segunda-feira, 26 de janeiro de 2009



Passei a quinta-feira tentando me matricular, sem sucesso, na UTAM/UEA. Queimou um suíte, disseram. Apesar da matrícula ocorrer até segunda-feira, queria me inscrever logo antes que acabassem as vagas para o básico.

Na sexta-feira recebi uma ligação do Brother Flávio dizendo que havia conseguido matricular-se em Física Aplicada I e II, que eu deveria me mexer logo. Estava chovendo muito, mas quando a chuva passou levei as crianças para a casa da mão deles. A chuva recomeçou assim que eu entrei na casa com os meninos e eu aproveitei para almoçar.

Dali ao Dom Pedro, à uma LAN que tenho conta, a Planet LAN. Passei mais de uma hora tentando me matricular, mas errava alguma coisa qualquer. Aproveitei para atualizar o Sucupiras, olhar o Twitter e o Orkut, além de um e-mail. Mais de 800 mensagens lá...

Voltei para casa, mas não consegui falar com o Brother Flávio nem no telefone fixo, ou no trabalho, ou mesmo no celular. Desencanei e fui jogar Counter Strike no computador. Recebi uma ligação da Sister Andréia, irmã da Adriana, que mora na Bélgica. Falamos longamente sobre as crianças minhas e dela, as cartas, a neve, as diferenças, a visita ao Brasil, sobre minha pessoa e sobre ela.

Perto das 18:00 horas voltei a ligar para a residência do amigo. Pedi para ir lá para que me mostrasse como se matriculou. Fui correndo, não sem antes fazer leite e café para acompanhar um pão com manteiga. Ele disse que às 20:00 deveria estar em outro lugar, mas eu sabia que seria coisa rápida. Às 19:00 eu estava por lá.

Dez minutos depois eu estava matriculado nas cinco matérias que me faltam para concluir o curso. Depois disso, só monografia.

O caso é que ele não saiu para o tal aniversário. Estava meio doente e inclusive dormia quando eu cheguei por lá. Ficamos vendo um programa sobre combate aéreo e logo começou a aparecer mais gente. Conversa vai, conversas vem. Entra gente, sai gente, volta gente. O Brother Flávio foi se animando e me botou para jogar Call of Duty, que eu já havia jogado e descoberto que os controles são escrotos. Mas o caso é que lembra muito o Counter Strike no sentido em que você deve matar ou ser morto. Como diria o Patriota Mel Gibson, “mire bem e não erre.”

Fui deixado em casa pelo Brother Flávio que resolveu sair e eu não o acompanhei porque estava liso e cansado de ter o amigo me pagando as coisas.

Em casa percebi o carro da Nailza, namorada do Irmão Rômulo, na garagem. Haviam chegado de Margarita. Estavam dormindo e fui ver televisão. Estava vendo um programa evangélico, chamado Fala Que Eu Te Escuto, em que o tema era Pacto com o Demônio. Eles começaram falando e muito do metal, com conhecimento de causa e forçando a barra apenas em alguns casos. A trilha sonora contou com Sepultura, Iron Maiden, Ozzy Osbourn, entre outros.

De repente comecei a pensar no mal que fiz a alguém, na sexta-feira quase que inteiramente jogada fora, na falta de dinheiro para sair, sobre jogar o tempo fora em frente à televisão. Pensava na solidão, em pacto com o demônio para tudo melhorar, em crescimento espiritual e fui ficando triste. Desliguei a TV e fui ler quadrinhos no computador. Passou.

Faz tempo que eu tenho sono, mas não vontade de dormir. Tenho vontade de sair por aí, de fazer algo, de beijar mulher, de gritar, de pular, de encontrar gente. À noite quando a gente se prepara pra dormir, depois que as crianças dormem, é quando eu fico mais endemoninhado, mas não posso dar vazão à isso. Na sexta eu poderia, mas resolvi ir dormir e fazer tudo isso e mais um pouco na sábado.

Com que dinheiro eu não sabia.

Sábado levantei perto das 11:00 horas, mas sentia-me como se tivesse dormido por 10 minutos. Enquanto estava deitado, tentando recapturar o sono para voltar a dormir, sem saber que havia dormido demais para isso, ouvia o Irmão Rômulo conversando com parentes ao telefone e a Mamma chamando-o para ajudar com a roupa no varal. Fui ao banheiro e, depois de lavar as mãos e preparar um café da manhã pra mim, botei a conversa em dia com o Irmão Rômulo, que eu não via desde o Natal.

Às 15:30 dirigi-me ao Amazonas Shopping para ver o preço do ingresso para o show do Iron Maiden. Pista por R$ 70,00, camarote R$ 250,00 e V.I.P. R$ 300,00. Tudo isso preço de meia, segundo a mulherzinha que me atendeu.

Fui então ao ponto de ônibus para daí chegar ao ShinShinGan Dojo. Perdi o ônibus e esperei uma hora. O transporte deveria estar por chegar quando recebi um papel escrito à mão por uma mulher que dizia que precisava de R$ 6,00 para comprar uma caixa de jujuba para daí sustentar os dois filhos, além de outras informações, como o fato dela estar desempregada e não ter marido. Podia bem ser mentira, mas senti um forte impulso em ajudar, decidindo então dar os R$ 4,00 da passagem que me levariam e trariam do dojo.

