segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Como dito anteriormente, farei uma vasectomia em breve. Este é o update.

A Policlínica onde farei a cirurgia estava sem psicóloga e eu precisava passar por uma consulta com psicólogo, com um enfermeiro e com um médico antes de ser operado. O problema é que a psicóloga estava de licença maternidade – que hoje dura seis meses – e não conseguiam contratar temporários para a substituir.

Incrível que uma policlínica importante como a que temos no Centro de Manaus tenha apenas uma profissional dessa especialidade, mas tive muitos problemas mais com as assistentes sociais, como veremos a seguir.

Resolvi passar na policlínica à tarde para ver se não poderia conseguir uma solução alternativa. Conversei com um funcionário daquele órgão que me explicou que poderia ir à tarde falar com as assistentes sociais, mas não às quintas-feiras, pois elas não trabalham nesse dia.

“Como assim não trabalham no meio da semana?”, pensei.

Passei lá não me lembro que dia da semana e não consegui logo ser atendido, mas ater que meu atendimento foi rápido. Ela ainda resolveu o meu problema me indicando que procurasse outra assistente social na maternidade em que nasceu o Max, meu derradeiro filho e ainda me deu um encaminhamento para agendar um exame de sangue.

“Legal”, pensei, e fui agendar meu exame de sangue.

Uns dois dias depois estava na maternidade. Cheguei cedo, pois esperava ser atendido logo e depois ser liberado para ir trabalhar apenas com um certificado de comparecimento para explicar o atraso. Sou muito grato à ALEAM e procuro não faltar mesmo por motivos médicos. O problema é que todos os outros pobres têm o mesmo instinto de chegar cedo aos lugares e não importa a hora que você chegue já há uma fila lá.

Isso já era esperado, o que eu não esperava era que o atendimento só começasse depois das 08:30 da manhã...

O que me deixou realmente chateado foi que quando chegou a minha vez as assistentes me explicaram que eu não poderia ser atendido propriamente porque não trouxera diversos documentos. Olhando a lista constatei que eram os mesmos que me pediram no lugar aonde irei ser operado, a Policlínica Gilberto Mestrinho.

Pensando se tratar de alguma confusão expliquei que seria operado em outro lugar e que só estava ali para ver um psicólogo, mas me disseram que teriam de abrir um processo por lá também, tal qual o que abriram pra mim no Centro.

Eu teria de voltar lá um outro dia. E olha que a maternidade fica no núcleo 23 da Cidade Nova. Longe, muito longe do meu trabalho, do Centro, et cetera.

Fiz o exame de sangue na data marcada e dias depois voltei à maternidade para entregar os documentos. Tomei o cuidado de saber se não havia algum dia em que não poderia ser atendido pelo psicólogo para fazer tudo ao mesmo tempo. Chegaram quase às nove da manhã as assistentes sociais e daí consegui deixar os documentos e ser atendido pelo enfermeiro e psicóloga no mesmo dia.

Entrevista com o enfermeiro:

- Tu quer mesmo fazer isso?
- Sim, claro!

Entrevista com a psicóloga:

- Quer dizer que você já está a par de tudo.
- Sim!
- Por mim está liberado. Parabéns por sua decisão!

Eu passei muito mais tempo esperando pela minha vez do que sendo atendido, mas isso sempre acontece comigo. Dali deveria voltar a falar com as assistentes sociais, mas as coisas nunca são fáceis quando passamos por elas: para completar a desgraça, a Assistente Social responsável por assinar o meu papel não foi trabalhar por motivo de doença (versão oficial) e mesmo já possuindo a assinatura do enfermeiro responsável e da psicóloga, não tinha a autorizarão do hospital para dar seguimento no bagulho.

Teria de voltar lá outro dia SÓ PARA pegar a papelada...

...depois de o povo aparecer para trabalhar...

...o que significa que só depois das 08:30 da manhã! Se eu inventasse de chegar tarde (tipo, por volta das 08:30) seria o último de uma longa fila...

