sexta-feira, 28 de junho de 2013


Zen Pencils! Arte de Gavin Aung Than com traduções de Érico Assis e Fabiano Denardin.


Post Scriptum: sim mas… tenta isso sem grana!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013




Dia desses eu fiz um post sobre um filme que vi no YouTube – 2 Hours – que eu gostei muito e que chama atenção por ser um bom filme feito por apenas três pessoas que agiram como produtores, maquiadores, editores de som, diretores... tudo por uns poucos milhares de dólares.

Já naquele dia eu vi um outro filme – Decay – mas não parei pra ver porque estou bastante ocupado neste último trimestre de gravidez da Nilsandra.

Consegui parar para assistir o filme tempos depois. Fui assistir principalmente porque li sobre o assunto e vi que, além de ser um bom filme, também foi feito com pouquíssimo dinheiro, com equipamento emprestado e foi totalmente filmado dentro do Grande Colisor de Hádrons, que é onde o diretor do filme trabalha.

Pois é: o cara é estudante de doutorado no Grande Colisor de Hádrons e fã de filmes de zumbi. Ele passeava lá por dentro dia desses quando pensou “seria legal um filme de terror aqui”. Pediu e obteve permissão para filmar por lá. Começou o filme por diversão e acabou com um troço sério nas mãos. Tudo custou absurdos 3.225,00 dólares! Levou dois anos para concluírem o trabalho e o filme foi lançado no final do ano passado, em 8 de dezembro, para assistir e baixar no YouTube e no Vimeo.

Quando eu vejo isso assim fico TRISTE em saber que no Brasil, meu país, tudo seria muito mais caro por falta de vontade política, preconceito com filmes de terror e pensamentos do tipo “e o que eu ganho com isso?”

O nome do diretor é Luke Thompson. A idéia dele é satirizar com a percepção errônea da maioria das pessoas sobre a ciência do Grande Colisor de Hádrons. O filme é sobre um acidente em que o Colisor transforma pessoas em zumbis.

Manjou aí a ironia?

Elenco:

Zoe Hatherell como Amy
Tom Proctor como Connor
Stewart Martin-Haugh como James
Sara Mahmoud como Kate
William P. Martin como Matt

Quer visitar o site original? Clica aqui! Recomendo!

Quer baixar o vídeo? Visite o Keepvid e cole o link do YouTube no espaço correto por lá e bom donwload!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Juízo Final – Parte 7 – Novo Isolamento

Depois de muitos gritos para que largassem as armas e muitos gritos de “não estamos armados” em resposta, descobriram que estavam cercados pelos ocupantes do Carrefour, que ao ouvirem o barulho das caixas sendo empilhadas entenderam que estavam sendo invadidos pela horda balouçante que estava sempre ali do outro lado da rua.

Logo depois foram levados ao salão principal da administração e se desenrolou uma discussão sobre o que fazer com eles. Luiz lembrava bem demais da discussão similar que ocorrera no DB da Cidade Nova, mas temia que aconteceria algo pior que ficar trancado por um dia inteiro no frigorífico.

Ele estava certo: resolveram trancar o homem e a velha por dois dias no frigorífico desativado.

Sem ter ninguém para acalmar, Dona Maria Antônia se chegou a Luiz e se puseram a conversar. A velha era boa de conversa e passaram muito tempo falando, em geral sobre amenidades. Quando Luiz tentou perguntar como ela estava sobre as netas e a filha que ficaram pra trás foi bruscamente interrompido. A avó não queria ficar pensando nisso. Era uma pessoa prática e se preocupar com elas não levaria à nada.

Quando não estavam conversando Dona Maria Antônia rezava. Ela murmurava e por isso Luiz sabia que eram rezas católicas. Ficara meio desnorteado com o tempo que ficou desmaiado, mas deveriam estar se encaminhando para a Páscoa, festa importante para o catolicismo.

Não queria interromper, mas conforme o tempo ia passando e as rezas não se interrompiam, Luiz teve de perguntar.

