terça-feira, 21 de abril de 2009



Mais um dos contos para criar personagens de RPG com contexto histórico que fiz aos trinta anos de idade. Esse pessoal foi criado baseado em um filme de ação, quem souber me dizer qual filme ganhará um chocolate.

Mais uma vez, reparo que esse texto era primário, mas não vou mexer nele mesmo assim. Foi publicado no antigo Sucupiras e no site Suserania.

Tyu

Há muito tempo atrás havia uma cidade depois das Montanhas Azuis que era próspera e pacífica. O acesso à cidade não era difícil, pois havia uma garganta entre as montanhas bem conhecido por todos os habitantes das redondezas, o que facilitava o comércio e o turismo, duas das principais fontes de renda da cidade.

O que atraía os visitantes para uma cidade sem riquezas materiais eram justamente suas riquezas naturais. Havia todo tipo de plantas crescendo do fértil solo vulcânico em que estava assentada a cidade, sendo que desde ervas medicinais a componentes mágicos raros havia em quantidade nascendo aqui e ali. Os preços eram acessíveis e os moradores não se preocupavam em acumular riquezas. Na primavera, as flores mais diversas compunham o que eles chamavam de Festival da Vida e mais gente vinha até a cidade só para ver suas cores e sentir seus cheiros.

A característica mais marcante daquele povo é que eles não possuíam religião. Não é que eles não acreditassem nos Deuses e Deusas que certamente os deixaram viver muito bem por incontáveis gerações, eles apenas não tinham um culto bem estabelecido em torno de nenhum deles. Eles acreditavam que todos eles existiam, estavam em seus lugares, olhando por seus crentes, mas que eles todos mereciam igual devoção. Muitos acreditavam que suas terras eram abençoadas por todas as entidades, grandes e pequenas, por essa razão. O povo era na maioria composto por camponeses que se identificavam como monges.

Um dia um morto-vivo surgiu entre eles e lhe foi permitido continuar a existir, porque os deuses que permitiam esse tipo de existência deveriam ser igualmente respeitados. Logo ficou claro que a criatura não respeitava mais nada do que respeitava em vida, e como era hostil e violenta foi confinada, depois de matar cinco integrantes de uma família.

Pouco tempo depois, todos os integrantes daquela família voltaram como não-vivos.

Tratava-se de uma situação sem precedentes. O povo não sabia o que fazer e seus sábios estavam divididos. O mais assustador, porém, é que ninguém sabia o que havia sido feito de errado para que recebessem tal castigo dos Deuses e Deusas. Várias teorias foram formuladas ao longo dos dois primeiros meses, quando ficou claro que quem morresse retornaria, não importando a causa da morte. Até mesmo um visitante que faleceu lá voltou um minuto depois de sua morte. Em toda a região surgiu o rumor de que aquela terra estava amaldiçoada e o comércio, assim como o turismo, deixou de existir.

A teoria mais em voga era a de que os Deuses e Deusas estavam os testando, para ver o que eles fariam caso as bênçãos lhes fossem retiradas. Eles iriam manter seu estilo de vida e postura neutra quanto a essas entidades extraplanares ou isso só era possível por que estava tudo sempre bem?

O monge mais preparado dentre eles resolveu ir ao encontro do reino da morte para conversar com o Deus que lá vivia e lhe perguntar o que fazer para que os mortos permanecessem mortos. Ele não só conseguiu chegar lá como retornou, mas voltou muito diferente de qualquer criatura viva do nosso mundo.

A simples visão da Morte muda para sempre qualquer ser vivo, mas entrar em Seus domínios e discutir com Ela o transformou muito. Ele recebeu poderes estranhos e inéditos, existia nos dois planos, o dos vivos e o dos mortos, ao mesmo tempo, e tornou-se o Arauto da Morte desta dimensão.

Ele era, ainda, capaz de converter qualquer um a uma nova forma de não-vida, levando-o a visitar o reino da morte. Aquele que o fizesse não se tornaria um morto-vivo, mas definitivamente não seria mais o mesmo. Este carregaria a morte sempre com ele: não morreria facilmente, veria coisas que mais ninguém vê e saberia coisas que ninguém mais saberia.

Ao menos era o que Arauto dizia.

A princípio a conversão foi voluntária, mas tão logo surgiram soldados suficientes na Legião dos Mortos, todos na cidade entre as montanhas foram obrigados a mudarem. Depois o Arauto levou sua guerra santa às cidades vizinhas. Hoje existe um enorme contingente de soldados desmortos, que se proclamaram Monges Mortos. Sua terra natal passou a se chamar Tyu, nome do monge que se tornou o Arauto da Morte. Seus habitantes apodreceram todas as plantas locais simplesmente porque estas não resistem à proximidade da morte que levam com eles. Nas fronteiras de seu império, a guerra é agressiva e muitos morrem ou são convertidos. Nos lugares onde a guerra ainda está para chegar existem diplomatas e clérigos da morte convencendo as pessoas a se juntarem às suas fileiras. Os que morrem não permanecem mortos.

RESUMO

Terra: Tyu. Os reinos conquistador por Tyu são conhecidos como Tyra;

Relevo importante: Montanhas Azuis;

Habitantes: Tyreses;

Língua oficial: Oy, mas é comum um tyres falar vários idiomas;

Número de habitantes: vários milhares;

Cidades: Várias, seu território cresce ano a ano;

Sistema de contagem: comum, estilo Confederação de Comércio;

Economia: Inaplicável;

Armas manufaturadas: não há;


Habilidades comuns: perceber a morte, perceber a vida, ver o invisível, animação suspensa, meditação, luta desarmada, luta com bastão, luta com porrete, luta com arco e flecha, luta com faca, luta com espada, navegação terrestre, filosofia;

Personalidades: Tyu, o Arauto da Morte. Tyu tem centenas de anos de existência;

Deus: Deusa da Morte. Os tyreses não se referem à entidade por um nome, mas por Deusa, ou Morte;

Itens comuns: Armadura de batalha com motivos fúnebres além de armas cortantes e perfurantes;

Aparência do povo: Variam muito porque são muitos os povos convertidos. Apenas os humanóides podem ser convertidos, e estes ficam com uma aparência desde alguém que está com anemia até a de cadáveres carcomidos. Sua postura é a de conquistadores que não temem nada para os que conservaram sua mente mais ou menos intacta até a de bestas de batalha ou a de cães subservientes para os que sofreram danos espirituais severos na conversão;

Características marcantes: Os que se encontram fora de Tyra são eloqüentes e possuem devoção fanática ardendo nos olhos. Como meditam constantemente e debatem todos os dias sobre os caminhos a seguir e sobre a Deusa, podem convencer facilmente alguém que não sabe o que fazer da vida a se juntar às suas fileiras. Quando chegam a uma cidade desconhecida, olham tudo como alguém que está preparado para comprar algo novo e bom. Seus guerreiros são duros de matar e seus clérigos podem ser considerados malignos, pois servem à um aspecto negativo da morte. Eles não podem ter filhos e não precisam comer, beber ou mesmo descansar. Não se sabe por que, mas existe apenas uma fêmea convertida para cada dez mil machos.

Um comentário:

JoãoMendes disse...

digo mais, manaus got talent para RPG, eu jogo vamp a mascara e d&d 3d&T quando tenho tempo
mua/