quarta-feira, 15 de maio de 2013


Depois de passar algum tempo num quarto da minha querida sogra finalmente estou de casa nova. Alugar essa casa não foi nada fácil.

Se pudesse escolher qualquer lugar, por qualquer preço, não seria difícil, mas quando você vai alugar SEMPRE tem de levar em consideração alguns fatores: localização, acessibilidade, número de quartos e preço. No meu caso os fatores descritos funcionavam como se segue.

·       Localização – tinha de ser na Cidade Nova ou bairros próximos do Hiper DB de lá, pois a Maria Márcia estuda no Celus e seria muito complicado mudar para outro colégio no primeiro bimestre.
·       Acessibilidade – Ainda não temos carro, então transportes escolares que levam ao Celus precisam estar disponíveis.
·       Número de quartos – Precisava ser dois, sendo um pra mim e a Bonitona e outro para as crianças. O Max (meu derradeiro garotinho) vai dormir com a gente durante algum tempo.
·       Preço – Média de R$ 700,00, pois com outras contas como transporte, luz, água, gás, comida, Internet e TV à cabo eu não poderia pagar muito mais.

Levei literalmente MESES para encontrar o lugar ideal... e aí PERDIA o lugar ideal.

Uma vez uma senhora nos levou – eu e a minha esposa – à casa que estava para alugar à noite. A luz estava desligada, pois há quatro meses não se via clientes por lá, daí tivemos de ver tudo com a ajuda de uma lanterna. O lugar era muito bom, a senhora iria inclusive nos deixar móveis embutidos na cozinha e num dos quartos. A casa era muito espaçosa, a água (de poço) era inclusa, os dois quartos eram suítes com box de vidro nos banheiros. Tinha Internet wireless por rádio. Como se isso não bastasse, era apenas R$ 800,00 por tudo isso. Eu disse que queria a casa. Paramos de procurar. Eles começaram a se organizar para nos ceder o lugar (que ainda tinha coisas dos donos). Uma semana antes de mudarmos, ela (a senhora que nos mostrou o lugar) nos informou que a mãe do marido dela disse para o marido dizer para a senhora para nos dizer que não queria gente de fora da família morando lá.

Em outra ocasião havia um lugar muito bom (nas fotos). Fomos visitar no dia seguinte ao anúncio, visto na Internet, e o lugar havia sido alugado já. Mas como era tão longe quanto o Sol não poderíamos morar por lá mesmo.

Antes disso havia visto uma casa muito boa: dois quartos, perto da minha sogra – que certamente vai nos ajudar com o Max – água e luz inclusos (taxa paga às empresas), árvores dando sombra ao redor, várias reformas e mesmo móveis deixados para nós na mudança da família que morava por lá. Tudo por R$ 850,00. Dois dias antes de nos mudarmos, o homem da casa me liga informando que resolveu vender a casa.

A maior parte das casas que eu olhei nem sequer chegava perto disso. Eram mal-localizadas, horrorosas, escuras, desconfortáveis, tinham problemas estruturais, esgotos abertos por perto, apenas um quarto, eram caras demais pelo tamanho ou qualquer coisa assim.

Fui corretor de imóveis durante certo tempo da minha vida e por isso mesmo sei avaliar um imóvel. Quanto mais olhava, mas ficava impressionado pela falta de noção das pessoas em dar um valor decente no aluguel. Aprendi com anúncios na Internet sem fotos que não adianta visitar o imóvel, pois geralmente é má fé: o motivo de não haver fotos é que o imóvel não faz jus à descrição. Pior que tudo isso eram os telefones para contato, pois as pessoas simplesmente não atendem os mesmos no domingo (dia em que geralmente saem os anúncios deles no jornal).

Hoje, com uma casa alugada – a primeira que eu alugo, pois aluguei diversos apartamentos antes – venho aqui dar dicas para vocês que vão procurar um canto para morar.

1º Vá atrás do que você quer – Não aceite nada menos que isso, dentro das suas possibilidades. Pode ser difícil no início, mas você vai encontrar algo ideal com alguma flexibilidade. Claro que com algum dinheiro você pode encontrar algo realmente bom, mas sem muito para gastar também é possível ter os quatro itens indispensáveis: localização, acessibilidade, número de quartos e preço.

2º Verifique tudo – Ao visitar um imóvel teste as luzes, as torneiras, as janelas e as portas. Qualquer mal funcionamento deve ser explicado. Se não tiver uma boa explicação, pule fora. Se te disserem algo como “pois é, tá quebrado, mas é só consertar” você responde algo como “OK, mas vou descontar do aluguel” e observe a resposta do locatário. Problemas demais são sinais de que outras coisas aparecerão quando estiver morando, então não alugue. Verifique ainda o tamanho dos imóveis contando a cerâmica no chão, que tem tamanho padrão e normalmente variam de 30 a 40 cm. Compare com o seu pé para ter noção do tamanho. Um quarto decente, para um casal ou uns três filhos pequenos, tem algo em torno de 7,5 m² (ou 2,5 x 3 metros) no mínimo. Outras coisas a se evitar: banheiro na cozinha, rios ou esgotos abertos próximos, mata próxima, goteiras, poucas tomadas, ausência de instalação para condicionador de ar, vizinhos barulhentos, bares próximos, ruas escrotas e por aí vai.

3º Pergunte tudo – Não saia de lá com alguma dúvida. Você não deve fechar negócio na hora. Veja suas opções em casa, depois de visitar várias casas/apartamentos, com calma e conversando com quem vai morar com você. Mesmo as crianças podem dar boas idéias. Se interessar, ligue no mesmo dia, à noite, para fechar o negócio. Outras coisas que você pode conversar: se reformas na casa poderão ser realizadas por você (com autorização prévia) e se vai rolar desconto no aluguel.

Seguindo esses passos simples consegui alugar uma casa com pátio gramado na frente, quintal capinado de 60 m² nos fundos, dois quartos, muros de 4 metros de altura, pé direito alto, portão de alumínio, garagem coberta, passagem lateral para os fundos, vizinhança tranquila, rua ampla e sem buracos, banheiro em frente aos quartos com pia de mármore, distante 10 minutos do Celus (de carro), pintura completa com menos de uma semana e possibilidade de desconto em reformas. Tudo por R$ 700,00 com água e luz inclusas (tachado pelas empresas, sem “gato”).

À você que procura seu lugar ideal, desejo boa sorte!

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