segunda-feira, 6 de outubro de 2014




Venci o Top Comentarista de setembro do blog A. Constantino Brandão!

Terei em minhas mães brevemente obras da Agatha Christie de quem falei aqui. Mais uma vez, ganhei com facilidade: fui o único inscrito. Mas a iniciativa do Top Comentarista rendeu frutos, pois muito mais gente comentou durante este mês que passou e sei que mais gente vai ler A. Constantino Brandão.

Aliás, tenho de resenhar o livro que ganhei como Top Comentarista. Primeiro um pouco sobre o autor.

Já havia falado que Stephen King não é meu escritor de terror preferido, mas que é um grande mestre do horror que vale a pena ser lido. No caso do livro que eu ganhei – O Pistoleiro, primeiro volume da série A Torre Negra – o gênero não é horror: King não escreve só este gênero, o horror, e acho que as histórias que fogem desse tema como coisa central, mas que ainda assim têm elementos dessa natureza, são as melhores obras do cara. Exemplos de histórias dele que não são horror e que inclusive viraram filme (e que você provavelmente nem sabia que eram do cara) são:

Um Sonho de Liberdade

Conta Comigo

À Espera de um Milagre

Stephen King faz o prefácio ele mesmo, dizendo entre outras coisas que era fã de Tolkien e que queria escrever a obra de fantasia mais longa jamais escrita, mas que resolveu esperar uns anos para começar porque não queria escrever algo similar ao O Senhor dos Anéis, mas algo novo.

Levou uns dez anos para começar a escrever e umas três décadas para escrever tudo. Tenho sorte de ter o produto acabado e revisado à venda e o início da história nas mãos. O próprio King conta no prefácio que gente morreu esperando ver a conclusão. Gente mandava cartas dizendo “estou com câncer e morro em seis meses, me conta o final e eu levo pro túmulo sem contar pra ninguém”, algo que lhe gelou a espinha.

Me identifiquei com o autor nesse ponto, pois ele diz que não sabia como a história iria terminar: ele só senta e escreve um bocado, até acabar a inspiração e aí larga a coisa e não se obriga a escrever até que a inspiração volte. Eu sou exatamente assim com os contos, por isso não estou escrevendo no momento. Tenho duas ideias, mas não a fagulha para escrever. Também não quero escrever e levar uma parte do livro que estou lendo para a minha história, daí prefiro esperar.

Agora, sobre o livro. Não se preocupe, sem spoilers.

É muito do caralho! Faroeste com fantasia! Viagens dimensionais e magia. Desertos infindáveis com máquinas inexplicáveis! O tempo não significa porra nenhuma mesmo! Os personagens têm peso e personalidades únicas, sendo até mesmo os coadjuvantes muito marcantes. Alguns são tão insólitos que o próprio Pistoleiro pensa que são construtos mágicos para lhe enganar. Há esse inimigo praticamente onipresente, só um passo à frente do Pistoleiro. A aventura é pós-apocalíptica, mas parece que em certos lugares a vida sempre foi assim, reduzida à mera sobrevivência. O Pistoleiro tem flashbacks que nos dão aquela impressão de falta de uma linha de tempo, proposital numa história em que o tempo não funciona normalmente, e a própria mente do personagem principal é moldada para evitar divagar nisso, sob pena de enlouquecer. Há muito sexo e situações sexys sem ser vulgar, o que é algo de mestre e difícil de fazer. O leitor mais velho e experimentado se coloca no lugar do assassino em muitas ocasiões por causa das escolhas difíceis. As cenas de ação são cinematográficas, os inimigos são incrivelmente variados e a magia parece ser sempre negra como breu.

Com certeza é um mundo ainda mais sombrio e desolado do que a Terra Média controlada por Sauron, onde não há magia boa de verdade ou raças com sentimentos elevados. Só humanos a um passo da morte por inanição, desidratação ou assassinato. Mas há destinos piores que a morte e somos apresentados a eles antes da metade do livro. King conseguiu fazer algo realmente bom aqui e eu vou comprar e ler a porra toda. Se eu fosse explicar sobre o que é o primeiro livro da série em poucas palavras, diria que é sobre as escolhas do último assassino realmente capaz, vivendo no que parecem ser os últimos dias da sua vida, num mundo que já acabou e que não te dá motivos para seguir.

Esse, aliás, é o elemento de terror sempre presente na história. Se eu tivesse lido este livro alguns anos atrás, quando eu ainda procurava um sentido nessa vida, teria sido algo devastador pra mim. Recomendo o livro para leitores intelectualmente maduros, pois muita coisa é sugerida e o leitor precisa de experiências de vida para absorver totalmente os conceitos.

O blog A. Constantino Brandão não contará com Top Comentarista no mês de outubro, mas a autora avisa que poderão rolar sorteios. Quer correr o risco de ganhar um troço qualquer e ainda se divertir com a história A Noite de um Imortal, ainda em curso? Siga o A. Constantino Brandão.

Um comentário:

Andressa Brandão. disse...

Obrigada por participar e parabéns pela resenha, ela está ótima ^^