sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Olha lá: fotos mais recentes da Mariana Augusta, filha do Cão! Os meninos que aparecem lá são meus meninos Luan (esquerda) e Luiz (direita)









quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mais fotos da Mariana Augusta. Essas fotos são "antigas", hoje ela está fazendo dois meses de idade. A roupa de oncinha foi presente da Talita. Depois descobrimos que as luvas de lã a faziam espirrar o tempo todo e daí tiramos para nunca mais.





terça-feira, 16 de novembro de 2010




E-mail enviado pelo Irmão Rômulo


Zé namorava Maria há 5 anos. Uma moreninha de corpo escultural, bundinha perfeita, peitinho durinho de olhar para cima... Simplesmente as medidas de uma Deusa grega.
Só havia um problema para José: até hoje Maria não tinha liberado nada mais que uns amassos.

Um dia, os dois a rolar pelo sofá, pega aqui, pega ali, mão naquilo, aquilo na mão, etc., José começou a tirar a blusinha de Maria, abriu sua calça e quando achou que finalmente ia rolar.
Maria cortou o barato falando:

- José, eu sou moça de família. Só vou transar com você depois de casar. Quando acontecer, até tulipa roxa eu farei com você.

Sem entender o que era 'tulipa roxa' José levantou-se e saiu. Foi à casa de Joana, uma loirinha aguada que era um caso antigo dele, daquelas que liberava geral. Ao chegar José não pensou duas vezes e foi logo para cima de Joana. Rola prá cá, rola prá lá, depois de várias posições
ele não pensou mais e disse:

- Joana, não acha que já estamos sem muitas idéias para nossas transas?
- Também acho, Morzinho.
- Então, quem sabe você poderia fazer uma tulipa roxa?

Joana ficou branca e logo gritou:

- QUEM VOCÊ PENSA QUE SOU? POSSO SER SUA AMANTE, FAZER TODO TIPO DE SACANAGEM, MAS VOCÊ ESTA ACHANDO QUE SOU DESSAS QUE FAZEM TULIPA ROXA?

A moça enfiou a mão na cara do coitado!

- FORA DAQUI, JÁ!!

Jogou tudo o que tinha em cima de José, que não teve alternativa a não ser sair correndo, com as calças na mão. No dia seguinte José foi para o trabalho, mas não parava de pensar como deveria ser a tal 'TULIPA ROXA'. Claro que não perguntou para nenhum amigo, pois não
queria passar vergonha. A solução seria uma visita ao puteiro local (tipo Café Monique, Privê Panteras). Para lá se dirigiu, à noite. Depois de beber umas e outras, sentiu-se preparado e chamou uma das 'garotas', linda, de parar o trânsito.

Ao chegar ao quarto foi logo perguntando:

- Você faz realmente tudo?
- Claro. Estou aqui pra isso, fofinho.
- Qualquer coisa, mesmo?
- Sendo franca: estou aqui para ganhar dinheiro e faço tudo o que for; preciso, anal, oral, o que você quiser.
- Então vamos começar logo com a tulipa roxa?

Sem pensar, a putinha tascou um tremendo tapa na cara de José e foi gritando:

- SEU SEM VERGONHA. SOU PUTA, MAS NÃO SOU QUALQUER UMA. QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU?!!!

A vagabunda enfiou a mão na cara do coitado, de novo!

E continuou gritando, enquanto fora do quarto todo o mundo escutava seus berros. Sem entender o que estava acontecendo o 'segurança' (vamos ser francos, o cafetão do local) invade o quarto, irritado, pergunta:
- Senhor, o que está acontecendo aqui?
- Meu caro, eu só perguntei se ela fazia de tudo. - respondeu José.
- Ora, aqui todas fazem de tudo. Não estou entendendo. - disse o cafetão.
- Mas, quando eu pedi para ela fazer tulipa roxa ela enlouqueceu...

Sem deixar José concluir a frase o cafetão saca revólver e vai berrando:

- AQUI É UM PUTEIRO DE RESPEITO, MINHAS MENINAS NÃO SÃO DESSE TIPO. SAIA DAQUI, SEU FILHO-DA-PUTA, SENÃO TE FURO O RABO!!!

E José , novamente sem ter escolha, saiu correndo e foi para a casa de Maria. Ao chegar, falou:

- Maria, case comigo, agora, por favor.

