sexta-feira, 12 de julho de 2013



Imagine que no meio do Oceano Pacífico se abre um portal para outra dimensão.

...que essa outra dimensão é habitada por monstros colossais com mais de oitenta e cinco metros de altura.

...que são malevolentes e nos querem extintos.

...que esses monstros são tóxicos ao nosso ambiente.

...que com um simples cocô podem contaminar uma cidade inteira.

...que todas as armas que nós temos falhou.

...que alguém lembrou temos robôs gigantes e obsoletos guardados em alguns poucos países.

...que essa é nossa última esperança.

O que poderia levar nerds e otakus em geral aos cinemas dia desses? Robôs gigantes contra monstros colossais!

Hoje estréia nos Estados Unidos Pacific Rim (Círculo do Pacífico numa tradução literal), chamado Círculo de Fogo no Brasil... o que é uma merda, uma vez que é o mesmo nome de um filme de guerra do Jude Law.

Leseiras de marqueteiros à parte, o filme parece muito bom e a história é bastante direta: monstros biomecanicamente impossíveis atravessam uma brecha dimensional para o nosso plano de existência lá pelo ano de 2020 (não falta muito) e depois que se tenta combate convencional e isso não funciona os humanos decidem usar uma jogada desesperada e não completamente testada, que consiste em enfrentar os colossos com robôs de mais de oitenta metros de altura, pilotados por dois ou mais humanos com os cérebros conectados para maximizar a coordenação.

Toda a luta se concentra no círculo de fogo do pacífico, que leva esse nome por ter mais de 75% dos “vulcões assassinos” da Terra, muitos terremotos e outras desgraças. Há muitos países pobrezinhos no círculo de fogo do pacífico, que aliás tem formato de ferradura, mas há países fodas como EUA (o Alasca faz parte do círculo) e Japão.

Os Jaegers, nome dado aos robôs gigantes, foram construídos com o mesmo propósito que todas as armas: matar gente, mas estavam em stand by como hoje estão o armamento atômico da Terra. Os países que têm grana e que fazem parte do círculo – Japão e EUA – saem em defesa da Terra. China e Rússia que possuíam robôs para fazer frente aos adversários (Japão e EUA respectivamente) se juntam ao esforço conjunto e a Austrália, vizinha da Nova Zelândia que também integra a zona de guerra, estava perto demais para ficar de fora... e, bem, era dona de um jaeger também.

Só por isso a gente (nerds e otakus) já quer ver, agora perceba que o diretor é o mesmo de Hellboy e Labirinto do Fauno, o Sr. Guillermo del Toro.

O design dos robôs lembra traços culturais dos países de origem, como o aspecto clássico de robô gigante de seriado japonês do jaeger do Japão ou do tamanho enorme do jaeger da Rússia (além de ser o de aspecto mais antiquado).  Mesmo que estejamos falando de um combate no futuro e de cérebros conectados, os robôs são antigos e muito mais mecânicos que analógicos, o que traz um lance nostálgico de volta. Aliás, se não houvesse nostalgia não haveria um público legal para o filme: os kaiju são os monstros clássicos gigantes japoneses da década de 50, sendo o mais famoso deles Gojira, internacionalmente conhecido como Godzilla.

Os kaiju são uma história à parte. Se os nerds vão mais pelos robôs e sua tecnologia, os otakus certamente querem ver os monstros tentarem dominar o mundo através de sua estratégia preferida: chutar prédios! O fato é que del Toro resolveu fazer os maiores kaiju que o mundo já viu. Não há em filmes monstros maiores. Não há dois kaiju iguais, o que sugere que eles não são uma espécie de animal de outra dimensão, mas monstros MESMO, únicos. Cada um possui habilidades, formatos e personalidades diferentes. O diretor chegou pro artista que desenvolveria o conceito dos monstros e mandou fazer troços inéditos, não se inspirar muito em nada da Terra e sequer “requentar” alguma criação sua do passado. Esse artista já havia desenvolvido monstros para um filme baseado no universo de H. P. Lovecraft por exemplo, além de ter desenvolvido toda a arte para os já citados Labirinto do Fauno e Hellboy. Nesse filme, Pacific Rim, del Toro simplesmente vetava o kaiju que não lhe interessava, basicamente escolhendo o monstro mais pelo que inspiraria terror nos espectadores.