- Quando foi que isso começou? A senhora tem alguma idéia de porque isso está acontecendo?
- Isso começou com a Quaresma. Acho que vai acabar junto com ela – disse Dona Maria Antônia.
- Junto com a Quaresma? Você acha que isso é obra de Deus? – Luiz perguntou.
- O Diabo não tem poder para trazer o Fim dos Tempos e só Deus pode ressuscitar os mortos. – Foi a resposta da velha.

Luiz não era muito religioso, e estava até inclinado a concordar com a história do Apocalipse, mas não podia acreditar que fosse acabar em meros quarenta dias.

Dona Maria Antônia seguia rezando. Na catequese Luiz aprendeu que o tempo da Quaresma era – ou deveria ser – um tempo de purificação e penitencia através de rezas e jejum. Já se passara um dia e não lhes trouxeram nem mesmo água, então só precisava rezar para entrar no clima. O caso é que rezar não estava nos planos de Luiz, pois se Deus permite que uma coisa assim aconteça não receberia oração nenhuma dele. Ir pro Inferno? Seria pior que isso que Manaus se tornou? Tinha sorte de estar trancado no escuro. Escapou por pouco de ser destruído por criaturas que não deveria existir fora da ficção.

Dois dias agora. Abriram as portas.

Falavam com eles, os cativos, como se estivessem OK, mas não estavam. Ambos se encontravam terrivelmente debilitados pelo confinamento sem comida ou água. Falavam com o homem e a velha, mas estes mal entendiam o que estava acontecendo. Manaus é quente e a desidratação ocorre muito rápido. Em algum momento alguém se lembrou de que eles estavam assim e daí trouxeram uma espécie de sopa aos prisioneiros, que dormiram imediatamente após se alimentarem, ali no chão mesmo, ao lado dos pratos.

Dormiram bastante e não foram incomodados. Quando acordou, Luiz viu que Dona Maria Antônia já estava de pé, conversando com uma senhora de rosa, a mesma que lhes dera sopa.

Essa senhora se voltou para Luiz e lhe disse simplesmente “é Domingo de Alegria”.

“Porra nenhuma”, pensou Luiz, “Alegria é o caralho”. Mas não pôde deixar de notar que Dona Maria Antônia estava até bem animada ao falar com essa senhora, uns dez anos mais nova que ela.

- Ela também acha que isso vai passar com a Quaresma. – disse Dona Maria Antônia - No fim da Quaresma teremos a Páscoa, época em que Jesus derrotou a morte e passou a ensinar outras coisas aos apóstolos por outros quarenta dias.
- Dona Antônia, não tem jeito das coisas voltarem ao normal depois disso. Tá tudo mito ruim! – Luiz replicou.
- Antes não estava bom. Vai ser tudo diferente depois disso.

Luiz se afastou rapidamente. Não tinha nada contra a velha, mas não iria ficar ouvindo calado e não queria discutir agora que finalmente estava livre. Não havia ninguém vigiando a velha ou ele e sentiu que as coisas iriam melhor ali do que fora no supermercado da Cidade Nova.

Depois de chegar ao supermercado propriamente dito, viu que as pessoas não estavam muito preocupadas com ele. Na verdade, mal lhe davam atenção. Ninguém ali parecia preocupado com lhe explicar regras ou coisa assim. Ninguém parecia ser o chefe.

“Bom. Muito bom.”

Havia uma espécie de posto de observação montado perto de uma das janelas altas daquele lugar. As janelas eram altas demais para que se pudesse olhar por elas do nível do chão e foram construídas obviamente para iluminar. Os ocupantes do lugar fizeram uma espécie de rampa de entulho e havia uma jovem cabocla, muito bonita, olhando pela janela. A mulher o viu, fez sinal que se aproximasse fazendo silêncio com um bonito sorriso nos lábios.

Ele se aproximou. A mulher lhe apontou o exterior e disse que deveria olhar o tempo todo, pois os mortos nunca deixavam de tentar entrar depois que descobriram que havia gente em um lugar.

- Olha lá: eles nunca deixam de tentar entrar nos apartamentos. Ainda há gente por lá. – Disse ela.
- Pelo menos estão seguros – começou Luiz, pensando em sua mãe, mas a mulher ficou séria e fez que não com a cabeça. Seus cabelos longos e negros, presos num rabo de cavalo no alto da nuca, balançavam graciosamente. Ela era mais alta que ele.
- Eles não dever ter mais comida em casa. Acho que por morarem perto do supermercado não se preocupavam muito em guardar muita comida em casa. Vez em quando um pula pela janela. Estamos bem melhores do que eles.

