Ontem aconteceu tudo: minha filha foi
hospitalizada por causa de duas infecções diferentes – causadas por gripe e
picada de inseto – que me tomaram a manhã inteira. Fiquei contente de encontrar
um antigo professor meu da faculdade (lecionava Genética), o Afrânio, que agora
era pediatra. Ele sempre quis e o congratulei por isso. Ele, sempre sério,
sorriu por isso e disse “a gente corre atrás” ao mesmo tempo que me apertava a
mão. Acho que não me reconheceu, mas não era um aluno notável, anyway.
Voltando para casa, iria comer algo e
sair pra trabalhar, quando chegaram homens para cortar a energia em minha casa.
Moro alugado e a casa está com pendências ainda do outro inquilino. Por sorte
eu podia pagar para resolver logo (descontarei o valor do aluguel) e podia
também pagar para reinstalarem com urgência a luz em minha casa. Não fui
trabalhar, mas tive de olhar tudo por aqui. Filha doente, lida da casa, e mais
tarde religação da luz. Até mesmo tive de subir no muro para ajudar a cortar
fio.
Na hora de dormir minha esposa começou a
se sentir muito mal, alternando entre lucidez e ausência de consciência. Fomos
para o Instituto da Mulher, na Mário Ypiranga (antiga Av. Recife), e lá não
descobriram o que ela tinha a princípio: pressão OK, não estava em trabalho de
parto, pulso OK...
Pois é: ela está com mais ou menos 39
semanas de gravidez e desmaiava por causa desconhecida.
Depois de diversos exames concluiu-se
que era hipoglicemia e lhe injetaram meio litro de soro com 5% de glicose. Ela
finalmente conseguiu dormir. Saímos de lá às cinco da manhã, totalizando sete
horas de hospital. A mãe dela, Dona Nilce, estava ficando DOIDA! E nesse tempo
todo eu tive de ir até ela, que ficou de fora uma vez que só um acompanhante
poderia estar ao lado da minha Bonitona, para lhe dar informes.
Destaque para o namorado da Dona Nilce,
Antônio, que nos levou até lá e esperou acordado por todo este tempo, com as
meninas Maria e Mariana dormindo no grande porta-malas do seu carro.
Dormimos das seis da manhã às onze
horas. Graças à Deus a Mariana resolveu dormir até aí também e me permitiu descansar.
Liguei para o pessoal do trabalho. É o
segundo dia seguido que não vou trabalhar por causa de problemas médicos, mas
preciso olhar as minhas pacientes.
Com tudo isso, só tenho a dizer que
tenho sorte de ter amigos com carro, sogra amiga, médicos competentes,
enfermeiros atenciosos, geladeira e armários cheios de comida, remédios
comprados, dinheiro na mão e principalmente por estar saudável para fazer tudo
isso e não arriar doente. Agora estou cuidando da casa, da minha gata e da
minha bebê e estamos em paz.
Mais uma coisa: FELIZ DIA DOS NAMORADOS,
MINHA BONITONA!
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