quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


Resumo do final do All Flesh Must Be Eaten

Depois de se livrarem dos mortos que pareciam estar caindo de inanição, o grupo de busca e extermínio decide subir em uma torre para olhar os arredores, mas não encontram sinal de movimento nas redondezas. Partem para o Centro.

Chegando lá, percebem que os sobreviventes tentaram uma fuga em massa, pois o Centro está quase que totalmente congestionado. Há mais dos mortos enrijecidos pelo chão e mesmo dentro dos carros. Para conseguir uma melhor vista, decidem subir em um prédio em frente à Praça do Congresso, mas não conseguem ver além do Palácio do Comércio.

Entram em alguns apartamentos e conseguem suprimentos e afins, assim como informações com os sobreviventes que resolveram não abrir as portas para eles. Com os sobreviventes isolados em seus lares, descobrem que dois dias atrás os zumbis partiram em direção ao final da avenida, talvez em direção à área comercial do Centro. Eles descem o prédio, sempre tomando muito cuidado, e seguem a avenida até o fim, encontrando cada vez mais corpos mutilados e ressecados, vários ainda tentando se mover inutilmente.

O aspecto dos monstros havia mudado: agora eram avermelhados e brilhantes como presuntos defumados.

Os heróis começam a se mover em direção ao Porto de Manaus, mas ao chegar à Praça Tenreiro Aranha, descobrem algumas centenas dos mortos ainda funcionais, com o seu líder no meio, tal qual aconteceu em Anamã. Escondem-se sem serem vistos e invadem um prédio público contíguo à praça.

Enquanto o soldado, o paramédico e o detetive da homicídios bloqueavam freneticamente a porta invadida, a atiradora e o balconista de vídeo-locadora se preparavam, no sexto andar, para atirar no zumbi mestre da Cidade de Manaus.

O monstro parecia preocupado com os seus e falava algo com eles, o que o binóculo não podia revelar. Percebia-se que o ar maligno que exibia na Estrada da Ponta Negra havia desaparecido.

Lentamente, estancou e foi se virando para a atiradora. Olhava direto para onde ela estava, mesmo que a janela espelhada não o permitisse. Depois se virou e pediu algo para os que estavam à sua volta. Era um pedaço de papelão e ele começou e escrever algo. Com o coração nas têmporas e com a mente dando voltas, a atiradora pôde ler a mensagem que o maldito escrevera à ela.

COMIDA PARA O MEU POVO

Depois disso, ele baixou o papelão e ficou imóvel, encarando ela. Logo todos faziam o mesmo. Depois de confabular com o balconista, ela resolveu atirar. Acertou o olho esquerdo.

Foi aí que o inferno começou.

Um grito horrível de ódio e fúria se elevou. Era sobrenaturalmente forte, e mesmo os que faziam as barricadas e jaziam descansando no chão, exaustos, levantaram-se de pronto. Lá fora, todos se moviam em direção à porta, mas lerdos demais...

...exceto pela guarda pessoal do zumbi mestre...

Do sexto andar, os dois podiam ver dois monstros musculosos jogando os zumbis para o lado na sua passagem, um incrivelmente gordo e inchado também abrindo caminho e um outro, incrivelmente rápido, quase sem carne na cabeça. Seu mestre também avançava rapidamente.

O balconista atira e erra. A atiradora procura pelo líder, mas este se esconde atrás do gordo inchado, então mata um dos musculosos com um tiro no alto da cabeça.

Logo o grupo de sobreviventes está no subsolo, dispostos a sair do prédio com um carro que encontraram lá. Fazem isso, mas não vão além da Praça da Polícia, pois o engarrafamento os surpreende. Sem tempo para planejar, entram no Colégio Estadual, feito em pedra e reforçado com metal, o melhor prédio para uma defesa desesperada.

A elite malcheirosa os alcança, logo após terminarem as barricadas. O maior deles havia pulado os portões de ferro e estava batendo com um vergalhão de ferro no mesmo lugar, segundo a segundo, abrindo o buraco inicial para uma fresta, que se alargava.

Os vivos reuniram-se em torno da porta, menos a atiradora e o balconista. Estes espreitavam por uma janela. O gordo estava lá fora, parado em frente ao portão, seu mestre escondeu-se atrás dele assim que viu a arma sempre pronta da atiradora. O gigante estava destruindo a porta e o ligeirinho pulava o muro neste momento.

