Venci o Top Comentarista de setembro
do blog A. Constantino Brandão!
Terei em minhas mães brevemente obras da Agatha Christie de
quem falei aqui. Mais uma vez, ganhei com facilidade: fui o único inscrito.
Mas a iniciativa do Top Comentarista rendeu frutos, pois muito mais gente
comentou durante este mês que passou e sei que mais gente vai ler A. Constantino Brandão.
Aliás, tenho de resenhar o livro que ganhei como Top
Comentarista. Primeiro um pouco sobre o autor.
Já havia falado que Stephen King não é meu escritor de terror
preferido, mas que é um grande mestre do horror que vale a pena ser lido. No
caso do livro que eu ganhei – O Pistoleiro, primeiro volume da série A Torre
Negra – o gênero não é horror: King não escreve só este gênero, o horror, e
acho que as histórias que fogem desse tema como coisa central, mas que ainda
assim têm elementos dessa natureza, são as melhores obras do cara. Exemplos de histórias
dele que não são horror e que inclusive viraram filme (e que você provavelmente
nem sabia que eram do cara) são:
Um Sonho de Liberdade
Conta Comigo
À Espera de
um Milagre
Stephen King faz o prefácio ele mesmo, dizendo entre outras
coisas que era fã de Tolkien e que queria escrever a obra de fantasia mais
longa jamais escrita, mas que resolveu esperar uns anos para começar porque não
queria escrever algo similar ao O Senhor dos Anéis, mas algo novo.
Levou uns dez anos para começar a escrever e umas três
décadas para escrever tudo. Tenho sorte de ter o produto acabado e revisado à
venda e o início da história nas mãos. O próprio King conta no prefácio que
gente morreu esperando ver a conclusão. Gente mandava cartas dizendo “estou com
câncer e morro em seis meses, me conta o final e eu levo pro túmulo sem contar
pra ninguém”, algo que lhe gelou a espinha.
Me identifiquei com o autor nesse ponto, pois ele diz que não
sabia como a história iria terminar: ele só senta e escreve um bocado, até
acabar a inspiração e aí larga a coisa e não se obriga a escrever até que a
inspiração volte. Eu sou exatamente assim com os contos, por isso não estou
escrevendo no momento. Tenho duas ideias, mas não a fagulha para escrever. Também
não quero escrever e levar uma parte do livro que estou lendo para a minha
história, daí prefiro esperar.
Agora, sobre o livro. Não se
preocupe, sem spoilers.
É muito do caralho! Faroeste com fantasia! Viagens
dimensionais e magia. Desertos infindáveis com máquinas inexplicáveis! O tempo
não significa porra nenhuma mesmo! Os personagens têm peso e personalidades
únicas, sendo até mesmo os coadjuvantes muito marcantes. Alguns são tão
insólitos que o próprio Pistoleiro pensa que são construtos mágicos para lhe
enganar. Há esse inimigo praticamente onipresente, só um passo à frente do Pistoleiro.
A aventura é pós-apocalíptica, mas parece que em certos lugares a vida sempre
foi assim, reduzida à mera sobrevivência. O Pistoleiro tem flashbacks que nos
dão aquela impressão de falta de uma linha de tempo, proposital numa história
em que o tempo não funciona normalmente, e a própria mente do personagem
principal é moldada para evitar divagar nisso, sob pena de enlouquecer. Há muito
sexo e situações sexys sem ser vulgar, o
que é algo de mestre e difícil de fazer. O leitor mais velho e experimentado se coloca no lugar do assassino em muitas ocasiões por causa das escolhas difíceis. As cenas de ação são cinematográficas,
os inimigos são incrivelmente variados e a magia parece ser sempre negra como
breu.
Com certeza é um mundo ainda mais sombrio e desolado do que a
Terra Média controlada por Sauron, onde não há magia boa de verdade ou raças
com sentimentos elevados. Só humanos a um passo da morte por inanição, desidratação
ou assassinato. Mas há destinos piores que a morte e somos apresentados a eles antes
da metade do livro. King conseguiu fazer algo realmente bom aqui e eu vou comprar
e ler a porra toda. Se eu fosse explicar sobre o que é o primeiro livro da
série em poucas palavras, diria que é sobre as escolhas do último assassino
realmente capaz, vivendo no que parecem ser os últimos dias da sua vida, num
mundo que já acabou e que não te dá motivos para seguir.
Esse, aliás, é o elemento de terror sempre presente na
história. Se eu tivesse lido este livro alguns anos atrás, quando eu ainda
procurava um sentido nessa vida, teria sido algo devastador pra mim. Recomendo
o livro para leitores intelectualmente maduros, pois muita coisa é sugerida e o
leitor precisa de experiências de vida para absorver totalmente os conceitos.
O blog A.
Constantino Brandão não contará com Top Comentarista no mês de outubro, mas
a autora avisa que poderão rolar sorteios. Quer correr o risco de ganhar um
troço qualquer e ainda se divertir com a história A
Noite de um Imortal, ainda em curso? Siga o A. Constantino Brandão.
Um comentário:
Obrigada por participar e parabéns pela resenha, ela está ótima ^^
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