Semanas atrás eu troquei do desktop do computador do meu trabalho
pela imagem acima. Só uma pessoa pareceu notar – imediatamente – e era um cara de
fora da sala que passou por aqui e viu a uma distância de 5,5 metros
aproximadamente. Só soube por que ele comentou comigo.
É interessante notar que as pessoas próximas não percebem
seus problemas às vezes. Isso é bom por um lado, mas já tive depressão uns dez
anos atrás e sei que se ninguém vir ao menos bater um papo contigo você não sai
do lugar.
Você precisa de gente que se interessa por você. No meu caso
a depressão veio e ficou por um tempo porque eu sou diferente e não vejo
sentido no mundo, por mais que não pareça.
Tenho uma esposa que me entende e me ajuda a tentar ver as
coisas de uma forma melhor. Ainda que ela não seja a mais otimista das pessoas,
ela simplesmente não desiste, no máximo adiando a vitória. Se algo está claramente
fadado ao fracasso – ao menos pra mim – ela simplesmente muda a forma de enfrentar
o problema. Nem ela sabe que tem esse poder.
Venci a depressão praticamente sozinho, mas o vazio ficou. Hoje
eu não tenho mais o buraco negro que havia no meu peito desde que eu me entendo
por gente por causa da minha Bonitona. Ele, o desespero, estava lá engolindo
toda a esperança e sonhos desde criancinha.
Obrigado, meu amor.
Desde muito pequeno que eu não espero nada da vida ou do
pós-vida. Paradoxalmente, não tive grandes decepções por isso mesmo. Otimismo
só pelo otimismo, pra mim, é como esperar ir para o Céu após a morte sem fazer
nada para merecer isso. Eu nem sei se o Céu está lá.
Pra mim, a vida é como aqueles videogames em que você evolui
o personagem apenas para enfrentar outros jogadores mais fortes, sem prêmios ou
objetivo final. E a maior parte das pessoas são noobs nesse jogo, ficando
empacados para sempre num certo nível.
Vou tentar explicar o que é ser diferente. A maioria das
pessoas enxerga o mundo como sendo OU bom OU ruim, com nuances de cinza. Quem é
otimista acha que o mundo é bom, mas que tem umas coisas ruins. Quem é
pessimista crê que o mundo é terrível, ainda que haja momentos de felicidade.
Eu acho que o mundo não é nem quente nem frio, mas morno. Tudo cinza, tudo
muito parecido.
Sou contra a estandardização
que nos torna todos iguais, acho que o que é diferente é bom e que se fôssemos
todos iguais, procurando as mesmas respostas e soluções, ainda estaríamos na
pré-história. Acredito que TODOS deveríamos fazer um esforço para acabar com
isso de tornar o mundo padrão, de ter comportamentos aceitáveis e inaceitáveis.
Acho que o que é ilegal deveria ser revisto e que a democracia, na realidade, é
um mito feito para nos controlar – ou você acha que o povo é que controla este
ou qualquer país? Meu problema é que quase todos parecem não só OK com a estandardização,
mas criaram inclusive normas e prêmios para a estandardização.
Este ano algo mudou. Não estou exatamente com vontade de
vencer, acho que isso se deve à inércia de muito tempo. É mais uma vontade de
sair da inércia. Por isso as resoluções
de ano-novo. Isso também deve à influência benéfica da Nilsandra na minha
vida.
Mais uma vez obrigado, queridona.
Não estou satisfeito com muitas coisas na vida e vou fazer
algo a respeito. Vou mudar de aparência ou de emprego se precisar, mas vou
cumprir todas as metas deste ano e depois vou traçar novas metas... e tentar descobrir
o que eu realmente quero no processo.
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