terça-feira, 17 de novembro de 2009



Quando Ketu completou 12 anos, foi mandado para um mestre, com o qual estudou até completar 24. Ao terminar seu aprendizado, voltou para casa cheio de orgulho.


Disse-lhe o pai: “como podemos conhecer aquilo que não vemos? Como podemos saber que Deus, o Todo Poderoso, está em toda parte?”


O rapaz começou a recitar as escrituras sagradas, mas o pai o interrompeu: “isso é muito complicado; não existe uma maneira mais simples de aprendermos sobre a existência de Deus?” “Não que eu saiba, meu pai. Hoje em dia sou um homem culto, e preciso desta cultura para explicar os mistérios da sabedoria divina”.


“Perdi meu tempo e meu dinheiro enviando meu filho ao mosteiro”, reclamou o pai.
E pegando Ketu pelas mãos, levou-o a cozinha. Ali, encheu uma bacia com água, e misturou um pouco de sal. Depois, saíram para passear na cidade. Quando voltaram para casa, o pai pediu a Ketu: “traz o sal que coloquei na bacia”. Ketu procurou o sal, mas não o encontrou, pois já se havia dissolvido na água.


“Então não vês mais o sal?”, perguntou o pai. “Não. O sal está invisível”. “Prova, então, um pouco da água da superfície da bacia. Como está ela?” “Salgada”. “Prova um pouco da água do meio: como está?” “Tão salgada como a da superfície”. “Agora prova a água do fundo da bacia, e me diz qual o seu gosto”. Ketu provou, e o gosto era o mesmo que experimentara antes.


“Você estudou muitos anos, e não consegue explicar com simplicidade como o Deus Invisível está em toda parte”, disse o pai. “Usando uma bacia de água, e chamando de “sal” a Deus, eu poderia fazer qualquer camponês entender isso. Por favor, meu filho, esqueça a sabedoria que nos afasta dos homens, e torne a procurar a inspiração que nos aproxima”.

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