Bom dia, estranhos! Gostaria de compartilhar um lance que aconteceu comigo hoje cedo.
Correr atrás de ônibus, quem
nunca? Só que hoje aconteceu algo inusitado, que me fez sentir dentro de um
filme.
Tou morando na Cidade Nova e
isso quer dizer que não posso pegar ônibus muito tarde, pois é um bocado mais
longe do meu trabalho que o antigo logradouro. Fui comprar pão já meio tarde
porque o padeiro safado só deixa o pão no mercadinho perto de casa quase que às
7:00 da manhã (e ainda ri de você quando ouve reclamações). Nesse momento vi
que perdia um ônibus, mas pensei algo como “tudo bem, em alguns minutos passa
outro”.
Fui pra casa e tive um café
da manhã muito gostoso ao lado da minha Bonitona.
Chego na parada e estou
ouvindo Rogério Skylab no meu celular. A rua faz uma
curva de maneira que você tem de estar olhando O TEMPO TODO para ver o ônibus
chegando... só que nem todo mundo é assim. Eu não sou assim. Sou dos quer ficam
pensando coisas o tempo todo e formando imagens mentais, o que anuvia a
atenção.
Talvez por isso eu não
consiga dirigir direito, sei lá. Mas estou divagando.
De repente o ônibus aparece.
Mesmo distraído, não sou criança e desenvolvi métodos para evitar ser
surpreendido, tanto por ônibus que surgem do nada quanto por ladrões ninjas que
se materializam atrás de você. Vi o negócio à tempo e levantei incontinenti,
com a mão estendida. O ônibus não para na parada exatamente porque há uma
CRATERA sempre alagada que te encharcaria se ele fizesse isso, de maneira que
ele sempre para um pouco depois... e ele não parou, com o motorista fazendo
cara de paisagem enquanto passava por mim, que o olhava incréu e repetia algo
como não não não não não...
Mas aí eu vi que o ônibus
articulado pararia antes de dobrar a esquina devido a um semáforo e, por ser um
grande ônibus articulado, a porta traseira – por onde eu entraria – estaria até
mais perto.
Corri como o vento, dando um
rosnado no arranque.
Enquanto corria via o ônibus
parando e percebia que corria em meio à rua, como se estivesse de moto ou sei
lá, com um carro e outro ônibus articulado bem atrás de mim. Pensei por um
segundo “o que que estou fazendo no meio da rua?”, daí eu vi o sinal ainda
vermelho e que alcançaria o ônibus e não pensei em mais nada!
Corri uns cem metros em doze
segundos. Sério: era ladeira de descida.
Alcancei o ônibus, bati em
sua porta... e o veículo mansamente foi embora. Derrotado, dei um passo para o
lado deixando o carro que vinha atrás de mim passar sem me matar e o ônibus
articulado atrás dele, que não me servia, já buzinara. Ia passando ao lado dele
quando notei a porta aberta e o motorista, que parecia algo entre o Vin Diesele o Sr. Barriga, me dizendo “vamos pegar ele lá embaixo! DEPRESSA!”
Foi como
o Exterminador me dizendo “come with me if you want to live”.
Subi. Lá embaixo era na próxima
parada, como o motora me explicou. Era uma carona. A fé na humanidade sendo
restabelecida por aquele herói do cotidiano, que jamais lerá este blog. Me
senti num filme de ação, daqueles de perseguição. O ônibus da frente iria parar
na próxima e não teríamos tempo, mas aí o nosso passou por ele e parou na
outra. Agradeci olhando agradecido e o motorista fez que sim com a cabeça,
olhando para a frente, para o futuros resgates, enquanto eu descia já pronto
para pegar o 350 e chegar no trabalho a tempo.
Mais tarde notei que o
motorista do 350 não era maligno, pois ele parava para todas as mulherzinhas
que faziam sinal pra ele, mesmo as distraídas e as embromonas, que andavam para
a porta errada e depois voltavam para a entrada certa. Ele só não gosta de
homens, mesmo.
Um comentário:
Heheheeh... Muioto bom!
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