Nesse momento, viu exatamente isso do outro lado da rua. De uma dos apartamentos mais baixos do Parque Sabiá, um homem pulou para o chão, quebrou ambas as pernas no processo e foi imediatamente cercado pelos zumbis. Não teve nenhuma chance. O gemido dos monstros ficou tão alto que não podiam ouvir os gritos do pobre diabo.

- Acho que esse tentou sair pra procurar comida, mas a maioria pula pra se matar, mesmo. – dizia a mulher, com certo fascínio no rosto. Se ela soubesse que a mãe do homem ao seu lado poderia estar ali, teria fingido compaixão pelos coitados do outro lado da rua?

Luiz olhou mais uma vez para a mulher, que olhava a movimentação do lado de fora. Olhou bem. Ela era mesmo muito bonita.

Estaria Luiz apaixonado por ela?

CONTINUA SEMANA QUE VEM.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Essas são as primeiras fotos do Max fora da barriga da mãe dele, Nilsandra Maria, minha Bonitona. Ele é branco, cabelos pretos, tem mais de quatro quilos e é bonitão. Gostaria de falar mais agora sobre o parto em si e em como estivemos correndo atrás de uma cesária – o parto rolou por cesariana, como a Nill queria, mas foi totalmente aleatório – mas estou cansado, uma vez que passei 13 horas no hospital. Nada comparado, claro, com o que passará a Nilsandra, que tem ainda uns 3 dias de hospital pela frente e uma longa recuperação pós-operatória. Estamos felizes com a vinda do Max a este mundo tenebroso e, enfim, relaxados após correr tudo bem no processo.








Pôster do Zen Pencils da semana! Arte por Gavin Aung Than e traduções de Érico Assis e Fabiano Denardin.


Post Scriptum: hei de vencer!

quinta-feira, 20 de junho de 2013



Isso é o que um amigo postou no Facebook sobre os protestos. Gostei tanto que pedi licença para publicar aqui e fui atendido. Seu nome é Osimar Medeiros.

vejo nego falando que os manifestantes não sabem o que querem e que pra serem levados a sério devem mostrar anotada num papelzinho rosa toda a pauta de reivindicações -- detalhando exatamente o que pleiteiam.

na moral -- eu acho isso de uma cabacice atroz -- um cinismo dos 500 mil caralhos. coisa de quem não sabe nem quando goza.

faça-se um paralelo -- vou colocar um exemplo bem idiota:

um gerente precisa contratar um analista programador prum projeto. dúvidas:

#1 esse gerente precisa obrigatoriamente saber programar softwares ?

#2 esse gerente precisa obrigatoriamente saber programar softwares e saber modelar dados e debugar o código ?

pois é -- ele não precisa -- o que ele precisa é:

#1 saber gerenciar o contratado
#2 se assegurar que ele esteja:
#2.1 no prazo
#2.2 entregando o que foi requisitado
#2.3 motivado

caso o contratado não esteja entregando o que foi solicitado no prazo por estar desmotivado -- existem duas situações:

#1 o gerente não sabe motivar cobrar e especificar o que precisa
#2 o gerente sabe fazer tudo isso mas o contratado é um pau no cu que
acha que não precisa ser liderado.

nestes 2 casos a solução é uma só: demissão sumária. ou do gerente ou do contratado.

voltando -- creio que esteja claro que neste exemplo idiota o gerente é o eleitor e o contratado é o político eleito.

não deve ser difícil entender que:

#1 o gerente [eleitor] demite o contratado [político eleito] quando deixa de elegê-lo nas eleições vindouras.
#2 o gerente [eleitor] é demitido de suas funções quando faz merda atrás de merda -- a diferença é que pro eleitor o desemprego dura -- no jargão popular -- 4 anos e não há seguro pra receber na caixa econômica.

