quinta-feira, 30 de abril de 2009



Dia 29/04/2009, aproximadamente às dez e meia, uma manhã de quarta-feira, faleceu Rosamélia Olinda de Stéphano e Aguiar, minha avó e mãe da Mamma. Recebi a informação pelo telefone e quem me ligou foi o Irmão Rafael, logo seguido da Mamma, me dando informações gerais sobre o caso. Eu havia acordado há pouco tempo e estava pensando no que fazer quando fui tomado de assalto por essa informação. Tinha de resolver tudo depressa para poder ir ao velório.

Mandei a mãe das crianças pegá-las e levar para sua casa. Exceto por aquele dia, só teriam aulas segunda-feira, pois na quinta-feira era entrega de boletim e sexta-feira Dia do Trabalho. Foi ao trabalho, expliquei o que vinha acontecendo e de lá ao velório, na Funerária Canaã, ao lado do Cemitério São João Batista.

Destaque para a reação da Talita, que correu por uns cem metros em desabalada carreira para me achar no caminho da rua e poder me abraçar, oferecer apoio e dar pêsames.

Me distraí no ônibus e passei um bocado da parada. No caminho eu pensava muito em muitas coisas. Coisas caóticas, para falar a verdade. Eram tantos pensamentos, soltos e loucos que eu não os posso descrever. Haviam, também, sentimentos atrelados a esses referidos pensamentos, que são ainda mais complicados de explicar.

Mas eu estava bem, no entanto. Mal mesmo eu fiquei quando vi o corpo da velhinha. Me ocorreu o tempo que a gente deixa de visitar alguém, até que ela morre e você não pode mais ir vê-la, nunca mais. As coisas que você poderia ter dito e não disse e agora só pode torcer para que esta esteja em um lugar em que seja permitido escutar tais coisas. Aquilo que você poderia ter feito a mais e não fez.

Além disso, a Mamma estava arrasada. Já estava em depressão há algum tempo e agora estava ficando louca. Uma médica apareceu lá em algum momento e medicou esta e mais um tio e uma tia meus. O remédio não era para dormir, mas para acalmar. Com a Mamma mais calma, comecei a reparar nos arredores e vi tudo aquilo que a gente só vê em enterros e velórios: parentes que você não conhece, que não lembra ou aderentes, antigos visinhos de rua que ficaram sabendo pela Rádio Difusora do falecimento, das brigas de parentes próximos, que não estão ali porque seria problema garantido, de alguém que ficou completamente desamparado com a morte e possivelmente não terá mais nem aonde morar, de empregadas que eram realmente fiéis à patroa e que no momento choraram copiosamente e ficaram sem dormir até o momento do enterro, no meio da manhã seguinte...

Muita coisa é minha opinião e prefiro não expor aqui, mas se uma coisa deve ser dita, é que a morte nos faz lembrar que o nosso tempo é limitado e que temos de fazer o possível enquanto é tempo. Claro que isso não quer dizer que você deve fazer de tudo antes da morte, mas deve hesitar menos, relevar mais e procurar ser feliz, mesmo sabendo no íntimo que isso é impossível.

Outra coisa que posso dizer sem sombra de dúvida: a presença dos amigos no local fez toda a diferença, pra mim e pros meus parentes. Amo vocês!

Permaneci lá no velório mais ou menos das três da tarde às onze da noite. Fui com o Rafael pra casa, aonde tentamos nos distrair um pouco antes de dormir. Comi algo e dormi das duas às seis da manhã.

Antes de mais nada fui acordar o Irmão Rafael para depois meter uma roupa para ir ao enterro. Comi três bananas e bebi uma caneca de café-com-leite. Logo estávamos à espera do táxi e chegamos algum tempo depois à funerária. Chovia forte. O tempo passava de forma estranha e não era por causa do cansaço.

