quarta-feira, 26 de novembro de 2008



Quem me conhece sabe que eu me interesso muito pólo assunto mortos-vivos, mas pouca gente sabe que eu sou quase que fascinado pelo assunto. Cada filme que eu vejo eu aprendo uma lição que eu utilizo na minha vida pessoal, sem contar as lições que eu aprendi para o advento de um apocalipse zumbi...

Eu acho engraçado e divertido o tema zumbi e acho arrepiante o que se faz com eles nos quadrinhos, aonde lê quem quere as pessoas que costumam fazer protestos não estão lá para dizer que bebês não podem ser repartidos como comida entre os próprios parentes, por exemplo.

Acho especialmente bom o filme que não explica o porquê da vinda deles. Explicar pra quê? Que explicação seria convincente, além de aceitar o óbvio e tentar sobreviver?

Vou repassar para vocês algumas das lições que eu aprendi em alguns filmes. Outras lições podem ser encontradas no livro do Max Brooks, em inglês, clicando aqui.

Em A Noite dos Mortos-Vivos, descobri que até uma ex-freira mata um morto-vivo se resolver sobreviver a qualquer custo, que você mira na cabeça e não erra pra fazer isso e que seria muito bom poder escolher os que estão presos no mesmo bastião de humanidade que você, uma vez que brigas internas podem - e irão - matá-los. Descobri que por mais ruim que seja o seu barraco , é ele que permite que você descanse, coisa que não pode fazer em campo aberto, mas não invente de descer ao porão: o melhor é ir pro sótão e ficar quieto, esperando socorro. Melhor que isso, só com uma bela e boa fortaleza.

Lição pra vida: inimigo do meu inimigo não é necessariamente meu amigo.

Em Dia dos Mortos, percebi que se a situação dos mortos-vivos se tornar uma calamidade mundial, pouca coisa poderá ser feita além de se sentar no seu refúgio e aguardar – tipo, por uns 30 anos – que o evento bizarro acabe e poder sair por aí de novo. Mesmo se você tiver uma fortaleza, vai precisar procurar comida, água e remédios em algum momento, sem contar com a já batida e debatida história de que os inimigos podem estar mais perto do que você pensa, e gente desesperada com armas na mão e treinamento militar pode ser o pior problema.

Lição pra vida: não fresque com gente armada ou poderosa.

Em Madrugada dos Mortos aprendi que um shopping tipo prédio alto, com escadas bloqueadas ou destruídas e elevador funcionando apenas para você pode ser um ótimo lugar para se ficar. Você encontrará comida, bebida, abrigo, diversão e muito mais. Haverá um gerador elétrico por ali, guloseimas, videogames e livros. Se a internet não caiu, ou a TV a cabo, você pode inclusive fazer de conta que é domingo e “passar o dia em casa”. Só não me invente de botar pra dentro cada sobrevivente que encontrar, pois isso é porta aberta para problemas. No filme, se os seguranças não tivessem deixado passar o grupo da enfermeira em primeiro lugar, estariam até hoje por lá.

Lição para a vida: mesmo em momentos de stress e depressão, frente a problemas sem solução, o melhor é tentar se divertir, pois a angústia não resolve nada.

Com Terra dos Mortos eu aprendi que as pessoas tendem a se acostumar com tudo e inclusive anseiam por gente mandando nelas. Isso faz a vida mais simples e há a sensação de segurança e de missão cumprida, coisa que eu raramente experimentei na minha vida de pensador livre independente, questionador vagabundo do status quo. Se o mundo acabasse em um apocalipse zumbi e um cara conseguisse arrumar uma cidade para eu morar, eu estaria lá, mas acabaria sendo um dos comunistas revolucionários se percebesse que ele iria ser terrivelmente arbitrário com as pessoas.

Lição para a vida: periferia é periferia, em qualquer lugar. Capitalismo é fogo!

Em The Evil Dead, descobri que se cadáveres sem alma ambulantes são ruins, cadáveres ambulantes endemoninhados são piores ainda!

Lição pra vida: Não vá pra uma cabana ou sítio no meio do nada sem ter alguém no seu grupo que conheça o dono.

Em Todo Mundo Quase Morto vi um homem comum de verdade, daqueles que não aprende a atirar de uma hora pra outra, que prefere ver televisão a fazer exercícios, que é um fracassado como eu, que trabalha em um emprego que mal o mantém, que chora quando está deprimido, que acabou de levar um chute da namorada por ser um ninguém dependente e que tem um amigo em ascensão e outro ainda mais por baixo que ele, e que é mais solidário com o que é mais sem-noção, como eu geralmente faço, dar a volta por cima por cima durante uma infestação zumbi. Não só ele resolveu o problema da segurança, como conseguiu pegar os entes queridos (e até os não queridos) no caminho, coisa que não se deve fazer, com sucesso, se tornando um homem de verdade, um líder, um macho alfa. Visto por esse prisma o filme, parece impressionante, mas muitos não gostaram, sei lá por quê. A lição que se tira do filme é que a gente tem de fazer o que precisa ser feito, e um cara que praticou o desapego a vida inteira pode ser um verdadeiro herói quando a única coisa que importa é ameaçada.

Lição pra vida: Mulheres querem homens de verdade. Se você não é um deles, cedo ou tarde vai ser deixado pra trás.

O REC foi o último desses filmes que eu vi. Nele eu vi coisas que eu já sabia e que se repetem em outros filmes, tais como a ignorância matar, o ser humano tentar racionalizar tudo, a busca por bodes expiatórios e o fato de que, se repórter é mesmo tudo doido, os câmeras são foda! Mas lá eu vi uma coisa a mais, que raramente se mostra nos filmes americanos, e que eu acredito, do fundo do meu coração: o governo sabe de tudo, e tem planos de contingência para essas coisas.

Lição pra vida: não se meta no trabalho dos outros, principalmente se for um trabalho perigoso.

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