quinta-feira, 16 de julho de 2009



Mês passado fui ao show do Ratos de Porão com Krisiun e duas bandas convidadas, Sábado estive no Rock Manaus e no Dia Mundial do Rock, segunda-feira, passei na Praça do Congresso para assistir a um show comemorativo com meus filhos. Faz um tempo que não falo do final de semana por aqui e não e bem sobre isso que eu venho falar aqui, quero falar sobre como está a cena rock em Manaus hoje em dia.

O Ratos de Porão é uma banda que eu escuto há muito tempo. Apesar de preferir Heavy Metal, gosto muito de hard core e de punk rock e o RDP é conhecido por fazer uma mistura dos dois estilos. É por isso que a banda é tachada de traidora do movimento punk, diga-se de passagem. Lembro que o próprio João Gordo disse em entrevista algo como “esses moleques de hoje em dia não sabem o que é ser punk e querem dizer que eu sou traidor do

Fui pelo Ratos, mas antes iriam tocar três bandas de death metal. Não gosto de death, mas não odeio o estilo e ainda é metal pesado, coisa muito melhor que vários outros estilos em minha opinião.

O que me chamou atenção foi o mosaico que eu via à minha frente, composto desde por gente tão jovem que era acompanhada pela mãe e garotinhas bem-cuidadas que estavam nervosas e sozinhas até gente mais velha que meu pai. Lá se via punks caracterizados assim como o povo com aspecto maligno do death metal, lado a lado, o que me deixou muito feliz e com a impressão de que iria correr tudo bem, de que iria ser uma noite muito boa.

Digo isso porque há meros quinze anos atrás não se misturava death com mais ninguém, nem punks cabeludos andavam com carecas. Isso era porrada na certa. Desta vez, porém, foi diferente, já que o povo confraternizava e mesmo sabia cantar as músicas uns dos outros. Isso mostra que o povo percebeu que brigar por causa de estilo não vale porra nenhuma, que o negócio é curtir o rock.

O local estava todo paramentado no estilo no death, com uma faixa escrito KRISIUN bem grande, mas o negócio, que já estava forte, ficou doido com a entrada do Ratos de Porão. Rodinhas do Mal lá no show, mas eu entrei assim mesmo. Caras leves como eu tem de ter experiência e atitude nessas horas. O Gordo sabe MESMO fazer a galera ficar doida. Aconteceu tanta parada lá que se eu escrever isso aqui no Sucupiras levaria dias e esqueceria coisas. Basta dizer que me ofereceram pó pra cheirar ainda do lado de fora (que recusei) e que me arrebentei muito mais parado do que nas rodas! Uma grade de proteção balançou e daí o pé dela veio no meu dedão esquerdo. Em seguida, muitos subiram na grade de proteção e daí o peso aumentou no meu pé, mas como eu estava com um sapato de pano deu para diminuir a pressão no pé puxando o pé pra trás dentro do sapato, mas ele continuava preso lá, daí eu deu um encontrão com um grito na grade e liberei o pé. Mas até que o dedo não ficou mal. Comprei um adesivo do próprio baterista do Ratos de Porão, o Boka. Também achei muito legal o pessoal usando camisas desenhadas pelo Marcatti, desenhista do Fráuzio e de muitas capas do R.D.P.

Rolou lá o que sempre rola em Manaus: muita gente vai pra ouvir a música do lado de fora e gasta a grana com cerveja ou coisa assim. Se o povo não prestigiar, esses eventos não vão pra frente! Outra falha é a da organização, que geralmente deixa a desejar. No caso deste show, o som estava uma porcaria e não dava pra entender o que os vocalistas falavam entre as músicas.