Ao chegar ao local e ver minha avó, reparei que havia colocado em seu pescoço um terço de contas de vidro que eu havia lhe feito anos atrás, quando trabalhava com bijuterias, era casado, não sabia o que era morar no São José e só tinha um filho ainda muito novo. Voltei a chorar muito e em ondas, me lembrando de coisas que não havia pensado ontem. Estava ali um pedaço de um tempo mais gentil para mim e para ela, pedaço este que seria sepultado em poucas horas.

Aconteceu uma extrema-unção, coisa de católico, com Frei Fulgêncio, uma das personalidades mais marcantes da cidade, realizando o ritual. Não tenho religião, mas tenho fé em Deus e as palavras ora me tocavam hora não me diziam porra nenhuma, o que funcionou como uma montanha-russa sentimental pra mim.

Os homens carregaram o caixão, que ao ser tampado causou um pequeno desespero na Mamma. Eu era um dos que iam à frente. Colocamos o receptáculo num carrinho que o transportou até lá fora, aonde um rabecão o esperava. Coberto com as coroas de flores, ficou muito bonito o caixão. Voltei a ver alguns amigos da noite anterior, tais como a empregada fiel, além de mais parentes conhecidos e desconhecidos, mas muito menos gente que no velório. Melhor assim, mas a Mamma estava incomodada com a falta que o Irmão Rômulo estava fazendo.

Já no cemitério, com a chuva quase parando, tivemos um pouco de dificuldade para encontrar o local de repouso do corpo. Quando o encontramos uma nova picuinha começou, sobre aonde deveria ser enterrado: junto da mãe dela ou do falecido marido? O fato era que estava tudo certo para que a vovó ficasse com a sua mãe, como estava já um de seus seis filhos, morto há dezesseis anos acho, o tio Jorge, mas começaram a debater que ela deveria ser enterrada no jazigo da família, aonde estava seu marido e alguns dos nossos antepassados.

Também achava isso, mas o fato é que era um túmulo da família também, não há importância se o corpo é enterrado aqui ou alguns metros mais ali e quem viesse rezar pela vovó rezaria pela bisavó e pelo tio. Mesmo assim, isso foi uma fonte de comentários chatos que, graças à Deus, não terminaram em nada de mais.

No cemitério carreguei o caixão à frente mais uma vez, com mais alguns homens da família. Irmão Rafael entre eles. Logo chegou o Irmão Rômulo e este pôde conversar com todos e ver o caixão antes de baixar à sepultura. Tio Laerte foi comprar velas e alguns acenderam algumas. Rezamos e foi só. Foi meu primeiro enterro.

Dali, voltei à vida cotidiana. Dormi das onze às doze da manhã, almocei, fui pegar o boletim escolar das crianças e então ao trabalho, aonde escrevi isso quando tive tempo. Vou andar de preto um tempo, em sinal de luto, mas amanhã aparo as garras, corto o cabelo, faço a barba e vou ao cinema com amigos. Sei que a vovó não liga e até aprovaria.

Sei que a vovó estava preparada para morrer por causa de uma conversa que eu tive com ela no dia em que estive no hospital. Ela, que sempre reclamou da vida que levava, estava tranqüila e lúcida como sempre. Na hora, não entendi isso, mas agora, olhando em retrospecto e lembrando a conversa, sei que ela estava em paz. Lembro-me que ela me parecia sempre triste quando eu era garoto e um dia lhe perguntei porque ela não sorria. Ela sorriu e essa foi a resposta. Desde que seu marido, vovô Gualter, morreu, que a vovó era assim. Quando mais velho, ela me explicou que ela se considerava rica ao lado dele e que desde então só esperava a morte vir lhe buscar. O vovô morreu meses antes de eu nascer e já havia comprado todo o meu enxoval. Fui o primeiro neto, mas além dos bisnetos, não sabia quanta alegria havia dado à ela. Não respondi bem às expectativas, não me formei antes dela ir, ao contrário de todos os outros netos que vieram depois de mim, contando com todos os primos e todos os Irmãos, mas ela disse à Mamma que eu era um parceirão dela, o que me enche de lágrimas ainda agora. Ter sido companheiro de alguém que só esperava a hora de se reunir com seu marido é uma honra!

