Respondendo à um chamado de um brother no NaNoWriMo fiz um
texto baseado num tema gerado aleatoriamente num site aí. O tema que saiu pra
mim foi Deus do Destino. O conto ficou bem diferente do que eu costumo
escrever. Eu foi só escrevendo logo. Gosto de me livrar dos desafios assim que
me encontro com eles. Acho que por isso vou concluir o desafio do NaNoWriMo nem
que eu morra!
Destino é um deus distante e gigante. Ele parece estar sempre
a um passo de ser alcançado, mas não: é uma ilusão causada pelo seu enorme
tamanho, como acontece com as montanhas. Ele tem os cabelos loiros da cor do
limão que amadurece demais, pele dourada e olhos verdes como a folha do
jambeiro. Usa um terno azul claro que parece fora de moda e carrega uma valise.
O destino sorri para umas pessoas e outras não. Sabe tudo o
que foi e o que será, daí não deseja “boa sorte” a ninguém. Por saber tudo o
que há por acontecer, nada o surpreende e nada o diverte.
Uma vez por ano Destino vive como humano e passa seus poderes
a outro humano. O humano passa a ser destino – e é com se ele sempre fosse – e quando
deixa de sê-lo nem mesmo pode lembrar o que foi. E destino automaticamente
assume o lugar. Nem Destino sabe mais porque faz isso: só lhe é dado saber os
fatos, não os motivos.
Quando começou com isso era pra saber o que vai pela cabeça
de um humano, mas quando é humano não é Destino, não tem como avaliar como um
deus a condição humana. E que humano quem condições reais de entender
completamente a condição humana?
Destino não entende e nem quer de verdade saber a resposta. Simplesmente
não se importa. Nem mesmo é humano e não influencia a vida deles. Não precisa
conhecer a humanidade.
Enquanto deus, tem 37 sentidos diferentes. Todos alienígenas
demais para os humanos. Paradoxalmente, não tem nenhum sentido exatamente igual
aos nossos conhecidos.
Eu sou o Destino. Também não sei porque estou registrando
isso.
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