Afinal, José não agüentava mais não saber o que era tulipa roxa. Dois dias depois casaram-se e foram para a lua de mel. José esperançoso. Mas no caminho da lua de mel, sofreram um acidente Maria morreu. Até hoje José chora. Não de saudade, e sim de raiva, pois não
conseguiu descobrir o que é tulipa roxa...
...E NÓS, também, vamos ficar com raiva. Afinal, se José não descobriu o que é tulipa roxa,
muito menos eu, que só recebi esta mensagem de um filho-da-puta que também não sabia, e perdi um tempão lendo essa porra deste e-mail e não descobri O que é essa merda de tulipa roxa.

Então pensei, ' Por que não dividir a frustração com vocês? '

Afinal, vocês são meus amigos

Post Scriptum: Na verdade, eu SEI o que é. Se você não sabe, olhe aqui.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010




Mais um pouco da história do nascimento da Mariana Augusta escrito por quem a trouxe ao mundo: Nilsandra Maria, a professora mais bonita do SESC


Não sabia a hora exata naquela sala isolada, mas sabia que era manhã e finalmente o café estava por vir, sentia bastante fome. Até que a refeição foi boa, tinha café com leite, mingau, pão, geléia, fruta. Após o café fiquei sentada por um bom tempo, houve troca de turno e aquela enfermeira boazinha foi embora. Vieram outras não tão atenciosas, eu e a outra mulher que teve bebê perguntávamos o tempo todo se já havia leito para a gente e nada.

Levaram a Mariana para mim, para que ela mamasse, ela estava com o pagãozinho lilás e eu pude ficar com ela um pouquinho nos braços, era o que eu mais queria. Tentei fazê-la mamar, mas ela estava mais a fim de dormir então a enfermeira levou-a de volta para o berçário. Houve um lanche no meio da manhã, consegui tomar um banho rápido com ajuda de uma outra enfermeira que a pedido da outra mãe foi levada para tomar banho e depois que ela voltou foi a minha vez, porém eu ainda estava sem as minhas coisas, acho que a mamãe havia saído da recepção quando foram chamá-la e por isso voltei para a mesma sala com a mesma roupa.

Para meu alívio, finalmente desocuparam um leito na enfermaria e me levaram para lá, já passavam da 10h. Sentei numa cadeira de rodas com o meu sorinho no colo e uma enfermeira me levou até o leito 10. Pelo caminho vi as salas de cirurgia, umas portas abertas, gente sendo operada. Passei pela sala onde tive a Mariana e disse “olha a minha sala de tortura”, a enfermeira riu daquele comentário e por um instante lembrei daquele filme “O albergue”, lembrei também de um sonho dos muitos que tive quando estava grávida da Mariana.

Uma vez sonhei que eu entrava na Maternidade da Unimed e via que estava em condições precárias, era um ambiente horrível, o atendimento era péssimo. Eu deveria ter seguido minha intuição, pois por várias vezes pensei em ter bebê em outra maternidade. A minha primeira filha nasceu na Nazira Daou e não tive grandes problemas, fiquei com a Maria desde as primeiras horas, já na Unimed, depois de quase 12h é que consegui ir para um leito e até então nem tinha amamentado a bebê, fiquei muito decepcionada com a Unimed.

Quando cheguei à enfermaria fui para o meu leito, logo me entregaram a minha bolsa e pude tomar um banho decente, trocar de roupa e aguardar minha bebê. Após o banho, vesti uma camisola nova das que o meu maridão comprou e o meu chinelinho também novo. Alguém do quarto me perguntou se eu havia tido normal e eu confirmei, muita gente se admira, vêem como um ato de coragem. Na sala em que eu estava todas as outras mães haviam feito cesariana.

Resolvi andar um pouco, fui até a porta de entrada e vi o meu amor sentado na recepção, pedi para o guarda chamá-lo pois passei um tempão esperando ele olhar para a porta onde eu estava e nada. Quando ele veio falar comigo me senti bem melhor, contei como foi minha noite, que eu não estava muito bem, que eu queria ficar com a Mariana, que naquele momento eu tinha ido para a enfermaria, enfim, que a noite foi horrível, longe dele e da bebê.

Me despedi dele e voltei lá pra dentro, pedi novamente para trazerem a bebê para mim. A mamãe e o Ricardo entraram na enfermaria onde eu estava. O Ricardo entrou sem poder e ficou sentado meio que escondido para não tirarem ele dali. Finalmente a enfermeira chegou com a Mariana e eu senti um alivio, o Papaizinho foi chamado atenção pois não devia estar ali. Depois que a enfermeira saiu, passamos uns minutos mais ali, conversando, nos despedimos e depois ele saiu, ficando só a mamãe ali me fazendo companhia.