Mas claro, isso reafirmou em mim a vontade de fazer minha vida valer alguma coisa a mais, ao mesmo tempo que fez mais forte a impressão terrível de que terminarei meus dias exatamente como minha avó, sem alguém especial do meu lado, uma companheira, uma mulher. Sinto isso desde sempre. Só passou por um período de dez meses entre 2007 e 2008.

O fato é que se a minha avó não parou mesmo passando por isso durante trinta e dois anos eu é que não vou parar. Ainda não estou com a minha mulher ideal, afinal...

Minha avó, eu e o Irmão Rômulo fazemos aniversário dia vinte e um de agosto. Costumávamos comemorar os aniversários todos de uma vez e vai ser estranho não ter ela por perto neste ano. Foi a vovó Rosa quem me deu as primeiras camisas de caveira e dos parentes mais velhos foi quem jamais me criticou por usar brinco ou alfinete de segurança na orelha, deixar os cabelos espetados com sabão ou compridos, me vestir de preto e só calçar botas ou qualquer coisa assim. Ela entendia que eu estava procurando o meu lugar.

Até mais tarde, vovó!

quarta-feira, 29 de abril de 2009


Blog Sei lá


Arraiá Sei Lá


Música Sei Lá, Ou Não


Sei lá, sem assunto, sem nome


Tá na Moda? Tá na Mão? Tá na... Sei lá!


Sei Lá Bar


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Sei Lá Lanchonete e Restaurante


HQ Sei Lá

terça-feira, 28 de abril de 2009


Sexta-feira foi um dia tranqüilo. Começou com um trabalho de Experimentação Florestal que eu precisava entregar no mesmo dia e que levou tempo demais para ser concluído, mas foi bom porque entendi completamente como funcionavam as fórmulas. Difícil foi dormir de manhã, pois as crianças ficavam me pedindo coisas. Finalmente ao meio-dia fui desperto de uma vez. Parecia que estava bêbado e meus miolos continuavam rodando quando eu olhava pra um lado ou para o outro, como se estivessem soltos e flutuando em líquido. Ao menos, o corpo estava descansado.


Era pra eu ter chegado mais cedo ao trabalho, mas tive de dar alguma atenção à casa, aos filhos e à Internet. Tomei um café-com-leite enquanto lia o Twitter e verificava o Sucupiras. O Café fez maravilhas quanto à minha atenção e fiquei completamente desperto.


Lembrava de umas três meninas que vêm me chamando atenção de uns tempos pra cá. Nada de mais, mas acho que estou começando a deixar de lado e receio de ir atrás das garotas.

Começando a deixar pra lá o receio, não começando a ir atrás de alguém. Mas continuemos.

Era pra eu ir à aula de Experimentação Florestal à tarde, mas como o meu gerente não iria trabalhar eu tive de ficar no seu lugar. Claro que não me pagariam nada a mais, mas você entendeu. Mandei o meu trabalho por e-mail para um amigo que o imprimiria com papéis que eu previamente lhe descolei e fui workar.

Tinha mais um trabalho pra fazer e desta vez não iria deixar para cima da hora. Claro que eu não sabia todo o assunto faltando do jeito que estou, mas mandei prestarem atenção e anotarem tudo pra mim. O que eu posso fazer vou fazendo e daí a duas semanas deve estar tudo pronto.

Uma coisa boa do trabalho é que tenho conhecido muita gente boa e me tornado mais amigo de gente que eu conhecia há tempos. Uma dessas pessoas é o Professor Carlinhos, que pôs à disposição a sua casa para fazermos uma festa pra uma amiga. Essa festa vai acontecer dia primeiro de maio, Dia do Trabalho, sexta-feira.

Estão me convidando para cantar em uma banda rock&roll do tipo Rock Rocket, mas eu quero mesmo é tocar bateria. Vou começar com isso assim que me formar, por causa do tempo e da grana.