Agora algumas imagens brevemente comentadas do filme. Podem clicar para ampliar que a maioria dessas imagens é muito maior.

  Trajes maneiros dos pilotos.


Tufão Encarnado. O vermelho é a cor da China e o vento tem várias lendas interessantes por lá.


Coiote Tango. Tango pode ser entendido como "Letra T" ou "Target" (alvo) no sentido de inimigo.

  Cherno Alfa. Referência a Chernobil, um canto lá da Rússia aonde rolou um grave acidente nuclear.


Perigo Gigano, considerado o nome mais fanta de todos.


Descoberta Artilheira. Um dos nomes mais escrotos de ser traduzido. Posso estar errado.

Muitos nerds são desenhistas, gostam de mecânica ou qualquer coisa relacionada com robótica. Como estratégia de marketing lançaram "blue prints" dos gigantes para se ter noção do tamanho. Por exemplo 260 pés (79 metros) é igual a 40 carros empilhados, difícil até de visualizar.


280 pés (85 metros) equivale a uma fila de 13 jatos.


 280 pés (85 metros) tem a mesma altura de uma pilha de 28 helicópteros.


Mais blue prints dos jaegers com mais detalhes.



 Essa é pra você que gosta de robôs gigantes: uma comparação entre um humano, três transformers, o Gigante de Ferro e o Gipsy Danger, o menor dos jaegers.

 Aqui uma comparação da altura dos jaegers com a de Gojira e a Estátua da Liberdade. Dá pra ver que um kaiju é mais massivo que um jaeger e que o soviético é bem "old fashion".


 Já vimos essa comparação na internet, mas sem a baleia e sem o jaeger. Acho que faria mais sentido botar aqui um dos kaiju do filme. Sim, o tamanho de Gojira varia muito com o filme.

Um dos kaiju, cabeça-de-faca, comentado pelo pessoal do desenvolvimento. Ele é Categoria 3.

Otachi, Categoria 4, é um dos kaiju mais fodas. Apesar de não ser muito alto (tem "apenas " 63 metros de altura) é um dos mais massivos, com aproximadamente 2690 tonaladas de peso.


"Um kaiju é classificado na Escala Serizawa, que mede de cada criatura o deslocamento de água, níveis de toxicidade e radioatividade quando passam pela brecha.

Essa informação é usada para atribuir categoria baseada no namanho e ameaças potenciais."

Daí você me pergunta algo como "porque desclocamento de água?". Fácil, eles geram tsunamis ao atravessar a brecha, o portal entre nosso mundo e o deles.

"Notícias de última hora: cocô de kaiju contamina cidade. Manila, Filipinas". Os kaiju são organismos tão alienígenas ao nosso mundo que são baseados em amônia e não em água, o que os torna altamente tóxicos.

Para você que não manja de monstros ou robôs gigantes um outro tipo de comparação de altura e tamanho.

Esses monstros são tão grandes que são necessários porta-aviões para se livrar dos ossos. O corpo entra em auto-destruição assim que morrem espalhando uma porcaria contaminante que sacaneia até o ar. Essa porcaria é conhecida por "kaiju blue".

Olha o que acontece com uma luva de borracha que toca em kaiju blue...

  Quando não dá pra remover os ossos o povo reconstrói ao redor do esqueleto, como se fosse parte do relevo.


O filme tem previsão de estréia só mês que vem no Brasil :(

Quer mais? Passe no site oficial do filme: www.pacificrimmovie.net

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