Eu e a mamãe limpamos e trocamos a roupinha da Mariana, coloquei um pagãozinho branco e tentei amamentar, porém ela ainda estava dando preferência para dormir, fiquei preocupada pois ela ainda não havia mamado, mas uma enfermeira me tranqüilizou dizendo que no berçário ela havia tomado leite pela manhã.

E o domingo foi passando, almocei, lanchei, recebemos visitas dos parentes, tiramos fotos, a mamãe ficou lá comigo me ajudou e também ajudou outras mães, que precisavam de alguma coisa. Ela é assim, muito prestativa e eu admiro muito isso na minha mãe. Naquela noite ela dormiu no hospital para me acompanhar. Eu senti muita falta do meu maridão, foi difícil dormir longe dele.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As tão esperadas fotos da Mariana Augusta.


Quase como veio ao mundo, com uma hora de vida.


Vestidinha...


...e encapada!


Oi?


Cadê meu dedinho?

Semana que vem tem mais!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010




Aqui você tem a segunda parte do parto da Mariana. A maior parte foi escrita pelos minha Bonitona, mas há uns comentários meus inclusos no final.


Eu mal conseguia andar, deitar então nem pensar! As contrações não davam tempo, depois de muito esforço, esperei uma contração passar e deitei ao olhar impaciente daquela médica como quem dizia “deita logo, porra!”, mandou eu abrir as pernas e me deu um toque horroroso, cheguei a ver sangue na luva dela. Então, ela me disse que eu já estava com 7 para 8 cm e pediu a enfermeira que me aplicasse a ocitocina para acelerar (ainda mais) o trabalho de parto e a bebê nascer antes de meia noite.

Me recordei que no nascimento da minha primeira filha, essa ocitocina não fez efeito de início, passei uma tarde inteira tomando essa medicação com soro e não sentia dor alguma, somente depois que me aplicaram um segundo soro sem medicação é que fui sentir as dores. Constatei que é verdade quando dizem que nenhuma gestação é igual a outra.

Eram mais de 22h30 quando me aplicaram a medicação e desta vez foi diferente, o efeito do medicamento foi imediato. Já haviam passado 5 anos desde o primeiro parto e não me lembrava do quanto doía. Com o medicamento, eu já delirava de tanta dor, não conseguia controlar o tremor das mãos, gemia mais ainda, provavelmente minha pressão subiu, ela foi verificada mas não me atentei para saber quanto estava, teve um momento em que já não agüentando mais, pedi para a enfermeira chamar algum médico e disse que queria ser cortada, eu estava já fora de mim e queria de alguma maneira me livrar logo daquele sofrimento.

Para aquelas pessoas que sempre fazem aquela pergunta: “E ai dói muito?”, sou meio intolerante ao responder “não, faz cócegas, não agüentava de tanto rir”. Para esclarecer um pouco mais a intensidade da dor vou dizer a resposta que uma tia minha deu ao filho quando indagada sobre a sensação de ter um filho. Ela disse: “Filho da puta, enfia um coco no teu cu e depois faz força para ele sair, é essa a sensação de ter um filho”. É tia Mônica, pela segunda vez a senhora tem razão. Nunca se deve perguntar a uma mulher que teve parto normal se dói muito.

A enfermeira chamou a médica, ao ver a minha angustia, eu estava em pé perto da cama, a cada contração que já estava praticamente de minuto em minuto, eu fazia aquela força instintiva, de repente comecei a sangrar. A médica chegou, eu disse que não agüentava mais e ela me respondeu “aguenta sim, agüentou a primeira vez que foi mais difícil, agora será mais fácil” e pediu que eu deitasse para ser examinada, que porra, eu já estava quase parindo!! Eu não consegui, tive outra contração e senti a cabeça da bebê querendo sair e disse “ela vai nascer aqui!”. Ouvi a médica perguntar de alguém se a sala de parto já estava pronta, pediu uma cadeira de rodas, quando a cadeira chegou, eu sentei e a enfermeira me levou para a sala de parto.

