Como
dito anteriormente, fiz uma tatuagem no sábado. O resultado é este que você
vê acima.
Não
falei aqui por que escolhi esse símbolo. Vamos lá.
Biohazard, ou
risco biológico, me remete aos mortos-vivos, matéria de interesse eterno deste
que vos “fala”. Uma das minhas características marcantes é ter muitos filhos – ou
seja, infecto pessoas com minhas células – coisa que vou consertar com a
vasectomia. Também gosto de pensar que infecto quem convive comigo com minhas ideias.
E
claro: é um símbolo bonito pra caralho!
Cheguei
um pouco adiantado e pude bater um papo com o Arthur, o “meu” tatuador. Graças
à promoção que estava rolando por lá, que atraiu mais de uma centena de
pessoas, ele não lembrava mais de onde deveria tatuar, mas lembrava de mim e da
minha tatuagem. Lembrava até que a minha esposa não poderia ser tatuada naquele
dia porque demoramos a escolher o que seria tatuado e daí a arte dela só
ficaria pronta outro dia.
A minha
tatuagem, por outro lado, era um símbolo bem reconhecido e fácil de encontrar
na Internet. O Arthur ainda tentou me oferecer uma variação, mas como eu
gostaria de fazer a coisa básica para depois fazer tribais combinando, não
poderia ser nada fugindo do biohazard puro e simples.
O
desenho que ele me ofereceu é este:
O
desenho que foi trabalhado no estêncil foi este:
Hoje
o trabalho do tatuador é muito facilitado pela Internet. Com o Google ele pôde
ver variações, oferecer ao cliente e se utilizar de estêncil para trabalhar sua
arte. O estêncil de
que falo é um tipo de papel carbono que deixa uma tatuagem temporária na pele
para que o tatuador possa se guiar. É como se fosse um esboço, e o tatuador faz
a arte-final.
Conversamos
sobre a minha tatuagem, sobre a da esposa Bonitona
e sobre o tatuado e o mercado de trabalho (ou melhor, sobre o preconceito que
ainda rola principalmente para professores de crianças), até que a hora da
sessão chegou.
Ele
raspou meu ombro para evitar que os pelos atrapalhassem. Aplicado o estêncil, Arthur me
perguntou “é sua primeira?”. “Sim”, respondi, “não sei como é a dor ou qualquer
coisa assim”. Já havia visto em programas de tatuagem gente passando mal por
causa do nervosismo, mas sobre a dor eu não saberia dizer ao certo como
reagiria, pois tenho um amigo jovem e forte que disse ter doído muito a
tatuagem no peito dele (um pequeno ouroboros), ao passo que a
minha Bonitona
queria dormir ao fazer uma grande tatuagem que tem da coxa esquerda ao início
do flanco.
Depois
o Arthur me disse que tatuagem mexe com o sistema imunológico da pessoa e
grandes tatuagens dão sono, mas na hora que eu falei de dor ele só disse algo
como “olha, pode gritar, pode chorar, pode chamar pela mãe, só não pode mexer o
braço!” e enfiou a agulha no meu ombro.
A
dor nem chegou perto do que estava esperando. Nem classificaria como dor. Sei
que dor é subjetivo e depende da percepção e do limiar de cada um, mas pra mim
foi como se alguém raspasse lentamente minha pele com algo irritante, sem
chegar a arder, mais um incômodo forte que dor.
Uns
quinze minutos se passaram e entrou outro tatuador para tatuar um terço envolvendo
Maria nas costas de uma garota. Demorei para reconhecer o Markito, dono do estúdio,
pois estava de cabeça raspada e antes era cabeludo. É o careca que aparece na
foto da minha tatuagem.
Logo
desenvolvemos uma conversa comigo, o Markito, Arthur e o namorado da menina.
Esta lacrimava com a tatuagem e mal falava. Assuntos variados rolaram, como paraquedismo,
vasectomia, filhos,
viagens, shows de Metal, amigos e, é claro, tatuagem. E assim se passou quase
uma hora.
Perguntei
quais cuidados deveria ter. Me foi informado que o plástico que estavam
aplicando deveria ser removido de 30 a 45 minutos, que aplicasse Bepantol
Derma três vezes ao dia por cinco dias (camada fina, sem deixar branco),
não expusesse ao Sol, mergulhasse em rio ou piscina por uns dez dias, não
removesse a casca ou coçasse o local e nada de comer comidas gordurosas e/ou
reimosas. Depois de cicatrizado o local, veríamos possivelmente falhas na
tatuagem, pois é difícil chapar de preto a pele e a tinta ainda cobria áreas
não-tatuadas, dificultando a visão das possíveis falhas anteriormente
comentadas, situação na qual retorno ao estúdio do Markito para completar a
parada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário