segunda-feira, 14 de janeiro de 2013





Bom dia, estranhos! Gostaria de compartilhar um lance que aconteceu comigo hoje cedo.

Correr atrás de ônibus, quem nunca? Só que hoje aconteceu algo inusitado, que me fez sentir dentro de um filme.

Tou morando na Cidade Nova e isso quer dizer que não posso pegar ônibus muito tarde, pois é um bocado mais longe do meu trabalho que o antigo logradouro. Fui comprar pão já meio tarde porque o padeiro safado só deixa o pão no mercadinho perto de casa quase que às 7:00 da manhã (e ainda ri de você quando ouve reclamações). Nesse momento vi que perdia um ônibus, mas pensei algo como “tudo bem, em alguns minutos passa outro”.

Fui pra casa e tive um café da manhã muito gostoso ao lado da minha Bonitona.

Chego na parada e estou ouvindo Rogério Skylab no meu celular. A rua faz uma curva de maneira que você tem de estar olhando O TEMPO TODO para ver o ônibus chegando... só que nem todo mundo é assim. Eu não sou assim. Sou dos quer ficam pensando coisas o tempo todo e formando imagens mentais, o que anuvia a atenção.

Talvez por isso eu não consiga dirigir direito, sei lá. Mas estou divagando.

De repente o ônibus aparece. Mesmo distraído, não sou criança e desenvolvi métodos para evitar ser surpreendido, tanto por ônibus que surgem do nada quanto por ladrões ninjas que se materializam atrás de você. Vi o negócio à tempo e levantei incontinenti, com a mão estendida. O ônibus não para na parada exatamente porque há uma CRATERA sempre alagada que te encharcaria se ele fizesse isso, de maneira que ele sempre para um pouco depois... e ele não parou, com o motorista fazendo cara de paisagem enquanto passava por mim, que o olhava incréu e repetia algo como não não não não não...

Mas aí eu vi que o ônibus articulado pararia antes de dobrar a esquina devido a um semáforo e, por ser um grande ônibus articulado, a porta traseira – por onde eu entraria – estaria até mais perto.

Corri como o vento, dando um rosnado no arranque.

Enquanto corria via o ônibus parando e percebia que corria em meio à rua, como se estivesse de moto ou sei lá, com um carro e outro ônibus articulado bem atrás de mim. Pensei por um segundo “o que que estou fazendo no meio da rua?”, daí eu vi o sinal ainda vermelho e que alcançaria o ônibus e não pensei em mais nada!

Corri uns cem metros em doze segundos. Sério: era ladeira de descida.

Alcancei o ônibus, bati em sua porta... e o veículo mansamente foi embora. Derrotado, dei um passo para o lado deixando o carro que vinha atrás de mim passar sem me matar e o ônibus articulado atrás dele, que não me servia, já buzinara. Ia passando ao lado dele quando notei a porta aberta e o motorista, que parecia algo entre o Vin Diesele o Sr. Barriga, me dizendo “vamos pegar ele lá embaixo! DEPRESSA!”

Foi como o Exterminador me dizendo “come with me if you want to live”.

Subi. Lá embaixo era na próxima parada, como o motora me explicou. Era uma carona. A fé na humanidade sendo restabelecida por aquele herói do cotidiano, que jamais lerá este blog. Me senti num filme de ação, daqueles de perseguição. O ônibus da frente iria parar na próxima e não teríamos tempo, mas aí o nosso passou por ele e parou na outra. Agradeci olhando agradecido e o motorista fez que sim com a cabeça, olhando para a frente, para o futuros resgates, enquanto eu descia já pronto para pegar o 350 e chegar no trabalho a tempo.

Mais tarde notei que o motorista do 350 não era maligno, pois ele parava para todas as mulherzinhas que faziam sinal pra ele, mesmo as distraídas e as embromonas, que andavam para a porta errada e depois voltavam para a entrada certa. Ele só não gosta de homens, mesmo.

Um comentário:

R Porto disse...

Heheheeh... Muioto bom!