Ao sair da sala em que estava, a grávida de 8 meses que estava num outro leito, ouvindo os meus gemidos me desejou boa sorte, eu agradeci e saímos da sala. Eu tremia bastante, a enfermeira tentava me acalmar. A sala de parto não era longe dali, mas tivemos que esperar alguém abrir uma porta que dava acesso as salas de cirurgia. Quando entrei na sala, havia dois enfermeiros, um homem e uma mulher. O médico ainda não estava na sala. A enfermeira pediu que eu deitasse naquela cama horrorosa, tive mais uma ou duas contrações, fiquei com as pernas abertas mas me controlando ainda pois tive que esperar o médico se preparar, vestir a roupa e colocar as luvas, eu pedia ajuda dos enfermeiros, enquanto isso me faziam perguntas, como meu nome, qual era o sexo do bebê, minha idade, etc.

Quando finalmente o médico estava pronto, a propósito foi o mesmo médico que me reavaliou e me internou, a enfermeira me disse pra fazer força pra baixo na próxima contração. Eu já sabendo como fazer, procurei ao lado da cama um lugar ou algo em que eu pudesse segurar para ajudar a fazer força, levantei um pouco a cabeça encostando o queixo no peito, quando veio a contração, respirei fundo e fiz bastante força, senti que a cabeça dela estava saindo, a bolsa estourou neste momento, continuei fazendo força até que ela saiu e foi rápido. Senti aquele alívio da dor após o seu nascimento. Sempre brinco com as amigas dizendo que ter filho de parto normal é igual perder a virgindade, dói só quando passa a cabeça, depois é graça.

As imagens na minha mente deste momento não me parecem muito nítidas pois, fechei os olhos, tenho as sensações e é como se fosse um sonho. Quando abri os olhos, o médico já estava segurando ela e cortando o cordão. Ela foi colocada sobre a minha barriga, eu vi o seu corpinho todo sujinho e estava quentinho, vi seu rostinho todo inchado, falei com ela. Ouvi alguém dizendo para segurá-la para não cair, coloquei as mãos nela, achei que ela era menor do que eu imaginava já que minha barriga estava bem grande, em seguida a enfermeira a segurou para aguardar o pediatra que ainda não havia aparecido para examiná-la.

Não me lembro muito bem do seu choro na hora em que nasceu, fui reparar nele depois que o pediatra chegou e a levou para outra sala para fazer o teste de apgar. Ouvia de longe o seu chorinho. Enquanto isso, o médico retirava de mim a placenta, que é um troço enorme, parece um segundo bebê Nesse mesmo instante eu agradecia a Deus em voz alta, disse inúmeras vezes “Obrigado Senhor, obrigado Senhor”. Ao terminar, o médico me parabenizou e foi embora.

Eu perguntava o tempo todo dos enfermeiros se ela estava bem, quando iriam trazê-la pra mim, o enfermeiro que estava lá, finalizou a limpeza que o médico fizera em mim, me colocou compressa e absorvente. Pegaram a minha impressão do polegar direito e alguns dados, um outro enfermeiro, levou a Mariana até mim, disse que ela nasceu com 50 cm e 3,300 g, eu olhei pra ela que já estava com os olhos bem abertos, dei um cheirinho, falei com ela e em seguida ela foi levada para o berçário.

Fiquei um tempo com a enfermeira na sala de parto. Ela fazia ligações para verificar se havia leito disponível, porém não havia, a maternidade estava lotada naquele sábado. Ela me levou para outra sala, no mesmo corredor das salas de cirurgia, sala essa que foi improvisada pela maternidade para acomodar mais pessoas.

Mais um absurdo, a maternidade da Unimed, uma porra que a gente paga, não tinha leito suficiente sem contar que nem pude ficar com a bebê comigo aquela noite, lembro que na maternidade PÚBLICA, em que tive a Maria, me levaram para o leito junto com ela, passei a noite com ela. Desta vez fiquei sozinha, nem visitas pude receber. Porém, a enfermeira que acompanhou o meu parto, foi um anjo enviado por Deus e me deixou ver a minha mãe por 5 minutos. Eu fiquei incomodada, chateada, com medo, pensava mil coisas porque não podia ficar com a Mariana naquelas primeiras horas, nem direito a acompanhante eu tive.

Senti falta do meu marido, não sabia como estavam as coisas lá fora*, não sabia ao menos se ele já tinha visto a bebê. No caminho para a sala onde eu estava, a enfermeira levou a mamãe até o berçário e mostrou a Mariana pra ela. Quando eu estava conversando com a mamãe, eu chorei e falei das minhas preocupações. O meu maior medo sempre foi o de alguém roubar meu bebê. A mamãe tentou me acalmar e disse que ela era bonitinha, eu achava que ela tinha carinha de joelho, aliás parecia bastante com o meu que estava bem inchado, mas tudo bem avó coruja é assim mesmo.

