sexta-feira, 6 de maio de 2011




Neste sábado que passou eu e a minha esposa Bonitona planejávamos sair para jantar.

As crianças estavam nas casas de diversos parentes e tínhamos uns R$ 110,00 para usar. Mais cedo estive no Centro comprando caixas de som com subwoofer e vi meu dinheiro indo embora rapidamente. Daí vi que tínhamos mesmo de fazer algo antes de não ter mais verbas. O meu é um LogiTech 2.1 e custou R$ 65,00


Diga-se de passagem, estou satisfeito com as caixas de som. O subwoofer faz toda a diferença na hora de ver filmes ou de ouvir um som para quem não tem um aparelho de som em casa... Agora aqueles vizinhos barulhentos não vão interferir com o Metal! Ouvimos um AC/DC e daí optamos por ir ao Porão após o jantar.

Assistimos a uns dois filmes e daí a minha Bonitona dormiu e ao acordar estava com preguiça de sair pra jantar. Além disso, havíamos almoçado às 16:00 horas e não estávamos com fome às 20:00 horas. Os filmes foram Scott Pilgrim e Nacho Libre.

Acho que foi o Metal, o som superior, que nos levou a deixar tudo pra lá e ir ao Porão, mas acabou que fomos depois das 23:00 horas e não ligamos para ninguém. Me sentia em dívida com o Brother Flávio, que fez aniversário, me chamou e eu não pude ir, mas também era pra ser algo meu e da Bonitona, daí...

Fomos de táxi. A música estava boa. Parece que a banda era uma tal de Blackout. O repertório era muito bom, covers de grandes clássicos do Metal e de Rock&Roll. Não gostei muito de muitas coisas na voz do vocalista deles, mas todos os músicos eram excelentes.

Em algum momento resolvi experimentar a Mariana, a birita mais forte do Porão (dizem), porque eu gosto mais de bebidas destiladas e porque tenho uma filha com este nome. Além disso, brincávamos dizendo que escolhemos o nome da neném por causa da bebida, que nunca bebemos! Estava na hora de acabar com isso.

Depois de preparar a coisa, o cara me entregou algo flambado e chacoalhado, ao que eu provei de pronto. Queimou meus bigodes! Por incrível que pareça, não desce rasgando, você não sente nada... Daí o barman me diz algo como “tens que virar para completar o ritual”. Eu virei pro lado, disse pra Nill (a Bonitona) “eu tenho que virar para completar o ritual” e virei tudo em umas três goladas. Era um copo pequeno, after all.

O lance é que várias coisas te deixam bêbado rápido e todas estavam ali presentes: baixa resistência ao álcool, beber muito rápido, estômago vazio e misturar bebidas. Além disso, o ritual se completava com o barman flambando mais uma vez o copo e prendendo-o com a mão de novo e depois me dizendo “você vai sugar o ar de dentro do copo”. Quando eu suguei, o cara me agarrou a cabeça e mexeu, rodou e bateu com ela como se não houvesse amanhã.

Ao terminar o ritual, percebi que várias pessoas me olhavam atentamente, mas sorri, fiz o legal com o dedão e fui ficar com a Nill. Não havia uma câmera para registrar o lance, infelizmente. Minha baixa resistência ao álcool funciona assim: eu fico bêbado automaticamente, mas é só. Não fico desmaiando ou fazendo merda. Falo demais, rio demais, mas é só.

Também não tenho ressaca no dia seguinte. Na real, muito raramente tive dor de cabeça na vida.

Mas a Mariana é realmente forte. No cardápio você lê “recomendável até duas doses por pessoa”. Dois segundos depois de ingerir a bebida meus ouvidos estavam ardendo muito e a garganta continuava normal. Ao longo da noite, fui percebendo alterações de percepção que fui contando para a minha gatona.

Começou com a tontura básica. Logo estava totalmente entorpecido. Ficamos no espaço ao lado direito do palco (do espectador, não dos músicos). E esbarrava nas pessoas como é normal em qualquer lugar lotado, mas me sentia como se estivesse acertando o cotovelo em um travesseiro embaixo d’água e não nas costelas dos outros. Falei isso para a Nill, enquanto comia ótimas batatas fritas, e ela me disse para pedir desculpas automaticamente. Apesar de perceber tudo o que me cercava, era difícil interagir com elas, e não deu para pedir desculpas de ninguém.