Haviam outras assistentes sociais, mas só uma poderia me dar a autorização. O golpe mais duro foi ouvir uma estagiária dizer que “se o carimbo dela estivesse aqui eu mesma poderia assinar pra você”, provando que eu era vítima de mera burocracia.

Depois de passar lá uma terceira vez num outro dia consegui a porra da autorização. Fiquei, no entanto, surpreso ao ver um anúncio na porta me dizendo que nas sextas-feiras não havia atendimento por parte das assistentes sociais. Na recepção me confirmaram isso, mas não desisti, pois pensei que poderiam ter deixado meu documento nas mãos de alguma outra pessoa. Lembrei que havia um balcão interno na área em que estavam assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros e fui até lá, para descobrir que, apesar de aviso em contrário, as assistentes sociais atendiam sim às sextas-feiras.

Ou seja: o aviso era só para desguiar algumas pessoas...

Sério: pude confirmar isso depois das 08:45, quando finalmente fui atendido por assistentes sociais que tomavam tranquilamente seu café longe de olhos mundanos.

Eu havia escolhido a sexta-feira porque pretendia ir pegar isso, depois o exame de sangue que saíra na quinta-feira, mas que não podia entregar no mesmo dia já que no Centro as assistentes sociais não trabalham (eu acho, já que poderia ser simples sacanagem, como no caso da maternidade).

Mais uma sacanagem se seguiu quando percebi que me devolviam TODOS os papéis que entreguei lá. Todos os documentos que serviram para dar abertura no processo me foram devolvidos, como se não houvesse nenhuma necessidade de eu entregá-los em primeiro lugar.

“Não tens de ficar com os documentos do processo?”

“Não, não precisa.”

PUTO! Mas não deixei transparecer. Sorri e saí.

Fui trabalhar. Fomos dispensados mais cedo e aproveitei para ir buscar meu exame de sangue um pouco antes do esperado. O exame serviria para mostrar basicamente se eu sangraria até a morte durante a operação.

Indo para a Policlínica encontrei com um amigo de longa data, o Cleber, e passamos um tempo conversando. Ele me acompanhou à Policlínica.

Lá eu tive de avisar um coitado que iria passar pelo mesmo suplício que eu que deveria levar todos os documentos de novo, já que as assistentes sociais não estavam avisando isso. Encontrei a mulher e, ao entregar meus exames, lhe disse que avisasse os outros de que precisariam entregar todos os documentos mais uma vez e descobri algo muito divertido.

Ela simplesmente NÃO SABIA disso.

Ao receber meus documentos e exames e incluí-los na minha pasta, a assistente social me disse que a operação seria na quinta-feira seguinte. Foi muito súbito, mas ao menos não haveria mais entraves. Ela me ligaria confirmando algum tempo antes.

Na terça-feira seguinte resolvi ligar, pois ninguém confirmara nada. Falei com diversas pessoas, mas aparentemente só a assistente social poderia me dizer. Ela não estava lá.

Liguei no dia seguinte e consegui falar com ela. Você imagina que se a sua operação deveria ser no dia seguinte e a mulher deveria lhe ligar dizendo alguma coisa era pra informação estar na mesa dela, mas não estava. Ela desligou e me ligou uma hora e meia depois para me dizer que a operação não fora autorizada e que seria, talvez, na segunda-feira pela manhã e que ligariam para confirmar na sexta-feira (porque, lembrem, ela não trabalha na quinta-feira).


Na sexta-feira liguei diversas vezes sem sucesso. Falei inclusive com outras pessoas que não sabiam ou diziam não saber da data da minha cirurgia. Inclusive outra assistente social. Resultado: não sei se a cirurgia estava marcada para hoje ou não. Mais tarde ligarei novamente para saber e possivelmente remarcar. Fica aquela sensação de que assistentes sociais servem só para ajudar bandidos a ficarem fora das cadeias...

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