Mamãe foi embora e eu fiquei sozinha novamente e não bastasse a dor do parto, continuei sentido dores, era meu útero ainda se contraindo, além disso, sentia o sangue escorrendo entre as pernas. O enfermeiro que também estava na sala de parto apareceu, eu disse que estava com dor e ele me medicou com dipirona, porém depois de um tempo, a dor não havia passado. Vez em quando aparecia a enfermeira Rosana (acho que era esse o nome dela), voltei a dizer que sentia dores. Ela pegou na minha barriga e eu senti do lado direito, parecia um caroço de abacate, era o meu útero disse a enfermeira. Então ela começou a empurrá-lo para o meio da barriga e depois para baixo e ao fazer isso, os coágulos de sangue saiam de mim e inundavam os absorventes que me protegiam. Houve uma melhora considerável depois que ela fez isso, fui medicada novamente e a enfermeira me dizia sempre pra tentar dormir e descansar.

Fiquei acordada o resto da noite inteira, a Mariana nasceu às 23h30 e depois disso não dormi nada. Senti sede e a enfermeira me deu um copo com água, continuei sentindo dores, fiquei pensando na minha bebezinha, até fome eu senti pois já havia passado mais de 12 horas desde a última refeição que fiz, e assim fui rezando para que aquela noite passasse logo. Queria levantar, comer, tomar banho, ficar com a minha filha. Por algumas vezes olhei a minha barriga vazia e senti falta dela dentro de mim.

Via o movimento dos enfermeiros por ali, perguntei as horas por várias vezes, eu olhava para a enfermeira que me ajudou e que tirava um cochilo. As dores não me deixavam relaxar, sentia o sangue ainda escorrendo, revia na memória o nascimento da Mariana até aquele momento e isso durou até o amanhecer.

Já eram quase 5h quando chegou outra mãe que acabara de dar a luz, parto normal também, mas seu bebê era um menino. Antes dela ser levada para a sala onde eu estava,escutei o choro de um bebê e logo em seguida ela apareceu por lá. Ela parecia ser mais jovem do que eu e era o seu primeiro bebê, mulher corajosa também. Acabamos conversando, trocamos nossas experiências, foi bom conversar com alguém naquele momento, alguém que acabara de passar pelo que eu passei, tínhamos algo em comum. Em algum momento a enfermeira nos chamou a atenção pois estávamos falando demais e deveríamos descansar, colocou até uma divisória bloqueando a visão uma da outra, mesmo assim, continuamos conversando um tempo e depois ficamos em silêncio.


* Minha mulher me pediu para escrever aqui o que aconteceu do lado de fora durante a primeira noite e o primeiro dia.

O maior problema era a espera sem notícias e sem prazo para acabar. Não sei quem inventou que a gente prefere ver propagandas do que uma programação normal e criaram uma TV só com porcaria passando. É assim nos PACs de Manaus também.

Depois da meia-noite, minha sogra voltou dizendo que havia visto a minha filha e que ela era fofinha. Recebi permissão de vê-la e fui até lá.

Ela era muito tranqüila, mas não e não entendi porquê a bebê não estava com a mãe. Entendi menos ainda porquê ela ainda não havia mamado e fiquei meio revoltado quando soube que só mamaria pela manhã. Depois comecei a tirar fotos logo depois de a enfermeira receber as roupas e segui tirando fotos enquanto esta trocava a Mariana. Filmei um pouco também.

Conversei com a enfermeira e lhe disse que esta era nossa última bebê, uma vez que já tínhamos filhos o bastante e que ela ainda representava a união das duas famílias. Além disso, Mariana era a única menina de sua geração na minha família e que só eu, da minha geração dentro da família, havia gerado descendentes. Por isso, ela era muito aguardada e querida.

Me disseram que a Nill não sairia naquele dia e aí eu fui pra casa com a minha sogra, que não havia ônibus para Cidade Nova. Foi horrível dormir sozinho no quarto.

No dia seguinte fui cedo pra lá, pois ela me ligou dizendo que recebia alta, mas com o passar das horas, e eu incomodando todos atrás de respostas, descobri que ela – a Mariana - só receberia a alta no dia seguinte. Foi pior ainda dormir sozinho e sem ninguém na casa.

A única coisa boa foi usar aquelas máquinas de snack food e outra de café. Me senti roubado na de café, mas foi legal usar as duas.