sexta-feira, 14 de janeiro de 2011




Como prometido, aqui estamos no Sucupiras para contar como foi a mudança e o que há de novo na casa nova!

O dia da mudança foi doido. No dia anterior estava meio ansioso, sem saber direito por que. Dormi bem, o que foi ótimo, mas devido a contratempos deixamos muita coisa para arrumar no dia seguinte, em cima da hora. Apareceram Ednelsom, que iria nos ajudar com seu caminhão, mas junto com ele veio uma chuva forte, já tradicional em nossas mudanças.

Ele saiu fora para ma outra missão, prometendo voltar mais tarde e nós passamos a tentar arrumar o que faltava. Muito do que eu ou meu pai havia instalado ainda estava pregado nas paredes e portas, como por exemplo ferrolhos e armário na cozinha. Até mesmo as lâmpadas precisavam ser retiradas, pois eras daquelas econômicas, que custam mais caro e são mais duráveis.

Quando o Brother Caminhoneiro retornou, trouxe um outro Brother Ajudante. Mas ainda estava chovendo, meu amigo Fábio, meu Irmão Rafael e meu Pai Péricles ainda não haviam chegado. Ainda havia coisas pregadas, mas o Ednelson precisava ir. Fomos carregando tudo e então apareceram os outros carregadores. Levamos quase 30 minutos para levar tudo para o caminhão e para o carro do Papai, enquanto íamos desparafusando o que precisava ser desparafusado, mas na nova moradia, uma casa no Alvorada II – o local aonde mais se mata gente em Manaus segundo A Crítica – descarregamos tudo mais rapidamente, mais ou menos nos locais onde ficariam (camas nos quartos, armários na cozinha, televisão na sala...). O povo se despediu e se mandou, nos deixando ainda todo um final de semana, carregando e empurrando caixas e móveis, desempacotando roupas e quinquilharias, lavando e guardando talheres, pratos, panelas...

Para a nossa surpresa e maior conforto, a Mamma e o Irmão Rafael pagaram um par de montadores para arrumar as camas, o guarda-roupa, instalar o armário suspenso da cozinha e até mesmo algumas prateleiras por mim. Isso adiantou nosso trabalho, mas só ontem, na terça-feira, terminamos a arrumação, porque Nilcenira, mãe da Nill, apareceu por lá nos últimos dias para fazer ajustes gerais, pendurar quadros, fazer faxina, ajudar a cuidar de almoço e das meninas que estavam por lá a essa altura.

A casa é uma história à parte. Passei dias percorrendo à pé bairros inteiros relativamente próximos ao SESC, tais como Redenção, Belvedere, Ouro Verde e Ajuricaba. Nunca encontrava casa ou apartamento dentro dos padrões estipulados por nós, a saber:

1) Perto do SESC – Uma casa que nos permitisse ir à pé ao SESC Balneário, que tem um colégio aonde leciona a Bonitona e onde estudam 75% dos meus filhos nos pouparia uma despesa de R$ 300,00 mensais com transporte. Isso é mais de 50% do salário mínimo e nós dois ganhamos menos de quatro salários mínimos atualmente;
2) Aluguel até R$ 750,00 – Nesse valor, apesar de apertado, poderíamos começar a pagar as dívidas e daí financiar coisas como carro e casa própria. Depois, a Nill se tocou que precisaríamos pagar até R$ 650,00 para sermos felizes financeiramente e então eu percebi que teríamos de morar na periferia;
3) Segurança – O local não poderia ser inseguro com os chefes da família sendo um cabra magro e desarmado e uma mulher gostosa, ainda mais com quatro crianças para olhar.

Quando fomos morar no Tocantins, tivemos de abandonar o Quesito 1, mas conseguimos um sucesso moderado por lá. Não pagamos as contas, que aumentaram, mas vivemos bem e em paz. Dessa vez, aparentemente, estaríamos abandonando o Quesito 3, mas não é bem assim. No Alvorada as pessoas morrem na maior parte dos casos por rixas de galeras (nome para grupos criminosos juvenis, em Manaus) e a maior parte dessas e de outras mortes ocorrem nas baixadas e imediações. As baixadas nesta cidade são como os morros do Rio de Janeiro, para uma comparação, mas com menos armas.

A casa que eu encontrei se localiza em um terreno com outras casas, mas ao contrário do que normalmente ocorre no Alvorada com casas feitas para lugar, estas são bem construídas,com tudo nos lugares corretos. Vi vários casas para alugar lá com a caixa do condicionador de ar na altura dos joelhos e com janelas com vista pra paredes! A casa é pintada de azul claro por dentro e de verde por fora, tem piso na cerâmica, janelas e porta da frente com grades e vidros, portas internas em madeira. Lá tenho mais espaço, o pé direito é alto, o que deixa a casa sempre menos quente que do lado de fora, as janelas por todos os lados deixam entrar a luz do sol e mesmo dos postes à noite. A casa não tem reboco: é tudo no concreto! A pia da cozinha tem cerâmica negra, diferenciada do resto da casa, a cerâmica do piso do banheiro é antiderrapante e as paredes tem também cerâmica diferente do resto da casa. Há um portão que fecha o terreno comum às casas e os visinhos têm o nosso perfil, ou seja, são casais jovens, com filhos pequenos. A água é tachada e também pagarei um aluguel mais barato, sem taxa de condomínio, de apenas R$ 550,00.

Com isso o que posso dizer é que estou orgulhoso de ter encontrado uma casa tão boa, bem localizada e ainda assim barata. Já fiz incursões por ruas próximas e vi que há todo o tipo de serviços por ali. Também consigo ir à pé da Vila Olímpica para casa em meros trinta minutos.

Boas coisas virão daí. Com a economia e os empregos extras que virão, quitaremos nossas dívidas e poderemos financiar a casa própria. A qualidade de vida está subindo e poderemos até mesmo sair e viajar regularmente, assim que a Mariana puder ficar com alguém ou nos acompanhar, dependendo do caso.

Stay tooned!

Nenhum comentário: