Semana passada voltei à Maternidade Moura Tapajós
para agendar a minha vasectomia.
Este é o update!
Foi tudo bastante rápido, ao contrário de tudo o que
aconteceu até aqui. O médico que realizaria a cirurgia estava atendendo
pessoalmente, as consultas não duravam mais que dois ou três minutos, e ele
encaminhava para a Assistente Social só para que esta agendasse.
Nunca havia visto tantos homens na fila do Planejamento
Familiar, exceto quando passei pela reunião que explica como vai ser a parada,
meses atrás, na Policlínica Gilberto Mestrinho.
Na minha vez, o médico fez perguntas de praxe para confirmar
as minhas informações e me mandou ficar de pé “ali” (apontando com o dedo) e abaixar
as calças e a cueca. Antes, o médico havia perguntado se eu estava com alguma
ferida no pênis ou na bolsa escrotal (no saco, para os leigos) e eu pensei que
ele não havia acreditado em mim. Mas não, ele queria ver o quão peludo eu era.
Fez então um círculo com o dedo em volta do meus ovos dizendo “vais ter de
remover todo o pelo desta área, da bolsa escrotal, do saco. Depila!”
Saí de lá com mais alguns papéis e a informação de que
deveria esperar que a assistente social iria agendar o dia do procedimento. Fui
olhando os papéis. Eram meus exames mostrando que estava tudo OK comigo – coisa
que o médico já havia me dito – além de certidão dos filhos e outras coisas que
me devolviam. Esperei mais alguns minutos e fui atendido pela assistente social
que resolvia as paradas, aquela que eu nunca conseguira falar, mas que disse
que já havia encontrado para poder ser atendido pelo psicólogo da última vez.
Me apresentei, lembrando-a de que já havíamos falado ao
telefone incontáveis vezes, que eu era o cara da romaria entre hospitais. Ela
lembrou e me explicou o real motivo da Policlínica Gilberto Mestrinho não estar
fazendo deferentectomia:
alguém trocou de mulher e quis voltar a ficar fértil de graça, pelo SUS, só que
não rolava isso por lá e ele surtou (e processou)!
Ela me explicou que a depilação não precisava ser zero, mas
apenas cortar com uma tesourinha o mais baixo possível os pelos, se possível no
mesmo dia da operação, mas nunca muito antes, e me deu um papel que me permitia
pegar na farmácia do hospital 14 pílulas de ibuprofeno 300 mg e 28 cápsulas de
cefalexina 500 mg. O primeiro combate dor, inflamação e febre ao passo que o
segundo é um antibiótico que combate grande gama de bactérias. Eu recebi no
mesmo dia, mas só deveria começar a tomar horas antes da cirurgia e com uns 20
minutos de diferença entre um e outro. Essas quantidades são para uma semana de
tratamento, uma vez que tomarei o primeiro de 12 em 12 horas e o segundo a cada
6 horas. No dia da cirurgia, só preciso apresentar um papel de liberação que
ganhei do Planejamento Familiar e me dirigir ao mesmo na hora certa, tendo me
alimentado normalmente no dia e evitando cortar meu saco durante a depilação.
Ainda conversando com a Fulana, descobri que havia gente que
desistia no dia da cirurgia, pois não aguentava a tensão de esperar no hospital
pela hora de entrar na faca. Por isso a orientação de chegar NA HORA da cirurgia...
e não antes.
Minha cirurgia será realizada dia 28
de março de 2014, às 18:00.
E agora, amigos? Será que é só esperar mesmo? Não vai
acontecer nada que transfira o dia? Foi tudo tão tranquilo que nosso herói esta
desconfiado que foi fácil demais! Não perca os desdobramentos pós-operatórios! Em
pouco menos de um mês, a conclusão da Saga do Saco!
Post Scriptum: Consegui completar as ações desse dia, 24.04.14, mas não sem baixas. No Terminal 3, enquanto lutava para subir no
único ônibus que me levaria ao meu destino, me subtraíram o celular de dentro
do bolso das calças. Descanse, soldado. Você serviu bem à mim e à minha
família.