Como
dito anteriormente, farei uma vasectomia em breve. Este é o update.
A
Policlínica onde farei a cirurgia estava sem psicóloga e eu precisava passar
por uma consulta com psicólogo, com um enfermeiro e com um médico antes de ser
operado. O problema é que a psicóloga estava de licença maternidade – que hoje
dura seis meses – e não conseguiam contratar temporários para a substituir.
Incrível
que uma policlínica importante como a que temos no Centro de Manaus tenha
apenas uma profissional dessa especialidade, mas tive muitos problemas mais com
as assistentes sociais, como veremos a seguir.
Resolvi
passar na policlínica à tarde para ver se não poderia conseguir uma solução
alternativa. Conversei com um funcionário daquele órgão que me explicou que
poderia ir à tarde falar com as assistentes sociais, mas não às quintas-feiras,
pois elas não trabalham nesse dia.
“Como
assim não trabalham no meio da semana?”, pensei.
Passei
lá não me lembro que dia da semana e não consegui logo ser atendido, mas ater
que meu atendimento foi rápido. Ela ainda resolveu o meu problema me indicando
que procurasse outra assistente social na maternidade em que nasceu o Max, meu
derradeiro filho e ainda me deu um encaminhamento para agendar um exame de
sangue.
“Legal”,
pensei, e fui agendar meu exame de sangue.
Uns
dois dias depois estava na maternidade. Cheguei cedo, pois esperava ser
atendido logo e depois ser liberado para ir trabalhar apenas com um certificado
de comparecimento para explicar o atraso. Sou muito grato à ALEAM e procuro não
faltar mesmo por motivos médicos. O problema é que todos os outros pobres têm o
mesmo instinto de chegar cedo aos lugares e não importa a hora que você chegue
já há uma fila lá.
Isso
já era esperado, o que eu não esperava era que o atendimento só começasse
depois das 08:30 da manhã...
O
que me deixou realmente chateado foi que quando chegou a minha vez as
assistentes me explicaram que eu não poderia ser atendido propriamente porque
não trouxera diversos documentos. Olhando a lista constatei que eram os mesmos
que me pediram no lugar aonde irei ser operado, a Policlínica Gilberto
Mestrinho.
Pensando
se tratar de alguma confusão expliquei que seria operado em outro lugar e que
só estava ali para ver um psicólogo, mas me disseram que teriam de abrir um
processo por lá também, tal qual o que abriram pra mim no Centro.
Eu
teria de voltar lá um outro dia. E olha que a maternidade fica no núcleo 23 da
Cidade Nova. Longe, muito longe do meu trabalho, do Centro, et cetera.
Fiz
o exame de sangue na data marcada e dias depois voltei à maternidade para
entregar os documentos. Tomei o cuidado de saber se não havia algum dia em que
não poderia ser atendido pelo psicólogo para fazer tudo ao mesmo tempo.
Chegaram quase às nove da manhã as assistentes sociais e daí consegui deixar os
documentos e ser atendido pelo enfermeiro e psicóloga no mesmo dia.
Entrevista
com o enfermeiro:
-
Tu quer mesmo fazer isso?
-
Sim, claro!
Entrevista
com a psicóloga:
-
Quer dizer que você já está a par de tudo.
-
Sim!
-
Por mim está liberado. Parabéns por sua decisão!
Eu
passei muito mais tempo esperando pela minha vez do que sendo atendido, mas
isso sempre acontece comigo. Dali deveria voltar a falar com as assistentes
sociais, mas as coisas nunca são fáceis quando passamos por elas: para
completar a desgraça, a Assistente Social responsável por assinar o meu papel
não foi trabalhar por motivo de doença (versão oficial) e mesmo já possuindo a
assinatura do enfermeiro responsável e da psicóloga, não tinha a autorizarão do
hospital para dar seguimento no bagulho.
Teria
de voltar lá outro dia SÓ PARA pegar a papelada...
...depois
de o povo aparecer para trabalhar...
...o
que significa que só depois das 08:30 da manhã! Se eu inventasse de chegar
tarde (tipo, por volta das 08:30) seria o último de uma longa fila...