Se for pra eu tocar, gostaria de tocar numa banda mais rock&roll do que metal pesado, mas poderia ter algo a ver com o heavy metal do AC/DC ou Motörhead que é tudo muito bom. Acho que serei vocalista só de brincadeira com os caras, até porque não tenho voz para cantar certas coisas... os caras têm entre 19 e 21 anos, mas tocam bem pra caramba.

Liso do jeito que estava e tendo que levar Luiz Felipe e Luan Henrique para a casa da mãe deles, iria me contentar em dar essa volta de carro com o Brother Flávio e depois, quem sabe, alguma cerveja no Carlão e Playstation II na residência do amigo.

Fomos mesmo pro Carlão, mas aí recebemos uma ligação do Brother Ricardo se convidando para nós o levarmos ao Chão de Estrelas. Tomamos cerveja por minha conta no lugar e depois de resgatarmos o xará, fomos ao outro canto. Não fizemos nada de mais, mas como o lugar é de entrada franca e sempre se encontra gente conhecida por lá, tivemos bons momentos no local. O Ricardo falava da vida e das mulheres, o Flávio encontrou amigos e amigas e eu encontrei dois caras que são amigos meus por herança paterna: eram previamente amigos do meu pai.

O Chão de Estrelas fecha cedo e contávamos com isso, pois no outro dia iríamos comer na casa do Flávio, passar na Saraiva do Manauara Shopping e passar no Metal in Concert III, que rolaria a partir das 23:00 horas no Vitrola Music Bar. Nesse evento iriam tocar amigos meus, o pessoal da banda Break Season, que só toca o que eu gosto de ouvir.

Dormi bem e acordei perto do meio dia e meia no sábado. Fiz um pequeno rancho lá pra casa da Mamma, comprei parte dos ingredientes para o caldo verde que o Brother Flávio iria nos preparar, mas ele me ligou com uma boa e uma má notícia: a má notícia é que ele ira ensaiar com o pessoal da Break Season e que por isso não haveria caldo verde, a boa é que ele iria cantar algo lá no Metal in Concert III.

Porra... não se pode ter tudo! Melhor que caldo verde é uma canja de um amigo num evento como esse.

Passei o dia em frente ao computador. Comi e descansei para estar disposto à noite, tinha muito tempo de sobra, mas sem amigos para me acompanhar não tive ímpeto. Chamei o Irmão Rômulo para sair, mas este não iria porque outros amigos o chamaram para outro lugar. Estes amigos, inclusive passaram por lá e acabamos comendo uma grande quantidade de esfirras do Habbib’s. Mais amigos foram aparecendo, surgiu o Irmão Rafael, fizemos suco, compraram refrigerante, enfim, enchemos o bucho e conversamos muito.

Em algum momento da baderna fui tomar banho e logo o Flávio passava para me buscar. Joguei uns trapos por cima e me mandei.

No Metal in Concert III rolaram vários estilos, mas o que eu gostei mesmo foi da Break Season, que tocou primeiro e que fez uma ótima abertura. Executaram coisas como Black Sabbath, Metallica e Wolfmother. O Flávio cantou Enter Sandman e fez uma participação especial em outra música.

Depois deles rolou a banda de metal gótico/melódico Ashes Cendres. Não gosto do estilo, mas todos os músicos eram excelentes. Não gosto quando misturam canto lírico com metal, mas não posso dizer que a banda não prestava. Só pra vocês terem uma idéia, quando Night Wish fez show aqui (não gosto e não fui), abriu pra eles esta mesma banda, que é daqui de Manaus. O baterista era ótimo e estava comemorando o aniversário de dezoito anos naquele Metal in Concert III! O cara tocava bem e rápido, causando inveja aos outros bateras, ao mesmo tempo em que rodava a peleira furiosamente, além das baquetas, durante todo o show. Uma atração à parte.


