quinta-feira, 17 de abril de 2014




Os amigos que acompanham este blog sabem que estou enfrentando um extenuante processo para ser vasectomizado pelo SUS.

Este é o update.

Depois de algumas semanas sem conseguir ir junto com a minha esposa à Maternidade Moura Tapajós, condição necessária para dar início ao processo de vasectomia por lá, consegui meu intuito na terça-feira da semana passada, dia 08.04.14. Esse demora se deve ao fato de a minha esposa estar tratando lesões múltiplas no ombro.

Fomo na terça à tarde como instruído pela assistente social chefe, pois nesses dois dias rolavam as preleções que você tem de ouvir sobre a operação e, se casado, precisa estar acompanhado da esposa. Fato interessante, pois se a mulher quer ser esterilizada não precisa da aquiescência do marido, mas a recíproca não é verdadeira. Em uma época em que a operação de vasectomia é mais simples do que a esterilização feminina, o processo complicado e entraves como esse são um contrassenso.

Ao me depara com a assistente social no planejamento familiar, surpresa: a assistente social chefe não estava lá. Expliquei que esta última me dissera que conversasse com o médico, explicasse que eu passara por todo o processo e que ele me diria o que poderia ser aproveitado e quais partes disso eu teria de enfrentar de novo. A mulher não queria entender. A conversa, que durou tempo demais, foi algo assim:

- Falaste com a Fulana?

- Sim.

- E o que ela disse?

- Que viesse aqui segunda ou terça-feira, pela manhã ou à tarde, que era o dia de início do processo e que eu conversasse com o médico.

- Mas não é a à tarde que se fala com o médico.

- Mas a Fulana disse pra eu vir aqui com a minha esposa nesses dias pela manhã ou à tarde!

- Olha, acho melhor o Sr. voltar aqui amanha de manhã...

- Mas eu já vim aqui numa quarta-feira e a Fulana me mandou voltar segunda ou terça-feira.

- Tu já falaste com a Fulana?

- Sim.

- E o que ela disse?

- Que viesse aqui segunda ou terça-feira, pela manhã ou à tarde, que era o dia de início do processo e que eu conversasse com o médico...

E assim por diante. Em um dado momento, ela se tocou que a Fulana deveria estar falando do psicólogo e não do médico e que este – o psicólogo – estava na sala ao lado e foi falar com ele. A impressão que me passou foi a de que ela estava tentando passar o problema (eu) para outra pessoa, e como eu não ia embora ela procurou uma solução alternativa. Ela chegou a ligar para a outra assistente social, a Fulana, na tentativa dela resolver meu problema, mas Fulana não atendeu. E eu emprestei meu celular para isso, no desejo de ver a coisa finalmente andando.

Eu tive sorte. Não só o psicólogo estava presente no hospital (mas não na sala ao lado) como ele poderia resolver o meu problema verificando quais etapas poderiam ser salteadas. A assistente social me disse que vigiasse a porta dele que o homem, um cara alto, iria aparecer e daí eu conversaria brevemente com ele, resolvendo a situação.

Levou meia hora para ele aparecer. Era mesmo alto e foi fácil de reconhecê-lo. O fato é que, mesmo verificando tudo e me dizendo que era só a minha esposa assinar uma parada aí e que eu só precisaria refazer o exame de sangue, que para meu alívio seria feito lá mesmo e assim que eu pudesse – mesmo no dia seguinte – ele não podia entrar em sua própria sala, pois a assistente social fechou sua porta e foi para local ignorado.

Mais meia hora se passou. O psicólogo olhava seu relógio a cada cinco minutos e eu percebi que este estava com pressa de se mandar para outro compromisso. Estava já imaginando que a qualquer momento o homem iria embora e tudo estaria perdido, mas aí a dona da chave apareceu e tudo correu com uma presteza fantástica. O psicólogo foi muito atencioso, eficiente e prestativo. Na saída, me parabenizou pela decisão.

Voltei a falar com a assistente social. Ela precisava me dar a guia do exame de sangue e agendar a minha volta, quando eu teria o resultado e uma consulta com algum médico que iria me liberar para a operação. Ficou agendado para o dia 24.04.14

Tudo demorou tanto que a Nilsandra, minha Bonitona, perdeu sua acupuntura/fisioterapia e ainda tivemos de passar mais uma hora só esperando o único ônibus que nos levaria da Compensa à Cidade Nova... sem contar com as condições do ônibus e do tempo da viagem, uma vez que todos os ônibus que passam por aquele bairro demoram demais. Mas estávamos felizes de ver tudo encaminhado. Destaque para a Assistente Social Fulana, que me ligou de volta às 19:00 para tentar descobrir que é que estava ligando pra ela. Nem atendi: estava ainda no ônibus superlotado.

Eu uma semana terei a resposta do médico. Serei liberado para a operação? Precisarei fazer alguma coisa a mais? A cirurgia será marcada para quanto tempo depois disso? Não perca o próximo capítulo da saga do meu saco!

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