quinta-feira, 18 de abril de 2013



Bom dia! Hoje eu quero dividir um lance com vocês.

Algum tempo atrás eu comecei a traduzir pôsteres com instruções sobre o que fazer no caso de Apocalipse Zumbi. Normalmente eram coisas engraçadas.

Como eram coisas desenvolvidas por outras pessoas eu mantinha o endereço do original em inglês e acrescentava a etiqueta do Sucupiras na versão traduzida.

O caso é que apesar de ser muito divertido, dá trabalho. E não é que roubaram o meu trabalho?

Há uma página do Facebook que pegou um desses pôsteres, cortou a etiqueta do Sucupiras e apagou a referência do original, prejudicando não só a divulgação do original como se apropriando da minha tradução.

O pior é que eu gosto do site dos sacanas. Acho que é por isso que eu não vou denunciar aqui. Claro que eu denunciei lá na página deles, mas não houve respostas. Foi mais para dizer “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”. Eu poderia pôr uma etiqueta no meio da imagem ou ainda fazer uma marca d'água no pôster, mas acho que iria ficar feio.

Quando eu traduzo e mantenho o endereço do original, dou a oportunidade dos leitores conhecerem outras coisas que o autor fez. Para os que não sabem ler em inglêo sabem ler em inglmantenho o endereço do original, dou a oportunidade dos leitores conhecerem outras coisas que o autor fez e s a tradução é muito útil.

Vou explicar então como é o meu trabalho.

1º Localizar algo interessante – nem tudo o que há na Internet é interessante. Eu busco coisas que não só são bem-feitinhas, como legais de algum modo. Isso pode levar muito tempo, dias, porque não encontro uma coisa só, mas não posso traduzir todos. Acabo tendo que limar não só o que é ruim, mas alguns que são “menos bons”.

2º Tradução – depois de escolhido leio algumas vezes o original. Quem lê em outro idioma tem de saber ler sem fazer uma tradução na cabeça, mas compreender o contexto na língua original, pois nem sempre uma piada pode ser traduzida, por exemplo, ou há questões culturais envolvidas. Esse tipo de coisa até que é rápido quando você tem prática, mas isso nos leva à próxima fase, mais trabalhosa...

3º Digitação – Engana-se quem pensa que escrevemos direto na imagem, pois isso é uma das últimas coisas que fazemos (como verão). Ao digitar, o tradutor que vai reeditar a coisa precisa procurar uma fonte similar à usada no pôster original. Isso porque o pôster só é legal porque o autor tomou cuidado com os detalhes e modificar o tipo de fonte vai arruinar o conjunto. Quando a fonte igual não é possível, você é obrigado a olhar umas 200 fontes, mais de uma vez às vezes, procurando uma similar. Pode ser que você não encontre nada nem remotamente parecido, daí você tem duas opções: ou usa um editor de imagem para trabalhar direto no que está escrito recortando e colando as letras na posição desejada (o que é muito trabalhoso) ou busca na Internet mais fontes para o Word, o que vai lhe tomar muito tempo. Supondo que você tem as fontes principais, o trabalho “básico” vai levar de uma a duas horas, dependendo do que está escrito.

4º Adaptação – Depois de traduzir é preciso reler. Há coisas que não existem no Brasil (como algumas lojas), ou tem outros nomes aqui. Também pode acontecer de ser algo que faça sentido em inglês, mas não em português, ou ainda algo que simplesmente não vai caber no mesmo lugar porque na nossa língua fica muito maior e você vai ter de escrever outra coisa, sem que se perca o sentido. Para que a maior parte das pessoas entenda, você precisa adaptar. Isso pode lhe tomar mais outro tempo considerável.

5º Edição de imagem – Pode levar muitas horas. Aqui você vai ter de apagar os escritos originais tipicamente cobrindo com outras partes do pôster sem deixar aparecer embaçamentos, as cores das fontes tem de ser próximas da original, os tamanhos das fontes vão variar bastante num mesmo pôster (normalmente). Finalmente você vai ter de refazer algumas das etapas anteriores (tradução, adaptação, digitação) em diversas situações, conforme o espaço ou outras características do pôster vão surgindo.

6º Toques finais – Aplico a etiqueta do Sucupiras sempre no mesmo lugar, verifico qualidade de imagem (alta qualidade é legal, mas pode deixar o troço com muitos megas e daí...), o tamanho da imagem deve ser bom para o blog (que não aceita se foi muito pesado ou muito grande). Só isso pode levar outra hora, comigo tentando resolver um problema na hora de publicar o pôster.

Como vêem é trabalhoso. Mas eu gosto porque é algo que me ajuda a conhecer melhor de edição de imagens (aprendi CorelDRAW por tentativa e erro, com alguma ajuda do Irmão Rômulo). Me ajuda, também, a manjar mais de inglês, me levando a ler mais e a procurar o significado de palavras novas, gírias e afins. Uso muito o UrbanDictionary para esse fim...

...e se eu tenho todo esse trabalho, imagine o do cara que criou o original!

Post Scriptum: Não sacaneie a propriedade intelectual dos outros, porra!

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