Uma coisa que me chamou atenção é que tinham músicas próprias tão boas quanto as músicas internacionais consagradas que eles cantavam. Mais tarde percebi que quase todas as bandas que foram lá tinham isso a seu favor nos currículos, o que só tornava a noite mais especial.

Seguiu uma banda de death/trash metal, a Epidemic. Eles tocavam, além das músicas próprias “muito fodas” segundo o próprio vocalista, coisas como Sepultura das antigas e Slayer. Também eram grandes músicos e os instrumentos deles eram dos melhores. O baterista não usava pedal para chimbau, preferindo usar dois pro bumbo ficar mais nervoso. Foi convidado ao palco Ehud Abensur, que foi quem me chamou pro evento. Ele é vocalista de uma banda de death/trash metal – a Sarcásticos – e já subiu dizendo “eu adoro Slayer” e sorrindo muito. Mandou muito bem, mesmo sem ensaio, a clássica Rainning Blood e, ao terminar, veio com essa “...melhor do que estar no forró, no pagode, é estar aqui, curtindo metal... continuem nesse bom caminho!”


Ele tem presença de palco, de verdade.

Daí entrou uma de heavy metal. Hawake, acho. Tocaram heavy antigo, mas poucos clássicos conhecidos da maioria, deixando aquela impressão de que faltou alguma coisa. Claro que estes também tinham músicas próprias e essas coisas.

Entrou uma quinta banda, a Immortal Faith, que tocava um estilo moderno de metal, desses que há um cara gritando grosso e ininteligível e outro gritando agudo e ininteligível. O que chamava atenção era o fato de que o mesmo cara, um garoto de não mais que vinte anos e cabelo todo colorido, de cachinhos, fazia as duas vozes alternadamente. Realmente inédito, mas aí era hora de sair fora, uma quatro e vinte da manhã.

Deixei o Perseu, o único Brother dos que eu convidei que se dignou a ir, numa parada de ônibus e fui andando pra casa. Claro que lá encontrei muita gente conhecida e amiga, mas seria melhor – sempre é – se fossem também, Talita, Rafaela, Felipe, Rômulo, Ioiô...

Achei dez centavos no caminho de casa, comi algo ao chegar em casa, vi o que havia na televisão e depois fui dormir.

O domingo foi um dia de comer e digitar. Escrevi um bocado, passei a vista no Twitter e Orkut, conversei com amigos e amigas no MSN e recebi gente em casa à noite. Também à noite foi pegar as crianças com o papai e meus meio-irmãos Bruna e Fábio, sempre comendo e bebendo café-com-leite nos intervalos. O domingo me serve para desacelerar, pois se na sexta-feira eu pego embalo pro sábado, no domingo eu relaxo para poder acordar bem na segunda-feira. Recomendo.

Falando em domingo, parece que voltarei a mestrar RPG. Não é bem um sistema que eu prefira, mas é um que tem apelo e que certamente trará jogadores à minha casa.

Segunda-feira fui um pouco mais cedo ao trabalho para contatar pessoas para a festa que estou organizando para o pessoal do trabalho. Vai servir para rever quem saiu e reafirmar os laços também. Falei pra eles levarem birita, comida, essas coisas. Acertarei os detalhes durante a semana com o dono da casa, vendo as horas boas para a festa e se a piscina vai ser liberada ou não. Na quinta eu converso de novo com o pessoal para dizer como será no dia seguinte, confirmar a presença e essas coisas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009



Muita gente prefere filmes/quadrinhos/seriados de vampiros aos de mortos-vivos. É legal mesmo, mas o caso é que os mortos-vivos deram origem aos vampiros, sendo estes últimos fruto da imaginação lasciva dos safadões da idade média.

Isso acontece o tempo todo, aliás. Sucubus é um tipo de demônio de forma feminina que vem te roubar o esperma durante seu sono. Se você acordar durante o “trabalho” dela, vai descobrir que ela se parece com a velha mais horrível que você já viu na sua vida – e pelada – mas com o passar do tempo inventaram que a sucubus era uma gostosa. Tipo, se vai me fazer gozar, tem de ser ao menos bonitinha, né?