e caso o gerente [eleitor] tenha contratado um desenvolvedor [político eleito] mas devido a algum entrave burocrático não pode demiti-lo ? então ele precisa *motivar* o contratado a trabalhar direito -- seja com aumento seja com promoção seja com sodomizações diárias.

no caso dos manifestantes de hoje -- bem -- veja a televisão as redes sociais os jornais as rádios e concorde comigo:

políticos brasileiros -- depois dessa ruma de piquetes -- não é possível que não tenham entendido o recado:

políticos eleitos -- sintam-se devidamente *motivados* a fazer seu trabalho -- que é:

#1 entregar o que foi pedido no prazo [cumprir as promessas de campanhas antes das próximas eleições]
#2 entregar o que foi pedido ponto [cumprir as promessas de campanhas]
#3 usar seu conhecimento técnico para resolver os problemas que o gerente não sabe que tem -- esse é o principal -- pois você que foi contratado [eleito] *estudou* pra isso.

eu não preciso entender de alíquotas orçamentos planilhas orçamentárias controle financeiro pra saber que um aumento na passagem de ônibus vai foder meu orçamento doméstico ao fim do mês.

o que eu preciso é que algum filha da puta responsável resolva esse problema.


quarta-feira, 19 de junho de 2013




Protestos rolando em São Paulo estão influenciando outras cidades a fazerem o mesmo. Alguns países estão apoiando os protestos no Brasil, pois sabem o que a gente passa – ainda que por alto – e simpatizam. Mas não são os governos, o Estado do país que simpatiza conosco, mas a população.

Todo poder emana do povo, mas quando o povo é apático fica difícil. Os políticos hoje, na maioria, vêem o país como um salf-service em que eles podem ir por lá e comer tudo o que puderem pegar.

Self-service não, boca-livre mesmo!

Daí, como diz um amigo meu, se você é cliente e o funcionário que você contrata não faz o serviço direito, você ou demite ele ou “dá uma sodomizada” nele. Nós somos os clientes e os políticos, nossos representantes, nossos funcionários. Nós os colocamos lá e não vai dar para fazer impeachment de todos eles, daí sobra a segunda opção.

É preciso que alguém vá lá e sacuda os nossos representantes. Um cara só não seria levado à sério. Uma quantidade significativa da população já é mais condizente.

Apenas manifestações pacíficas também não resolverão. Eles mandaram descer porrada nos manifestantes e, aí sim, rolou baderna.

A baderna é benéfica. Do caos nasce a ordem. Quando a monarquia caiu na França, por exemplo, surgiu uma forma melhor de governo, mas para isso tiveram de matar TODOS os nobres, porque do contrário poderiam aparecer simpatizantes e eleger um novo Rei a partir de qualquer um desses sobreviventes.

Amanhã, 20.06.13, às 17:00 horas, na Praça da Matriz (no Centro), vai haver um protesto pacífico. As pessoas andarão dali até a Arena da Amazônia (o novo estádio), atravancando tudo. Vai ser pacífico, mas lojistas do Centro irão fechar as portas com medo de vandalismo, polícia irá aparecer e não sabemos como tudo irá terminar. Acredito que se ninguém mandar bater em ninguém correrá tudo muito bem.

Se puder, vá. Quem é omisso é até conivente com a corrupção do país.

Deixo vocês com fotos que não aparecem muito por aqui e que vi em um site internacional.


 A polícia chega e taca gás lacrimogênio imediatamente.





Protestante cambaleando por causa do gás.


  Repórter da Folha, Guiliana Vallone, aparentemente atingida no rosto por uma bala de borracha.




 Falange de policiais asseguram um perímetro.


 
 O povo faz uma barricada de fogo para evitar o avanço das tropas.



 Os policiais avançam com escudos mesmo assim.



 Policiais brandindo escopetas contra protestantes dersarmados.


 

 Preparar.
 

 FOGO!
 

 Pois é: veículo blindado na parada.
 

Nada pra ver aqui. Circulando.
 
 Resultado de uma ação "apropriada" da polícia.
 

 Fotógrafo da Future Press Agency, Sérgio Silva, um dos jornalistas atingido por bala na cara, e que pode agora ficar cego.
 

Policial deliberadamente usando spray de pimenta em um cinegrafista devidamente identificado.