Os amigos que acompanham este blog sabem que estou
enfrentando um extenuante processo para ser vasectomizado pelo SUS.
Este é o update.
Depois de algumas semanas sem conseguir ir junto com a minha
esposa à Maternidade Moura Tapajós, condição necessária para dar início ao
processo de vasectomia por lá, consegui meu intuito na terça-feira da semana
passada, dia 08.04.14. Esse demora se deve ao fato de a minha esposa estar
tratando lesões múltiplas no ombro.
Fomo na terça à tarde como instruído pela assistente social
chefe, pois nesses dois dias rolavam as preleções que você tem de ouvir sobre a
operação e, se casado, precisa estar acompanhado da esposa. Fato interessante,
pois se a mulher quer ser esterilizada não precisa da aquiescência do marido,
mas a recíproca não é verdadeira. Em uma época em que a operação de vasectomia
é mais simples do que a esterilização feminina, o processo complicado e
entraves como esse são um contrassenso.
Ao me depara com a assistente social no planejamento
familiar, surpresa: a assistente social chefe não estava lá. Expliquei que esta
última me dissera que conversasse com o médico, explicasse que eu passara por
todo o processo e que ele me diria o que poderia ser aproveitado e quais partes
disso eu teria de enfrentar de novo. A mulher não queria entender. A conversa,
que durou tempo demais, foi algo assim:
- Falaste com a Fulana?
- Sim.
- E o que ela disse?
- Que viesse aqui segunda ou terça-feira, pela manhã ou à
tarde, que era o dia de início do processo e que eu conversasse com o médico.
- Mas não é a à tarde que se fala com o médico.
- Mas a Fulana disse pra eu vir aqui com a minha esposa
nesses dias pela manhã ou à tarde!
- Olha, acho melhor o Sr. voltar aqui amanha de manhã...
- Mas eu já vim aqui numa quarta-feira e a Fulana me mandou
voltar segunda ou terça-feira.
- Tu já falaste com a Fulana?
- Sim.
- E o que ela disse?
- Que viesse aqui segunda ou terça-feira, pela manhã ou à
tarde, que era o dia de início do processo e que eu conversasse com o médico...
E assim por diante. Em um dado momento, ela se tocou que a
Fulana deveria estar falando do psicólogo e não do médico e que este – o
psicólogo – estava na sala ao lado e foi falar com ele. A impressão que me
passou foi a de que ela estava tentando passar o problema (eu) para outra
pessoa, e como eu não ia embora ela procurou uma solução alternativa. Ela
chegou a ligar para a outra assistente social, a Fulana, na tentativa dela
resolver meu problema, mas Fulana não atendeu. E eu emprestei meu celular para
isso, no desejo de ver a coisa finalmente andando.
Eu tive sorte. Não só o psicólogo estava presente no hospital
(mas não na sala ao lado) como ele poderia resolver o meu problema verificando
quais etapas poderiam ser salteadas. A assistente social me disse que vigiasse
a porta dele que o homem, um cara alto, iria aparecer e daí eu conversaria
brevemente com ele, resolvendo a situação.
Levou meia hora para ele aparecer. Era mesmo alto e foi fácil
de reconhecê-lo. O fato é que, mesmo verificando tudo e me dizendo que era só a
minha esposa assinar uma parada aí e que eu só precisaria refazer o exame de
sangue, que para meu alívio seria feito lá mesmo e assim que eu pudesse – mesmo
no dia seguinte – ele não podia entrar em sua própria sala, pois a assistente
social fechou sua porta e foi para local ignorado.
Mais meia hora se passou. O psicólogo olhava seu relógio a
cada cinco minutos e eu percebi que este estava com pressa de se mandar para
outro compromisso. Estava já imaginando que a qualquer momento o homem iria
embora e tudo estaria perdido, mas aí a dona da chave apareceu e tudo correu
com uma presteza fantástica. O psicólogo foi muito atencioso, eficiente e
prestativo. Na saída, me parabenizou pela decisão.
Voltei a falar com a assistente social. Ela precisava me dar
a guia do exame de sangue e agendar a minha volta, quando eu teria o resultado
e uma consulta com algum médico que iria me liberar para a operação. Ficou
agendado para o dia 24.04.14
Tudo demorou tanto que a Nilsandra, minha Bonitona, perdeu sua
acupuntura/fisioterapia e ainda tivemos de passar mais uma hora só esperando o
único ônibus que nos levaria da Compensa à Cidade Nova... sem contar com as
condições do ônibus e do tempo da viagem, uma vez que todos os ônibus que
passam por aquele bairro demoram demais. Mas estávamos felizes de ver tudo
encaminhado. Destaque para a Assistente Social Fulana, que me ligou de volta às
19:00 para tentar descobrir que é que estava ligando pra ela. Nem atendi:
estava ainda no ônibus superlotado.
Eu uma semana terei a resposta do médico. Serei liberado para
a operação? Precisarei fazer alguma coisa a mais? A cirurgia será marcada para
quanto tempo depois disso? Não perca o próximo capítulo da saga do meu saco!
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