Na verdade tratava-se simplesmente de polução noturna.

Os mortos-vivos, por outro lado, existem mesmo. Todo boato descende da verdade, e do mesmo jeito que a polução noturna deu origem às sucubus, os zumbis originaram os vampiros. Isso não faz parte do Manual que estou escrevendo, é simplesmente uma coisa que me ocorreu e resolvi postar por aqui.

Os vampiros mudaram e mudarão muito com o passar do tempo. Minha área de conhecimento é mortos-vivos e os vampiros não deixam de sê-lo, daí dei uma estudada no assunto. Minha pesquisa sobre vampiros mostram o seguinte:

a) Originalmente wampyr era o cadáver de um homem ou mulher que se levantava do túmulo para se vingar. Ele não era bonitinho como O Corvo, mas um verdadeiro morto-vivo devorador de gente. Isso porque não existia vampiro porra nenhuma, o que existia – e existe ainda – são mortos-vivos.

b) Com o passar do tempo, criaram histórias escritas sobre os wampyr e o nome foi mudando para vampire (quando veio da Europa Oriental para a Ocidental, por influência do inglês). Nesse período inventaram que este bebia sangue porque este era o fluido responsável pela força vital da pessoa, segundo o entendimento da época.

c) Muita gente achava que faltava sexo nas histórias, daí fizeram o vampiro ficar bonitinho e rico, pois aí seria fácil atrair as presas. O vampiro ainda tinha cara de morto: pele branca e fria demais, olhos injetados, hálito de carniça...

d) Deram-lhes super-poderes para que pudessem segurar as vítimas de maneira mais eficiente. Embonecaram ainda mais o morto.

e) Finalmente alguém fez “Drácula”, baseado num personagem histórico real, o Vlad Tepes, empalador de turcos e guerreiro cristão, que era muito doido e matava qualquer um por qualquer coisa.

f) Daí por diante pode-se inventar qualquer coisa. Há histórias que dizem que vampiros podem ter filhos se forem “de baixa geração”, ou seja, vampiro que se tornou isso porque foi mordido por um vampiro que foi mordido por um vampiro, que foi mordido por um vampiro... tem mais de gente do que de vampiro. Ainda há o dampiro, que é um homem com poderes vampíricos por algum motivo, como o Blade, que nasceu de uma mulher que estava sendo transformada em vampiro, mas não terminou sua transformação. Existem novelas e filmes que ficariam muito caras se fossem rodadas à noite, daí criaram vampiros que andam de dia, vampiros vivos, que são mais mutantes que amaldiçoados, vampiros com protetor solar fator 200, et cetera.

g) O que existem mesmo são vampiros psíquicos, mas eles não são mortos-vivos, são gente como a gente e a maioria nem sabe que é vampiro.


Sempre que ouvir um boato, verifique a fonte. Repito: todo boato descende da verdade.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Regras gerais no combate aos mortos-vivos

Se levarmos em consideração que o Dia Z não chegará repentinamente, que o mais provável é que você enfrente apenas alguns em algum momento da sua vida, que ainda haverá Lei e Estado pronto para aplicá-la e que você tem algum tempo para se preparar nestas condições, algumas regras gerais devem ser observadas na sua preparação a fim de combater zumbis.


Observe a Lei – Atirar na cabeça de um morto-vivo pode impedir que a insurreição se alastre e evita baixas humanas, mas se tudo o que os policiais encontrarem chegando ao local for você de arma na mão e um corpo no chão, você será preso. Ao adquirir armas, sejam quais forem, certifique-se de que tem todos os vistos e licenças necessárias. Nunca compre armas ilegais. No Brasil, por exemplo, é muito fácil conseguir uma arma de fogo, mas muito difícil conseguir licença para usar. De qualquer maneira, armas brancas são mais silenciosas, sutis, difíceis de serem rastreadas e de fácil acesso se comparadas a armas de fogo.