Haviam
outras assistentes sociais, mas só uma poderia me dar a autorização. O golpe
mais duro foi ouvir uma estagiária dizer que “se o carimbo dela estivesse aqui
eu mesma poderia assinar pra você”, provando que eu era vítima de mera
burocracia.
Depois
de passar lá uma terceira vez num outro dia consegui a porra da autorização.
Fiquei, no entanto, surpreso ao ver um anúncio na porta me dizendo que nas
sextas-feiras não havia atendimento por parte das assistentes sociais. Na
recepção me confirmaram isso, mas não desisti, pois pensei que poderiam ter
deixado meu documento nas mãos de alguma outra pessoa. Lembrei que havia um
balcão interno na área em que estavam assistentes sociais, psicólogos e
enfermeiros e fui até lá, para descobrir que, apesar de aviso em contrário, as
assistentes sociais atendiam sim às sextas-feiras.
Ou
seja: o aviso era só para desguiar algumas pessoas...
Sério:
pude confirmar isso depois das 08:45, quando finalmente fui atendido por
assistentes sociais que tomavam tranquilamente seu café longe de olhos
mundanos.
Eu
havia escolhido a sexta-feira porque pretendia ir pegar isso, depois o exame de
sangue que saíra na quinta-feira, mas que não podia entregar no mesmo dia já
que no Centro as assistentes sociais não trabalham (eu acho, já que poderia ser
simples sacanagem, como no caso da maternidade).
Mais
uma sacanagem se seguiu quando percebi que me devolviam TODOS os papéis que
entreguei lá. Todos os documentos que serviram para dar abertura no processo me
foram devolvidos, como se não houvesse nenhuma necessidade de eu entregá-los em
primeiro lugar.
“Não
tens de ficar com os documentos do processo?”
“Não,
não precisa.”
PUTO!
Mas não deixei transparecer. Sorri e saí.
Fui
trabalhar. Fomos dispensados mais cedo e aproveitei para ir buscar meu exame de
sangue um pouco antes do esperado. O exame serviria para mostrar basicamente se
eu sangraria até a morte durante a operação.
Indo
para a Policlínica encontrei com um amigo de longa data, o Cleber, e passamos
um tempo conversando. Ele me acompanhou à Policlínica.
Lá
eu tive de avisar um coitado que iria passar pelo mesmo suplício que eu que
deveria levar todos os documentos de novo, já que as assistentes sociais não
estavam avisando isso. Encontrei a mulher e, ao entregar meus exames, lhe disse
que avisasse os outros de que precisariam entregar todos os documentos mais uma
vez e descobri algo muito divertido.
Ela
simplesmente NÃO SABIA disso.
Ao
receber meus documentos e exames e incluí-los na minha pasta, a assistente
social me disse que a operação seria na quinta-feira seguinte. Foi muito súbito,
mas ao menos não haveria mais entraves. Ela me ligaria confirmando algum tempo
antes.
Na
terça-feira seguinte resolvi ligar, pois ninguém confirmara nada. Falei com
diversas pessoas, mas aparentemente só a assistente social poderia me dizer.
Ela não estava lá.
Liguei
no dia seguinte e consegui falar com ela. Você imagina que se a sua operação
deveria ser no dia seguinte e a mulher deveria lhe ligar dizendo alguma coisa
era pra informação estar na mesa dela, mas não estava. Ela desligou e me ligou
uma hora e meia depois para me dizer que a operação não fora autorizada e que
seria, talvez, na segunda-feira pela manhã e que ligariam para confirmar na
sexta-feira (porque, lembrem, ela não trabalha na quinta-feira).
Na
sexta-feira liguei diversas vezes sem sucesso. Falei inclusive com outras
pessoas que não sabiam ou diziam não saber da data da minha cirurgia. Inclusive
outra assistente social. Resultado: não sei se a cirurgia estava marcada para hoje
ou não. Mais tarde ligarei novamente para saber e possivelmente remarcar. Fica
aquela sensação de que assistentes sociais servem só para ajudar bandidos a
ficarem fora das cadeias...
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