Ontem aconteceram três coisas muito
sérias.
1º Minha Bonitona passou mal na rua,
muito longe de casa, por volta da hora do almoço. Teve de ir à um
pronto-socorro onde, claro, não foi pronto-socorrida. Constataram pressão alta
e que o stress a martirizava. Não, não pulamos Carnaval e não descansamos no
feriado. Estávamos na reta final da construção e os pedreiros vieram trabalhar.
Trabalhamos MUITO em casa, entre arrumação e na lida com os filhos. Quem é dona
de casa sabe. Ela levou horas para ser dispensada do hospital, pois como estava
realmente mal o médico resolveu fazer diversos exames, para quem acha que
stress não mata.
2º Ao chegar em casa a Nill teve de
ouvir a seguinte história: o
HD do PC subiu no telhado.
Havia chovido e o telhado estava escorregadio. O bicho foi atrás de um
passarinho e terminou caindo. O amigo Perseu fez tudo o que pôde, mas não foi
possível salvar o hardware. Foi confirmado o falecimento deste, com tudo o que
havia lá, pouco antes das 18:00. Levou algum tempo, mas finalmente caiu a ficha
e a minha esposa ficou muito pior do que estava. Lá havia trabalhos, fotos dos
filhos e outras coisas que jamais serão recuperadas. Isso já aconteceu comigo
algumas vezes, mas gente nunca para pra fazer backup.
3º Também recebeu a notícia de que a
construção havia finalmente acabado. Os pedreiros estavam só nos esperando para
entregar a casa e explicar ou ouvir qualquer coisa que fosse. Agradeceram-nos,
dizendo que fomos bons para eles e lhes dissemos o mesmo. Fomos todos
compreensíveis com os problemas uns dos outros e conseguimos concluir – nós e
eles – mais essa etapa da vida. É só um quarto e uma cozinha a mais na casa da
minha sogra, que em algum momento teremos de deixar pra trás e que nos custou
muito esforço, dinheiro e privações, mas sentimos como se fosse nossa primeira
casa. Aprendemos muito com essa construção e há planos para o futuro, que nos
parece mais brilhante.
Há,
claro, outras formas de ver cada uma dessas notícias:
1º O mal-estar da minha queridona
pode revelar que ela tem de decidir entre o magistério, que ela não quer mais e
que o faz para manter a família junto comigo, e os negócios, que descobriu que
gosta e que lhe dá dinheiro. Que esse dia chegaria, nós já sabíamos, mas talvez
venha antes do que esperamos, o que é bom.
2º Perdemos trabalhos, mas estamos
formados. Perdemos as fotos, mas temos os filhos. De verdade, nada se perdeu.
As fotos e os trabalhos são apenas provas materiais de que temos uma vida até
que legalzinha. Há muito que estudar e que viver ao lado dos amigos e filhos e
finalmente aprendemos a fazer backup. Quando tivermos algo para gravar,
gravaremos. Depois copiaremos em nuvem, CD, pen drive...
3º A “casa” não foi terminada. Temos
de varrer e limpar tudo para receber nossas coisas, depois teremos de limpar as
coisas empoeiradas, carregar essas coisas, desmontar móveis, remontar móveis,
arrumar as coisas dentro dos móveis... tudo enquanto cuidamos das crianças, de
comida, da louça e tudo o mais e durante o final de semana, quando deveríamos
estar descansando das chatices da semana. E já começaremos a juntar dinheiro
para reformar os outros cômodos que precisamos, o que indica que a falta de
dinheiro seguirá.
Com isso quero mostrar que não há
notícia totalmente boa ou totalmente ruim. Tudo tem duas faces. Mantenham isso
em mente e sigam trabalhando. Ter alguém ao seu lado que ajuda a remar é muito
bom, mas faça a sua parte não importando o esforço ao falta de vontade dos
outros. Eventualmente, tudo vai se ajustando.
Bom final de semana à todos!
Post Scriptum: Pois é, não disse aqui, mas não deu
certo o lance de morar alugado e optei por construir no terreno da minha sogra.
Ao menos, estou gastando dinheiro com alguém de quem gosto muito e gerando a
primeira herança palpável.
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