segunda-feira, 25 de novembro de 2013


Como dito anteriormente, fiz uma tatuagem no sábado. O resultado é este que você vê acima.

Não falei aqui por que escolhi esse símbolo. Vamos lá.

Biohazard, ou risco biológico, me remete aos mortos-vivos, matéria de interesse eterno deste que vos “fala”. Uma das minhas características marcantes é ter muitos filhos – ou seja, infecto pessoas com minhas células – coisa que vou consertar com a vasectomia. Também gosto de pensar que infecto quem convive comigo com minhas ideias.

E claro: é um símbolo bonito pra caralho!


Cheguei um pouco adiantado e pude bater um papo com o Arthur, o “meu” tatuador. Graças à promoção que estava rolando por lá, que atraiu mais de uma centena de pessoas, ele não lembrava mais de onde deveria tatuar, mas lembrava de mim e da minha tatuagem. Lembrava até que a minha esposa não poderia ser tatuada naquele dia porque demoramos a escolher o que seria tatuado e daí a arte dela só ficaria pronta outro dia.

A minha tatuagem, por outro lado, era um símbolo bem reconhecido e fácil de encontrar na Internet. O Arthur ainda tentou me oferecer uma variação, mas como eu gostaria de fazer a coisa básica para depois fazer tribais combinando, não poderia ser nada fugindo do biohazard puro e simples.

O desenho que ele me ofereceu é este:

  
O desenho que foi trabalhado no estêncil foi este:



Hoje o trabalho do tatuador é muito facilitado pela Internet. Com o Google ele pôde ver variações, oferecer ao cliente e se utilizar de estêncil para trabalhar sua arte. O estêncil de que falo é um tipo de papel carbono que deixa uma tatuagem temporária na pele para que o tatuador possa se guiar. É como se fosse um esboço, e o tatuador faz a arte-final.

Conversamos sobre a minha tatuagem, sobre a da esposa Bonitona e sobre o tatuado e o mercado de trabalho (ou melhor, sobre o preconceito que ainda rola principalmente para professores de crianças), até que a hora da sessão chegou.

Ele raspou meu ombro para evitar que os pelos atrapalhassem. Aplicado o estêncil, Arthur me perguntou “é sua primeira?”. “Sim”, respondi, “não sei como é a dor ou qualquer coisa assim”. Já havia visto em programas de tatuagem gente passando mal por causa do nervosismo, mas sobre a dor eu não saberia dizer ao certo como reagiria, pois tenho um amigo jovem e forte que disse ter doído muito a tatuagem no peito dele (um pequeno ouroboros), ao passo que a minha Bonitona queria dormir ao fazer uma grande tatuagem que tem da coxa esquerda ao início do flanco.

Depois o Arthur me disse que tatuagem mexe com o sistema imunológico da pessoa e grandes tatuagens dão sono, mas na hora que eu falei de dor ele só disse algo como “olha, pode gritar, pode chorar, pode chamar pela mãe, só não pode mexer o braço!” e enfiou a agulha no meu ombro.

A dor nem chegou perto do que estava esperando. Nem classificaria como dor. Sei que dor é subjetivo e depende da percepção e do limiar de cada um, mas pra mim foi como se alguém raspasse lentamente minha pele com algo irritante, sem chegar a arder, mais um incômodo forte que dor.

Uns quinze minutos se passaram e entrou outro tatuador para tatuar um terço envolvendo Maria nas costas de uma garota. Demorei para reconhecer o Markito, dono do estúdio, pois estava de cabeça raspada e antes era cabeludo. É o careca que aparece na foto da minha tatuagem.

Logo desenvolvemos uma conversa comigo, o Markito, Arthur e o namorado da menina. Esta lacrimava com a tatuagem e mal falava. Assuntos variados rolaram, como paraquedismo, vasectomia, filhos, viagens, shows de Metal, amigos e, é claro, tatuagem. E assim se passou quase uma hora.

Perguntei quais cuidados deveria ter. Me foi informado que o plástico que estavam aplicando deveria ser removido de 30 a 45 minutos, que aplicasse Bepantol Derma três vezes ao dia por cinco dias (camada fina, sem deixar branco), não expusesse ao Sol, mergulhasse em rio ou piscina por uns dez dias, não removesse a casca ou coçasse o local e nada de comer comidas gordurosas e/ou reimosas. Depois de cicatrizado o local, veríamos possivelmente falhas na tatuagem, pois é difícil chapar de preto a pele e a tinta ainda cobria áreas não-tatuadas, dificultando a visão das possíveis falhas anteriormente comentadas, situação na qual retorno ao estúdio do Markito para completar a parada.


Enfim, gostei muito do resultado. Já falamos de projetos futuros e penso novamente em saltar de paraquedas. Quando a minha Bonitona for fazer a mandala dela eu pretendo estar lá para rir mais um pouco com os caras.

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