A mulher tenta atirar na cabeça do morto ligeiro, mas erra e é salva pelo balconista que fecha a janela com um encontrão. Imediatamente ouve-se as batidas desesperadas do lépido faminto.

Com impaciência e urgência na voz, grita “usem as granadas”. O militar olha pela fresta, de longe, e no intervalo entre uma pancada e outra do vergalhão manda a granada lá pra fora pelo buraco que este abrira.

Como não foram contados dez segundos, parece que uma eternidade se passa até que o detetive pergunta “não vai estourar não?”.

Daí, explosão. Já estavam todos no chão, com as cabeças cobertas. As pancadas pararam, mas era impossível ver pelo buraco o agressor da porta ou os que esperavam do outro lado do portão. Não sem chegar muito perto, coisa que ninguém faria.

Subindo ao segundo andar, o detetive da homicídios pretendia matar o zumbi mestre, mas faz mira para matar o gordo, uma vez que este deveria estar na frente do líder. Todos lá embaixo ouvem um som molhado arrepiante logo após o disparo, como se uma caixa d’água cheia de catarro desabasse lá fora. A atiradora corre para cima para ver o que se passa e descobre o policial com olhos arregalados e sem expressão definível no rosto. Ele repetia baixo e gaguejando “E-ele explodiu! Explodiu! Se eu estivesse lá fora...”. Ao olhar pela janela, ela vê as escadas do colégio encharcadas de um sangue negro e fétido. O monstro forte e o da cabeça descarnada caídos.

Mas nem sinal do líder.

Ela e o balconista resolvem sair e logo fazem uma busca pela porta dos fundos, todos juntos, antes que o resto da horda cambaleante os cercasse. Perto da porta oposta à principal, no entanto, encontram o zumbi mestre dentro do colégio, as mão estendidas ao longo do corpo, uma postura nada ameaçadora. Com um movimento propositalmente lento e cuidadoso, este levanta a mão direita em sinal de paz e diz, numa voz horrível e rascante, COMIDA PARA O MEU POVO.

E não se move mais um milímetro, como se esperasse uma resposta às suas palavras. A resposta foi o desejo de meter uma bala à queima-roupa em seu rosto, vindo de todos, mas estava paralisados por alguma força sinistra. Daí perceberam que o gesto não era de paz, mas um sortilégio que os enraizava no chão.

O pânico começa a atingir proporções épicas quando ele anda os poucos metros que o separam do grupo e diz ARMAS NÃO BOM, ao mesmo tempo em que retira facilmente a semi-automática da mão da atiradora. Ainda que fosse um movimento gentil e lento do monstro, ela pôde sentir uma força cruel vindo da mão mumificada.

De repente, o som de um avião se agiganta sobre eles. De uma janela próxima, podem ver um grande avião de carga militar despejando uma enorme bomba presa a um pára-quedas, bem de onde deveriam estar vindo os reforços do morto-vivo.

O líder dos cadáveres perde o interesse neles e caminha para a janela. Vela apenas um instante para que percebam que podem correr, o que o fazem de pronto. Na rua, avistam um bueiro e lembram que há galerias por todos os lados no Centro. Grandes e fortes galerias, construídas muitos anos atrás, feitas para durar.

Se atiram lá para baixo, logo antes da ensurdecedora explosão.

Toda a galeria treme e eles ouvem prédios próximos desabando. Lá dentro reina a escuridão e o silêncio no minuto seguinte. Decidem andar até onde for possível, fugindo do Centro destruído. Decidem sair à superfície perto do final da Joaquim Nabuco e caminham até o Olímpico Clube antes de serem interceptados por militares americanos. Os militares explicam que não podiam atacam antes, mesmo com o curto de toda a vida na cidade, sem ter de destruir a cidade inteira. Agora é só questão de tempo até que limpem o que restou do inimigo.

Mas algo os incomodava profundamente.

Nunca viram um zumbi mestre morrer. Ao contrário, já balearam a cabeça de dois deles e estes não morreram. Além disso, o último estava dentro de um prédio que o protegeria dos efeitos da explosão, exceto do desabamento deste. Mas e se esse líder for verdadeiramente imortal? Inteligente e com poderes profanos, seria apenas questão de tempo até que ele encontrasse um meio de recomeçar a espalhar suas crias por aí.

O fim? Só o tempo dirá!

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