No sábado aconteceu o Rock Manaus, que ficou bagunçado desde o início. Como os organizadores não conseguiram manjar os horários direito, as bandas que tocaram por último tiveram de encurtar a apresentação. A melhor banda da noite foi a Break Seasons, que mesmo sendo aclamada pelo público teve de sair mais cedo. A Break é famosa por tocar grandes clássicos como Mr. Crowley e Rock And Roll All Nite com o vocal feminino da Cláudia. Os membros da banda se apresentaram usando camisas com o novo logotipo da banda.

Foram dez bandas, mas o ingresso custou meros R$ 10,00. Ponto pra organização. Encontrei grandes amigos e amigas por lá, reafirmei amizades e contatos para tocar no meu aniversário. Antes de passar no Rock Manaus eu fui ao ensaio de duas horas de uma banda chamada Necroblood, que faz um Metal Pesadíssimo, com letras próprias, influenciados por coisas como Matanza, Slipknot e Lamb of God. Dou o maior valor para bandas com letras próprias, mas é outra coisa que está devagar por aqui, até mesmo por culpa das casas de rock daqui. Só o Vitrola e o Café atômico abrem espaço para isso, além de alguns poucos bares pequenos como o Miros Bar, mais conhecido por Bar do Cabeludo ou Bar do Carlão.

O mesmo pessoal organizou o evento do Dia Mundial do Rock na Praça do Congresso. O evento deveria ter começado às 16:00 horas, mas eu cheguei com meus filhos e o Brother Flávio quase às 19:00 e ainda tivemos de esperar muito para ouvir música ao vivo, pois até o palco desarmaram por falta de pagamento. As bandas que tocaram o fizeram em cima de um caminhão, só para não deixar a parada passar em branco, e ainda cortaram completamente a Break Seasons aparentemente por ciúmes de um dos dois organizadores do evento. Destaque pra Hipnose, que abriu pro RPD e Krisiun no outro show e que tocou seu death competente, fazendo a galera bater cabeça. Meus filhos chamaram atenção fazendo isso, mas só até passar perto da gente um garotinho com não mais que um ano de idade fazendo o mesmo sentado no pescoço do seu pai.

Mesmo assim, quem fez a festa, mais uma vez, foi a interação entre público faminto de diversão e as bandas que fizeram o seu melhor. Nem todas eram do meu agrado, mas sei que tocaram por amor ao Rock&Roll. Não rolaram brigas dignas de nota nesses eventos, mostrando que somos malditos, mas nos entendemos bem. Enquanto rolar esse tipo de energia entre os fãs de rock, o estilo continuará a crescer no coração da Amazônia.

5 comentários:

Unknown disse...

Valeu cara.. por mais uma vez estar dando apoio a nossa banda...obrigada por tudo....e a materia está muito legal...e nosso foto caiu BEM ao blog....hehehhe...

te cuida....


Abraços....Claudinha..

Yuri Santos disse...

Gosto de rok, não sei diferenciar um estilo do outro mas gosto de tudo que agrada meus ouvidos sem preconceito e me amarro em ir a lugarres onde tribos diferentes de confraternizam numa boa =D.
Agora quanto a organização não so em shows de rock que falta, Acho que nenhumas das empresas de promovem eventos em Manaus organiza bem =\, infelizmente ainda há essa carencia de organização em festa e som com qualidade que possamos ouvir os artistas bem. Neguinho so quer saber de dinheiro e não investe em pessoas qualificadas.
Pena que não fui pro RDP, mas não faltarei a Festa de B-day do Porão, rsrsrs

Perseu disse...

obs sou fan do cara que ta na blusa do guitarrista ;D

ei realmente a break é foda hushushushushu

muito do caralho se eles fossem ruim os FDP num cortariam eles !! mais fazer o que ne !!

vão ter proximos shows ;D

AntigaRoll disse...

Uh lah lah... Longa vida ao Rock'n'roll o/
Muito legal o post

Saudações d'Antiga Roll

Anônimo disse...

e o matanza chegando e eu sem ingresso,acho muito bonito isso.
heheheehe
vou tomar vergonha na cara e ir comprar um dia desses.