Desculpe, pessoal. Foi mal aí!

Depois foi a visão. Eu movia os olhos, mas o foco da visão andava atrasado e eu só via o que os olhos apontavam um instante depois. Mais tarde, ao bater cabeça ao som das minhas músicas preferidas – coisa que faço de olhos fechados – percebi que permanecia vendo tudo preto durante algum tempo após abrir os olhos e se eu não estivesse tão ferrado da cabeça eu começaria a me preocupar a partir daí, mas só achei graça e falei pra minha mulher, que passou a prestar muita atenção em mim.

Minhas dores nas pernas, coluna e pescoço foram completamente esquecidas, o que me fez pensar que se conseguisse me sentar, não conseguiria levantar. Mesmo assim, a Nill me fez sentar um pouco. Antes disso eu estava me agarrando à bancada à minha frente cantando alto e de olhos fechados, com hálito de alambique. Neste momento eu estava bebendo chope de vinho...

...que foi? Achou que eu iria deixar a minha mulher beber sozinha?

Pois bem. Atingi a superconsciência e conseguia me lembrar de cada palavra de cada música, mas aí começou a ficar realmente difícil ficar de olhos abertos. Depois da Blackout viria a Hightower, que eu gosto muito, mas tive de dar adeus. Fui andando, mas não sei dizer se me apoiava na Bonitona, a superconsciência me abandonara e só o torpor persistia. Chagamos ao táxi e o taxista correu para abrir a porta para mim, taxista “do Porão”, o que me deu impressão que minha cara deveria estar um caco. Mais uma vez: pena que não tínhamos uma máquina para registrar essa parada.

O carro começou a andar e o estômago a reclamar muito juntos. Falei que o carro estava acabando comigo, pus a cabeça pra fora e vomitei tudo o que bebi e comi. Destruí toda a limpeza da lateral do carro do homem que não falou uma palavra. Tive a impressão de que o cara deveria estar acostumado e até meio que esperando por isso, uma vez que o estofamento do carro era revestido de couro. Ao descer, paguei o cara e dei um extra para a lavagem me desculpando como pude.

Tomei um banho gelado, mas não senti nada. Dormi em segundos, mas me lembro de me cobrir com o edredom.

Quando bebo destilados acontece algo curioso: acordo cedo por dormir pouco. Sem a dor de cabeça e sentindo o corpo mole, não ligo, mas a surpresa foi saber que ainda estava bêbado à 8:00 horas! Dormi umas cinco horas no total, levantei com fome e fui atrás de comprar leite, pão, margarina...

Resolvi nunca mais beber Mariana, mas não te digo para não beber. É que no meu caso eu tenho de voltar de carro e sei que vou vomitar por isso. Sempre enjôo se andar demais de carro ou ônibus e parece que o álcool leva essa tendência às últimas consequências.

Pra mim foi uma aventura. Não é para qualquer um e me diverti muito!

Um efeito colateral interessante rolou: estou com fome novamente. Eu estava com algum problema que não me deixava sentir fome há uma semana, mais ou menos. Comia porque sentia que estava na hora, mas não estava com nem um pingo de fome. Acho que a álcool matou alguma infestação microbiana ou coisa assim. Depois disso, da bebedeira, vivo morrendo de fome. Esse foi o saldo positivo. Agora mesmo, enquanto escrevo, estou faminto. Ainda bem que tenho um convite para jantar, que hoje é sexta-feira e que os meninos e meninas estão cada um na responsa de alguém.

Bom final de semana!

4 comentários:

Blue disse...

Tem certeza que foi efeito da Mariana? :-)

Yuri Santos disse...

Mariana é ótimo, rsrsrs. Mas sua pouca resistencia é fodis...

Mano a larica no outro dia te atacou. rsrs

Saudade de vc.

Cão Babão disse...

Me curei de uma infestação de amebas! Havia feito exame de sangue e confirmei a ação bactericida da Mariana!

Cão Babão disse...

Foi exame de sangue, fezes e urina. Amebas não aparecem no exame de sangue, bem entendido.