Voltamos a conversar sobre Comunismo. Como seria o trabalho numa sociedade
comunista decente? Digo isso porque como expliquei aqui até então não
conseguimos ter uma dessas aqui na Terra.
Karl Marx postulava que a alienação do trabalho é a alienação que funda as
demais. Acabando com ela, acabaríamos com todas as outras e a humanidade se
tornaria antecipada. O trabalho no capitalismo é livremente comercializado, ao
passo que no Comunismo DEVERIA ser livremente associado, deixaria de ser uma
amolação onde você vai apenas porque precisa e passaria a ser algo realmente
bom.
Como assim, porra? Trabalhar, bom? Se trabalho fosse bom não haveriam
férias, né?
Simples: o trabalho seria algo que você gostaria de fazer, pois haveria
abundância de ben se as pessoas trabalhariam cada vez menos. Por exemplo: eu
gostaria de trabalhar exclusivamente testando videogames, traduzindo
quadrinhos, blogando, essas coisas. Há, atualmente, gente que ganha dinheiro
com isso, mas não é trabalho para todos porque com a escasses de produtos, que
causa os preços altos, eu tenho de trabalhar no que me paga mais, independente
do que eu gosto de fazer.
Ainda por cima, levando-se em consideração a capacidade de se recuperar da
Natureza, as máquinas nos ajudariam com isso. Com menos trabalho pesado ou
complexo e mais bens, trabalharíamos no que nos interessasse, mudando de
ocupação conforme a razão.
Antes mesmo de Karl Marx, como já dissemos antes, haviam outros pensadores
pensando o Comunismo e havia mesmo comunidades comunistas. Uma vez que isso é o
estado natural do ser humano, começamos assim: sem acumular bens, sem líderes,
fazendo o necessário para viver e não mais do que isso. Houve até quem
defendesse que deveria haver apenas comunidades sem ociosos (militares,
religiosos, nobres e magistrados). Só que nossa comunidade foi ficando complexa
e ninguém antes de Marx pensou que os objetivos das pessoas são antagônicos.
Marx não foi o primeiro a perceber que uma mercadoria não poderia ser medida
pelo valor em dinheiro, mas pelo trabalho que leva até chegar ao consumidor,
mas foi o primeiro a explicar a sociedade em termos puramente econômicos
mostrando cientificamente como o trabalho do cidadão é mal remunerado, gerando
os ricos.
Ele também acreditava (e provou isso dialeticamente) que o capitalismo está
fadado a desaparecer, que as leis econômicas são alheias à vontade humana e por
isso o capitalismo não pode ser regulado, o que gera suas crises.
A princípio Marx acreditava que o Estado deveria ser abolido direto pelas
classes trabalhadoras, mas aí aconteceu um troço parecido em Paris, não deu
certo, e ele reviu seus conceitos. Ficou claro que a gente ainda preciso do
Estado para regular umas paradas aí, mas isso não foi bem aceito pelos colegas
comunistas da época.
Então, para encerrar nossa conversa de hoje, o trabalho deveria ser algo
que você gosta de fazer até enjoar, que te pague o justo e que uma vez não
fazendo mais a sua cabeça, você troca de emprego. As máquinas seriam para
ajudar nisso e a abundância baratearia tudo. Até que soubéssemos regular tudo
teríamos políticos resolvendo isso para a gente e em um certo ponto
perceberíamos que iss não seria mais necessário, abolindo o Estado de vez.
Bom né?
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