sexta-feira, 16 de outubro de 2009














Este sábado tivemos Zombie Walk Manaus, uma festa em que nos vestimos de mortos-vivos e caminhamos até um bar, aonde rola uma festa a fantasia. Foi o terceiro evento oficial desse tipo na cidade e foi o melhor em minha opinião. Participei de todos eles.

Existem pessoas que se preparam bastante para a caminhada, com verdadeiras superproduções. Eu nunca fui de fazer isso, mas acho que é porque sou desleixado e liso. Bem que eu gostaria de contar com maquiagem profissional, roupas apropriadas e lentes de contato leitosas para compor um visual infecto!

No primeiro Zombie Walk Manaus, dois anos atrás, caminhamos do estacionamento do Vivaldo Lima ao Vitrola (que eu nem sei se era Vitrola na época). A caminhada foi muito curta e a festa muito prazerosa. No segundo evento, saímos do Cemitério São João Batista e nos dirigimos ao Underground Bar, sendo que a caminhada foi muito divertida, com um morto-vivo especialmente pinel entre nós, que parava ônibus se metendo na frente deles, por exemplo, mas a festa não foi grande coisa, apesar de que lá rolou um filme clássico italiano inédito para mim: Zombie! Nesta terceira edição, a concentração rolou na Praça de Alimentação do Dom Pedro sendo que terminaria no Vitrola.

Eu havia feito muita coisa interessante nesse dia: comprei presentes de Dia das Crianças para uma turma inteira do SESC com a Nilsandra, minha namorada, com quem também fui pegar as alianças de compromisso que estamos usando desde então. Comprei também um boliche para Luiz Felipe e Luan Henrique, meus filhos. Fiz macarronada pela primeira vez na vida ao lado da minha Bonitona em sua casa e ainda iria assombrar a noite de algumas pessoas ao me vestir de morto-vivo e sair por aí, em meio a mais algumas dezenas de condenados.

Nilsandra não quis ir ao Zombie Walk Manaus por estar enjoada e por detestar filmes de mortos-vivos. O evento é para quem realmente gosta, mas bem que ela queria me ver lá, feliz da vida, caminhando com colegas defuntos. Ela ficaria na casa da Mamma, me aguardando e, depois de me proibir de lhe acordar com uma mordida no pé ao chegar de madrugada, me deixou partir com um beijo.

Geralmente eu ia com qualquer roupa ao Zombie Walk Manaus e simplesmente pagava algo em torno de R$ 15,00 para uma maquiadora de plantão no evento me “montar”, mas sabia que dessa vez não haveria essa comodidade. Assim, peguei a minha fantasia de açougueiro (que usei no Carnaval, presente do Irmão Rafael) e me mandei pra lá, ciente que ao menos conseguiria um pouco de sangue para empapar o rosto no local.

A isso chamamos “zumbi temático”. Nos filmes do criador do Gênero, George Romero, bem como nos quadrinhos, sempre de pode ver gente que morreu e retornou como um morto-vivo ainda vestindo sua roupa de trabalho. Daí temos palhaço, Papai Noel, açougueiro e por aí vai. Não é zumbi temático, por exemplo, alguém com roupas usuais ou de terno. Terno já é roupa de vestir defunto.

Foi minha primeira vez de zumbi temático. Eu gostaria de ir de soldado do exército ou de policial, mas iria dar trabalho e custaria dinheiro, que eu nunca tenho nessas ocasiões. Bem que eu procurei um facão ou cutelo de brinquedo no Centro para compor o visual, mas não encontrei. Deveria ter feito um de papelão, mas não sou bom em trabalhos manuais...

Na praça encontrei com várias pessoas que conhecia de outras edições e de outros lugares. Vi o irmão do Perseu, meu amigo e colega de trabalho, de rosto pálido e olheiras roxas, com um bocado de sangue por cima. Vi um Hunter, monstro de Left 4 Dead. Vi duas aeromoças zumbis, que eram as organizadoras do evento e que não haviam combinado de se vestirem iguais, mas que estavam com roupas incrivelmente parecidas e que se diferenciavam mais pelo terrível desfiguramento a que foram impostas ao serem parcialmente devoradas. Havia um daqueles casais que usam camisas enormes para que os dois possam estar juntinhos, sendo que a garota estava toda cortada e sem sangue e o homem carregava um antebraço com mão nas garras. No local apareceu também um Jason, além de várias pessoas vestidas casualmente e cobertas de sangue, uma delas com uma faca cravada no pescoço (a amiga Ana Paula, por indicação minha). O sangue fake que rolou por lá era feito de uma mistura de groselha, dois tipos de anilina comestível (um corante) e chocolate. Era tão doce que ao pôr na minha boca para deixar escorrer e dar um efeito canibal na aparência fiquei enjoado por meia hora.

Na praça chamávamos bastante atenção e lá já era uma festa. Alguns apareceram torcendo o nariz para nós, mas foram muitos os que se aproximavam para tirar fotos conosco ou para conversar. Uma senhora com um menino nos braços chegou perto de mim e perguntou “que movimentação é essa?” ao que eu respondi “é o Zombie Walk Manaus” e ela “Ah, tá!”. Continuei explicando, mas ela parecia saber do que se tratava, o que fez a alegria de muitos dos presentes. Estava tão legal que mesmo os zumbis tiravam fotos uns dos outros.

