao ponto de ônibus e então segui meu caminho com os filhos. Tive a impressão de que podia ter rolado um beijo, mas que a oportunidade havia se perdido.

Gosto muito de andar e venho passando esse bom hábito aos filhos. Voltei caminhando devagar com as crianças, levamos quase uma hora fazendo isso e no caminho recebi uma mensagem dela, que me dizia para entrar na Internet e seguir conversando ao chegar em casa. Depois de pôr as crianças para dormir continuamos a nos falar, mas por telefone.

Ao longo da semana ficou claro que não dava pra deixar de ter contato com ela, que a Nilsandra era boa pra mim e que sentia o mesmo. Que estava mais do que na hora de arrumar uma namorada e ela seria ideal. Que ela era a professora mais bonita do SESC. Esse tipo de coisas.

Chamei pra dar uma volta com os amigos e ela aceitou, mas no dia seguinte me perguntou se eu não trocaria isso por ir lá pela casa dela na sexta-feira. Aceitei, mas conforme os dias iriam passando ia ficando nervoso. Não havia nem dado o primeiro beijo e já iria conhecer parentes e essas coisas. Além disso, tiro força dos amigos e não haveria nenhum lá além dela.

Estava com medo de não agradar. Não tinha namorada há algum tempo e não a conhecia suficiente. E se eu estragasse tudo no primeiro encontro?

Acontece que tudo correu muito bem. A Nilsandra não é só a mais bonita do SESC, mas também uma mulher inteligente, sensível e carinhosa, que percebeu que eu estava estranho e tratou de me acalmar com todo amor e carinho.

O final de semana foi ótimo. Passamos o tempo todo juntos. A mãe dela me recebeu bem e fiquei à vontade. Assistimos filmes e comemos. À noite fomos à casa da Mamma aonde a apresentei à amigos e parentes. Fomos juntos ao Aniversário do Porão, aonde assistimos às bandas Hightower (local), Matanza e Raimundos, saindo pouco depois da entrada do Joe Linn Turner e perdendo o Four Horseman completamente. Retornei à sua casa e dormi por lá novamente, já amanhecendo, porque não cansávamos de conversar. Era o nosso segundo dia de namoro e não nos encontraríamos por mais que alguns minutos até a sexta-feira.

Ela me devolveu a vontade de construir que vinha sendo deixada de lado há tempos. Devolveu-me a segurança e a fé em mim mesmo. Me fez amar novamente. Estou com vontade de sair por aí com ela do lado, mostrar pra todo mundo, dizer “eu tenho e tu não tem!”...

E está escrito na minha cara e no jeito que eu faço as coisas. Qualquer um pode ver que estou muito bem. Até a barba está diferente.

Se até aqui estava atravessando a crise dos trinta e várias coisas me mostravam que ela estava quase finda, o namoro com a Nill está me mostrando que estou num bom caminho e que agora conto com uma parceira especial para trilhá-lo.