Depois
de passar algum tempo num quarto da minha querida sogra finalmente estou de
casa nova. Alugar essa casa não foi nada fácil.
Se
pudesse escolher qualquer lugar, por qualquer preço, não seria difícil, mas
quando você vai alugar SEMPRE tem de levar em consideração alguns fatores:
localização, acessibilidade, número de quartos e preço. No meu caso os fatores
descritos funcionavam como se segue.
· Localização – tinha de ser na Cidade Nova ou bairros
próximos do Hiper DB de lá, pois a Maria Márcia estuda no Celus
e seria muito complicado mudar para outro colégio no primeiro bimestre.
· Acessibilidade – Ainda não temos carro, então transportes
escolares que levam ao Celus
precisam estar disponíveis.
· Número de quartos – Precisava ser dois, sendo um pra
mim e a Bonitona e outro para as crianças. O Max (meu derradeiro garotinho) vai
dormir com a gente durante algum tempo.
· Preço – Média de R$ 700,00, pois com outras contas
como transporte, luz, água, gás, comida, Internet e TV à cabo eu não poderia
pagar muito mais.
Levei
literalmente MESES para encontrar o lugar ideal... e aí PERDIA o lugar ideal.
Uma
vez uma senhora nos levou – eu e a minha esposa – à casa que estava para alugar
à noite. A luz estava desligada, pois há quatro meses não se via clientes por
lá, daí tivemos de ver tudo com a ajuda de uma lanterna. O lugar era muito bom,
a senhora iria inclusive nos deixar móveis embutidos na cozinha e num dos
quartos. A casa era muito espaçosa, a água (de poço) era inclusa, os dois
quartos eram suítes com box de vidro nos banheiros. Tinha Internet wireless por
rádio. Como se isso não bastasse, era apenas R$ 800,00 por tudo isso. Eu disse
que queria a casa. Paramos de procurar. Eles começaram a se organizar para nos
ceder o lugar (que ainda tinha coisas dos donos). Uma semana antes de mudarmos,
ela (a senhora que nos mostrou o lugar) nos informou que a mãe do marido dela
disse para o marido dizer para a senhora para nos dizer que não queria gente de
fora da família morando lá.
Em
outra ocasião havia um lugar muito bom (nas fotos). Fomos visitar no dia
seguinte ao anúncio, visto na Internet, e o lugar havia sido alugado já. Mas
como era tão longe quanto o Sol não poderíamos morar por lá mesmo.
Antes
disso havia visto uma casa muito boa: dois quartos, perto da minha sogra – que
certamente vai nos ajudar com o Max – água e luz inclusos (taxa paga às
empresas), árvores dando sombra ao redor, várias reformas e mesmo móveis
deixados para nós na mudança da família que morava por lá. Tudo por R$ 850,00.
Dois dias antes de nos mudarmos, o homem da casa me liga informando que
resolveu vender a casa.
A
maior parte das casas que eu olhei nem sequer chegava perto disso. Eram mal-localizadas,
horrorosas, escuras, desconfortáveis, tinham problemas estruturais, esgotos
abertos por perto, apenas um quarto, eram caras demais pelo tamanho ou qualquer
coisa assim.
Fui
corretor de imóveis durante certo tempo da minha vida e por isso mesmo sei
avaliar um imóvel. Quanto mais olhava, mas ficava impressionado pela falta de
noção das pessoas em dar um valor decente no aluguel. Aprendi com anúncios na
Internet sem fotos que não adianta visitar o imóvel, pois geralmente é má fé: o
motivo de não haver fotos é que o imóvel não faz jus à descrição. Pior que tudo
isso eram os telefones para contato, pois as pessoas simplesmente não atendem
os mesmos no domingo (dia em que geralmente saem os anúncios deles no jornal).
Hoje,
com uma casa alugada – a primeira que eu alugo, pois aluguei diversos
apartamentos antes – venho aqui dar dicas para vocês que vão procurar um canto
para morar.
1º
Vá atrás do que você quer – Não aceite nada menos que isso, dentro das suas
possibilidades. Pode ser difícil no início, mas você vai encontrar algo ideal
com alguma flexibilidade. Claro que com algum dinheiro você pode encontrar algo
realmente bom, mas sem muito para gastar também é possível ter os quatro itens
indispensáveis: localização, acessibilidade, número de quartos e preço.
2º
Verifique tudo – Ao visitar um imóvel teste as luzes, as torneiras, as janelas
e as portas. Qualquer mal funcionamento deve ser explicado. Se não tiver uma
boa explicação, pule fora. Se te disserem algo como “pois é, tá quebrado, mas é
só consertar” você responde algo como “OK, mas vou descontar do aluguel” e
observe a resposta do locatário. Problemas demais são sinais de que outras
coisas aparecerão quando estiver morando, então não alugue. Verifique ainda o
tamanho dos imóveis contando a cerâmica no chão, que tem tamanho padrão e
normalmente variam de 30 a
40 cm.
Compare com o seu pé para ter noção do tamanho. Um quarto decente, para um
casal ou uns três filhos pequenos, tem algo em torno de 7,5 m² (ou 2,5 x 3 metros) no mínimo.
Outras coisas a se evitar: banheiro na cozinha, rios ou esgotos abertos
próximos, mata próxima, goteiras, poucas tomadas, ausência de instalação para
condicionador de ar, vizinhos barulhentos, bares próximos, ruas escrotas e por
aí vai.
3º
Pergunte tudo – Não saia de lá com alguma dúvida. Você não deve fechar negócio
na hora. Veja suas opções em casa, depois de visitar várias casas/apartamentos,
com calma e conversando com quem vai morar com você. Mesmo as crianças podem
dar boas idéias. Se interessar, ligue no mesmo dia, à noite, para fechar o
negócio. Outras coisas que você pode conversar: se reformas na casa poderão ser
realizadas por você (com autorização prévia) e se vai rolar desconto no
aluguel.
Seguindo
esses passos simples consegui alugar uma casa com pátio gramado na frente,
quintal capinado de 60 m²
nos fundos, dois quartos, muros de 4 metros de altura, pé direito alto, portão de
alumínio, garagem coberta, passagem lateral para os fundos, vizinhança
tranquila, rua ampla e sem buracos, banheiro em frente aos quartos com pia de
mármore, distante 10 minutos do Celus
(de carro), pintura completa com menos de uma semana e possibilidade de
desconto em reformas. Tudo por R$ 700,00 com água e luz inclusas (tachado pelas
empresas, sem “gato”).
À
você que procura seu lugar ideal, desejo boa sorte!
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