Depois das dez da noite começamos a caminhar. No caminho o grupo se dividiu em dois naturalmente, sendo que uma parte passou em frente ao Mr. Pizzo e outra andava entre os carros na Avenida Pedro Teixeira. O Irmão Rafael estava em um ônibus quase em frente ao DB daquela avenida quando este foi atacado pelos mortos que andam, daí me ligou, mas como atrapalhava a interpretação e eu não conseguia entender o que ele queria dizer, pedi para desligar com um “você está atrapalhando a minha performance!”

Nos juntamos todos perto da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e então caminhamos do outro lado da rua, no sentido do trânsito, por dois prováveis motivos: não esbarraríamos todos sujos no pessoal limpinho que estava esperando o rock de Frejat e companhia no Centro de Convenções e poderíamos ser melhor fotografados e filmados pelo pessoal da banda Soda Billy, que ia na frente em sua Kombi estilizada.

Ao chegar ao local da festa – o Vitrola – fizemos uma pequena concentração e então começamos a entrar. Levou algum tempo para a música ao vivo começar, mas nos divertíamos muito encontrando amigos. Além do pessoal que caminhou conosco (com algumas pessoas aderindo no caminho), outros apareceram direto na festa. Como zumbis pagavam com desconto a entrada, vários outros monstros apareceram depois, com uma nova coleção de cicatrizes, capas, chapéus e essas coisas. Havia até mesmo um caçador de mortos-vivos com um grande machado por lá.

O Vitrola, inclusive, se fundiu com o Café Atômico e está bem diferente. As paredes estão pintadas de vermelho, cor do antigo Café, além de ter os quadros e móveis rústicos daquele bar. O novo nome deveria ser Vitrola Atômica, mas existe uma banda com o nome de Vitrolatômica que, bestamente, não permitiu que o nome fosse adotado. Como diz o Ehud, proprietário do antigo Vitrola, “nome não faz bar”. Vamos chamar de Vitrola por muitos anos de qualquer modo, como ainda há gente que chama aquilo lá de Tulipa. Ainda mais se chamassem o lugar de Vitrola Atômica. Veja bem: o Porão do Alemão é chamado por todos apenas de Porão, ao Tulipa Negra chamavam de Tulipa apenas, o bar dos Hell’s Angels chamam só de Bar do Hell’s ou Hell’s e por aí vai. Só não chamavam o Café Atômico de Café porque aí ninguém iria entender direito. O mesmo vale pro Café Cancun, por exemplo. Daí, Vitrola-Qualquer-Coisa vai ser simplesmente Vitrola.

Para falar dos não fantasiados, encontrei com Talita, Rafaela, Felipe, Rodrigo (Falcon), a banda Break Seasons (um dos guitarristas estava caracterizado e a vocalista estava uma Mini-Mortícia), Eric, Liceana e outros mais. A primeira banda não me apeteceu, mas a segunda, que tinha músicas próprias, fez sensação, fazendo apenas um cover de Enjoy the Silence muito parecido com a versão do No Use For A Name em homenagem a uma amiga. A terceira banda era a Soda Billy, que é muito boa, mas que eu não ouvi legal porque estava de saída quando entraram.

A maior parte do tempo fiquei jogando sinuca, aonde ganhei todas as partidas mesmo não sendo grande coisa como jogador, além de batendo papo com os amigos. Senti falta da minha namorada, pra quem prometi chegar à meia-noite em casa, mas a festa estava boa e sabia que ela não iria se importar como atraso. Senti falta também dos amigos que deveriam ter ido e não puderam por um motivo ou outro, tais como Flávio e Perseu.

É uma sina particular não ter fotos minhas em nenhum desses eventos. Ou as fotos nunca chegam a mim ou estou láááá no fundo de uma massa interminável de gente, irreconhecível. Dessa vez, no entanto, tiraram muitas fotos minhas, de maneira que ao menos uma parte disso eu terei em breve. Além disso, a festa do Zombie Walk Manaus foi completamente captada pelas câmeras do Fotochopp. Foi bom ir de açougueiro!

Cheguei em casa perto das três da madrugada graças à uma carona da Talita. Fui olhar a minha namorada, que dormia lindamente em minha cama, pus as roupas empapadas de sangue de molho em água com sabão e tomei um bom banho. Ao deitar, a Nilsandra acordou e foi logo me perguntando como foi o Zombie Walk e eu lhe fiz um resumo, contando inclusive coisas que não entram aqui porque são parte daquelas conversas que se joga fora e que não tem fim prático, além de distrair e dividir uma bela noite com bons amigos.

Ano que vem tem mais. Bora de soldado?

5 comentários:

Unknown disse...

Go go. Eu vou comprar uma calça rajada o quanto antes.

Anônimo disse...

Porra foi legal,ano que vem talvez eu me vista de zumbi,mas eu quero ser uma zumbi hiperativa...husuhshuus

voce nao tava de açougueiro,tava de pizzaiolo.

Plenno disse...

eu estava saindo do DB nessa hora
e me lembrei de ter lido algo sobre esse evento exatamente aqui no seu blog...

queria ter visto o açougueiro assassino!!!!!
:D

Anônimo disse...

Rs....caraca que legal, nunca tinha visto fotos destes zumbis walks que já rolaram em Manaus. Legal ver o evento crescendo, vida longa aos zumbis rs...por mais contraditório que pareça rs...abraçao

Fana Fanii disse...

noussa, o negócio é serio mesmo!
fiquei com #medo
heheheh