sexta-feira, 12 de novembro de 2010




Mais um pouco da história do nascimento da Mariana Augusta escrito por quem a trouxe ao mundo: Nilsandra Maria, a professora mais bonita do SESC


Não sabia a hora exata naquela sala isolada, mas sabia que era manhã e finalmente o café estava por vir, sentia bastante fome. Até que a refeição foi boa, tinha café com leite, mingau, pão, geléia, fruta. Após o café fiquei sentada por um bom tempo, houve troca de turno e aquela enfermeira boazinha foi embora. Vieram outras não tão atenciosas, eu e a outra mulher que teve bebê perguntávamos o tempo todo se já havia leito para a gente e nada.

Levaram a Mariana para mim, para que ela mamasse, ela estava com o pagãozinho lilás e eu pude ficar com ela um pouquinho nos braços, era o que eu mais queria. Tentei fazê-la mamar, mas ela estava mais a fim de dormir então a enfermeira levou-a de volta para o berçário. Houve um lanche no meio da manhã, consegui tomar um banho rápido com ajuda de uma outra enfermeira que a pedido da outra mãe foi levada para tomar banho e depois que ela voltou foi a minha vez, porém eu ainda estava sem as minhas coisas, acho que a mamãe havia saído da recepção quando foram chamá-la e por isso voltei para a mesma sala com a mesma roupa.

Para meu alívio, finalmente desocuparam um leito na enfermaria e me levaram para lá, já passavam da 10h. Sentei numa cadeira de rodas com o meu sorinho no colo e uma enfermeira me levou até o leito 10. Pelo caminho vi as salas de cirurgia, umas portas abertas, gente sendo operada. Passei pela sala onde tive a Mariana e disse “olha a minha sala de tortura”, a enfermeira riu daquele comentário e por um instante lembrei daquele filme “O albergue”, lembrei também de um sonho dos muitos que tive quando estava grávida da Mariana.

Uma vez sonhei que eu entrava na Maternidade da Unimed e via que estava em condições precárias, era um ambiente horrível, o atendimento era péssimo. Eu deveria ter seguido minha intuição, pois por várias vezes pensei em ter bebê em outra maternidade. A minha primeira filha nasceu na Nazira Daou e não tive grandes problemas, fiquei com a Maria desde as primeiras horas, já na Unimed, depois de quase 12h é que consegui ir para um leito e até então nem tinha amamentado a bebê, fiquei muito decepcionada com a Unimed.

Quando cheguei à enfermaria fui para o meu leito, logo me entregaram a minha bolsa e pude tomar um banho decente, trocar de roupa e aguardar minha bebê. Após o banho, vesti uma camisola nova das que o meu maridão comprou e o meu chinelinho também novo. Alguém do quarto me perguntou se eu havia tido normal e eu confirmei, muita gente se admira, vêem como um ato de coragem. Na sala em que eu estava todas as outras mães haviam feito cesariana.

Resolvi andar um pouco, fui até a porta de entrada e vi o meu amor sentado na recepção, pedi para o guarda chamá-lo pois passei um tempão esperando ele olhar para a porta onde eu estava e nada. Quando ele veio falar comigo me senti bem melhor, contei como foi minha noite, que eu não estava muito bem, que eu queria ficar com a Mariana, que naquele momento eu tinha ido para a enfermaria, enfim, que a noite foi horrível, longe dele e da bebê.

Me despedi dele e voltei lá pra dentro, pedi novamente para trazerem a bebê para mim. A mamãe e o Ricardo entraram na enfermaria onde eu estava. O Ricardo entrou sem poder e ficou sentado meio que escondido para não tirarem ele dali. Finalmente a enfermeira chegou com a Mariana e eu senti um alivio, o Papaizinho foi chamado atenção pois não devia estar ali. Depois que a enfermeira saiu, passamos uns minutos mais ali, conversando, nos despedimos e depois ele saiu, ficando só a mamãe ali me fazendo companhia.

Eu e a mamãe limpamos e trocamos a roupinha da Mariana, coloquei um pagãozinho branco e tentei amamentar, porém ela ainda estava dando preferência para dormir, fiquei preocupada pois ela ainda não havia mamado, mas uma enfermeira me tranqüilizou dizendo que no berçário ela havia tomado leite pela manhã.

E o domingo foi passando, almocei, lanchei, recebemos visitas dos parentes, tiramos fotos, a mamãe ficou lá comigo me ajudou e também ajudou outras mães, que precisavam de alguma coisa. Ela é assim, muito prestativa e eu admiro muito isso na minha mãe. Naquela noite ela dormiu no hospital para me acompanhar. Eu senti muita falta do meu maridão, foi difícil dormir longe dele.

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