Treine regularmente – Conseguiu um rifle? Aprenda a atirar, mas também a montar e desmontar, a limpar e regular. Comprou uma katana? Estude como usar, mantenha afiada e em local seguro. Só tem um pé-de-cabra? Aprenda a usar como arma branca, mas também aprenda como arrombar portas e abrir caixas com ele. Aprenda a correr e a nadar longas distâncias. Aprenda a lutar.

Se você vai ficar escondido algum tempo em casa, precisa saber consertar e manter algumas coisas, precisa saber reforçar portas e janelas rapidamente, precisa saber reparar fiações elétricas e consertar qualquer equipamento necessário para a sobrevivência, por exemplo. Muito disso é fácil de ser aprendido, só requerendo pouco tempo para aprender e um amigo que queira ensinar. Antes do Dia Z, sempre que encontrar um vazamento de água ou ventilador com problemas, procure arrumar isso do lado de alguém que entende para ver como funciona. É uma ótima forma de aprender


Cuide das suas coisas – Tudo o que você tem, tudo mesmo, deve ser verificado e inventariado. Você deverá saber não só como cuidar, mas quando trocar. Você precisa saber exatamente o que tem estocado, quando acabará o prazo de validade, que ferramentas possui, quando passar óleo nelas, assim como precisa saber fazer os consertos. Aparelhos a pilha serão úteis, mas as pilhas acabarão e provavelmente haverá falta de energia, então economize sempre e só use quando estritamente necessário.


Prefira o melhor – Existem muitas marcas no mercado, mas várias não são boas. Se o dinheiro permitir compre o melhor possível. Nem sempre o mais caro será o melhor, mas equipamentos de boa qualidade nunca serão baratos.

Existem também muitas réplicas no mercado. A última coisa que você vai querer é que a sua espada quebre quando acertar uma parece enquanto está em algum beco, com a única saída fechada por uma dezena de zumbis. Aprenda a diferenciar um do outro ou deixe esse tipo de compras com o especialista do seu grupo.


Entre em forma – A diferença entre ser uma vítima ou um sobrevivente pode estar no quanto você estará fisicamente preparado quando uma catástrofe acontecer. Saber se livrar de inimigos com um mínimo de esforço, se livrar das garras de um morto-vivo sem precisar esmurrá-lo – o que pode resultar em contágio – se esquivar de ataques em geral, pois muitos problemas virão de pessoas desesperadas que vêem com você algo que querem agora. Se tudo mais falhar, você está pronto para nadar até aonde for necessário ou correr alguns quilômetros? Se não, comece a treinar o quanto antes.

Outra coisa importante é saber cuidar da saúde, ao menos em um nível básico. Seu corpo é a melhor arma, e precisa ser bem conhecida, bem cuidada, bem trabalhada. Aprenda a verificar a pele, olhos e as unhas, que são ótimos indicativos de problemas maiores. Monitore a freqüência cardíaca, pressão e a temperatura ao menor sinal de problemas e, antes que os mortos venham atrás de você, vá aos médicos e procure por qualquer problema pré-existente que possa ser contornado e aprenda a lidar com os que não podem. Existem diabéticos que vivem de forma mais saudável que não diabéticos porque incorporaram ao seu dia-a-dia dietas e exercícios regulares.

O tipo físico é importante também. Assim como você vai procurar por qualidade em qualquer coisa que vá adquirir, tem de procurar por qualidade de vida para você. Se você for magro ou gordo demais, vai ter problemas relativos à falta ou excesso de peso. Da mesma forma, se for musculoso demais, vai ser difícil flutuar na água tempo demais, correr por tempo demais e mesmo passar por alguns lugares apertados. Além disso, muitos músculos requerem muitas calorias por dia e num mundo regrado pelo racionamento, isso pode vir a ser um grande problema. O ideal será estar em forma, apenas isso. Forte, mas sem hipertrofia.