Me senti bem por ajudar, mas imediatamente me passou pela cabeça “what a fuck I’ll do right now?” Passaram vária idéias na minha cabeça, mas nenhuma plausível. Poderia visitar amigos, treinar baixo com o meu irmão (coisa de que conversamos hoje), ir a uma LAN... mas não tinha certeza se os amigos estariam lá, nem tinha crédito para ligar. Meu irmão estava de saída quando cheguei e não tinha o que fazer em uma LAN House.

A Mamma perguntou se eu não queria ir ao cinema. Se ela iria pagar, claro que eu iria, mas ela queria saber o que estava passando e eu não tinha idéia e nem Internet em casa pra ver isso. O Irmão Rafael estava numa LAN justo passando o pano no lance dos filmes que estrearam e tentando reclamar com a NET a falta da Internet lá em casa.

O tempo foi passando, nada do Irmão Rafael dar respostas. Foi se verificando uma enorme falta de vontade da minha parte de fazer qualquer coisa. Gostaria de sair, mas não queria pegar dinheiro de ninguém. Fiquei olhando a TV e nada de bom. Claro, é televisão! Perto de 19:30 eu e a Mamma começamos a ver Contato Alienígena. Quinze minutos depois o Irmão Rafael chega falando dos filmes que estão passando.

Veredicto da Mamma: só porcaria!

Ao menos me informou que no domingo viria alguém aqui arrumar a Internet, mas não se sabe a hora. Acabei ficando em casa, ao lado da Mamma, assistindo O Retorno do Rei. No final do filme, Frodo diz algo como “Há coisas que o tempo não cura. Existem feridas que são tão fundas que nunca saram”. Lembrei-me na hora de uma mulher especial pra mim, que diz que o tempo cura tudo. Sempre soube que não era bem assim, mas discutir pra quê? Aprendi a não discutir certos assuntos com qualquer pessoa ao lado dela.

Outra coisa que o hobbit falou que me chamou atenção foi “como você volta pra casa quando aprende que não há volta?”. Muito profundo isso! Se a vida é um caminho feito por nossas decisões e se o caminho é mais importante que o destino, não há volta. Vai ver é por isso que eu fico tão incomodado de estar de bobeira em casa, mesmo sem vontade de sair. Vai ver vem daí a vontade de viajar para sempre e não comprar casa alguma se, por acaso, eu ganhasse na mega-sena. Coisa difícil, uma vez que eu não jogo em sena alguma.

Terminou depois da meia noite e fui ver LAB Cult Trash. Vi coisas como o clipe de Eye of the Tiger, do Survivor, que eu pensei que nem existia.

A solidão se apodera de mim e volto a pensar como é ruim ser sozinho. É algo que eu tenho comigo e com que eu venho tentando me entender desde que me entendo por gente. É algo que aflige todos que gostam do rock, que o conhecem bem e que não gostam muito de praticamente mais nada de música. É só você assistir com atenção a entrevista de qualquer roqueiro em que quem entrevista não pergunte só sobre a música que o cara faz, valendo isso desde para o Frejat até o Jimmy.

Parei para escrever um pouco. Usar o racional afasta o emotivo. Quase tudo o que está escrito aqui escrevi em momentos de chatice ou de tristeza neste final de semana muito do seu mais ou menos. Mas não fique triste por mim. Vá, antes, ouvir uma música animada, cantando junto com o cantor e batucando junto com o baterista.

Já está melhorando: há pouco tempo eu sentia culpa ou vazio. Tristeza e solidão são velhas companheiras. Um dia eu vou compor músicas libertárias e quebrar tudo na bateria!

Levei muito tempo par dormir. Para dizer a verdade, só me deitei porque estava preocupado em ter de levantar quebrado para um possível café-da-manhã fora com a Mamma.

Dormi muito bem e me levantei disposto a enfrentar a vida. Descobri que eram quase 12:00 horas e por isso o café, inclusive o almoço, seria por nossa conta, que a Mamma estava se mandando para comer em uma vizinha. Comi qualquer coisa e perto das 14:00 o Irmão Rafael e eu fomos ao DB comprar material para fazer uma macarronada de atum. Estava muito boa.

Ninguém lembrou que deveriam voltar aqui para ver filmes, que os filmes tinham um propósito sinistro e que precisavam ser assistidos todos os domingos. Pensei em sair, mas a velha falta de vontade e uma dor estranha no tornozelo esquerdo me fizeram permanecer por casa até a noite.

Descobri que estava passando o primeiro programa de 2009 do Stay Heavy, que passa na emissora TVC, canal 6 da NET. O programa é bom, passa vários estilos de metal e te leva a ouvir o que você gosta e até o que não gosta muito, mas você passa a conhecer melhor. Passa exclusivamente metal, em suas mais variadas e bizarras formas.

Interessante notar que no site diz que passa sábado às 21:00 horas com reprise às segundas e quartas às 23:00 horas, porque assisti num domingo e nunca vi na quarta... Programas de metal sempre rolam em horários malditos.

Terminei o dia pela casa da Mamma mesmo. Chato não ter dinheiro para sair, mas isso me lembra de trabalhar e me esforçar mais, de crescer e mudar. Só queria ter tido mais o que fazer, ter recebido visitas. Foi um dia de televisão, mas assisti ao Mr. Bean e a outras coisas que me interessaram e comi muito bem, graças à Deus.

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