segunda-feira, 24 de agosto de 2009




Como sabem, neste sábado rolou a festa do meu aniversário. Fiquei muito feliz e um pouco bêbado, me diverti muito, falei com todos, falei ao microfone e mesmo cantei um pouco, tanto como segunda voz, como no papel de vocalista, por breves momentos.

A festa deveria rolar na ASSINPA a partir das 21:00 horas, assim fui pra lá pouco depois das 18:00 horas para conversar com a moçada do som e ajudar a arrumar. Carreguei um saco gelo de 40kg – dois terços do meu peso – varri, catei latas, tirei mesas e cadeiras imundas do caminho, fiz ligações e verifiquei as luzes até as 20:00 horas e estou meio quebrado até hoje por isso. Depois troquei de roupa e fiquei de conversa com os carregadores, o técnico de som e o cara do frete até perto das 21:00 horas, quando chegou o pessoal da Necroblood. Pouco depois chegou a Lívia Santos.

Para meu horror, chegou um pessoal de um órgão ambiental e disse que o evento não poderia rolar. Não com música, ao menos. Só com isso eu havia gasto R$ 350,00, parte dessa grana recebidos como presente de aniversário do Irmão Rafael, e isso seria perdido. A ASSINPA não tinha licença para que rolasse música e displicentemente alugava o local sem nunca se preocupar sequer em avisar que estava irregular. Isso que faz parte de um órgão ligado ao meio-ambiente.

Com fazer um show de rock sem barulho? Fiquei extremamente nervoso, não tanto pelo dinheiro que seria perdido, mais pelas pessoas que se deslocariam à toa (algumas viajariam para a festa e outras deixaram de viajar para estar lá), pela aparelhagem de som do técnico que poderia ter sido recolhida no caso de ter ido até lá a polícia, entre outras coisas. Fiquei chocado com o descaso. Ao menos, foi o que me explicou a fiscal que conversava comigo.

Por sorte tenho grandes amigas e amigos. Uma delas, a Lívia Santos, tinha moral suficiente para descolar outro local para a festa automaticamente. Através de uma rápida cotinha feita com mais alguns amigos que foram aparecendo por lá, tais como Wendel, Victor Sodré, Irmãos Rômulo e Rafael, Yara, Perseu e Breno, pagamos um extra para o frete do som ao novo local e, anotado o endereço, demos um tempo para chegar mais gente e fomos para o novo local: uma área de eventos da RIGESA. A Lívia levou o pessoal da aparelhagem na frente e a banda Break Seasons já foi direto para o Distrito Industrial.

Enquanto esperávamos conversamos e fui me acalmando. O Arino, irmão da noiva do Irmão Rômulo, Nailza, me apareceu com uma cerveja gelada e eu que planejava não beber fui logo engolindo metade da birita. Breno ensacou o gelo com ajuda de mais alguns convidados e este já estava no Distrito antes da gente.

Eu estava nervoso. Arrumamos carona para todos e no caminho eu pensava que iria acontecer alguma coisa de ruim. Um mau pressentimento me assolava. Nada aconteceu de ruim, na realidade, exceto que várias pessoas se perderam no caminho, como os integrantes da banda Antiga Roll que terminou não se apresentando. O show estava garantido, mas o som seria reduzido por falta de lugar para retirar energia no novo local.

Eu fiz uma introdução para cada banda. Todos ali eram meus amigos ou amigos de amigos, mas muitos não se conheciam e com as bandas não era diferente.

Abriu com a apresentação da banda Break Seasons. O vocal competente da Cláudia fez a gelara vibrar, ainda que a banda estivesse com um guitarrista a menos. A bateria era composta por partes de três donos diferentes! Tocavam Heavy Metal e alguma coisa mais moderna. Isso mais de meia-noite. Todos os músicos deram o seu melhor, sendo que o guitarrista fazia o papel de solo e acompanhamento ao mesmo tempo. Cara foda, levando-se em consideração que ainda tocaria com a Brainstorm uma vez que é guitarrista naquela banda também. A Cláudia estava triste com problemas pessoais, mas não deixou nem por um momento que isso atrapalhasse o ótimo show que fizeram.

Quinze minutos depois entrava a banda Brainstorm. Flávio Mauro era o vocal e estava com a garganta inflamada. Era pra se apresentar com a banda fechando o show, mas me pediu para ser o segundo para poder se retirar mais cedo. No dia seguinte estava completamente esgotado, mas isso é outra história. Na sua vez de cantar, fez todo o esforço que pôde, parando duas ou três vezes para dar uma pausa para a própria garganta e sem avisar a ninguém que estava doente. Eu que sabia disso cheguei a pegar o microfone e cantar no seu lugar numa dessas pausas um trecho de Ace of Spades do Motörhead. No final, o pobre vocalista só pediu desculpas por abusar do tempo. Um herói!


Encerrando o show vieram os caras da Necroblood, com sangue nos olhos. Eles haviam chegado na ASSINPA antes de todos, cederam lugar para a banda Brainstorm a meu pedido e viam as pessoas saindo do local por falta de cerveja mesmo energia no corpo, uma vez que eram quase 3:30 horas. Entraram arrasando, cantando músicas próprias, e quem ficou por lá assistindo ao show não se arrependeu. Metal pesadíssimo no estilo Lamb of God com boas letras em português. Só fizeram cover de uma música do Korn, mas suas músicas eram até melhores que isso. Dou muito valor para bandas com letras próprias, mas nem sempre sai coisa boa daí. A Necroblood é das boas!

Acho que foi bom pra todo mundo, inclusive para as bandas. A Break Seasons tinha fãs presentes, sendo que a Brainstorm e a Necroblood conseguiram fãs por lá. Todos gostaram das bandas. Cito alguns comentários.

Da Break Seasons disseram que adoram vocal feminino, mas nunca viram coisa como o que fez a Cláudia. Eu já sabia que eles eram músicos competentes e experientes, mas para muitos era a primeira vez.

Da Brainstorm muitos se passaram pelo vocal do Flávio, pois vários dos meus amigos o conhecem, mas nunca o viram cantar. Eu que comparecia a ensaios deles e acompanho o cara há vários anos sei que ele pode até mais, pois no dia estava doente.

Da Necroblood lembro bem que uma amiga minha aprendeu a cantar um trecho de uma das músicas que ela adorou, mesmo ouvindo só uma vez e sendo funqueira. Eu também, pois as músicas deles são complexas mas pegam!

O povo não repara muito nos outros músicos, mas eu sim. Sei que o baixista da Brainstorm manja de partitura e é músico profissional. Sei do quanto o baterista da Break Seasons é bom e parece estar possuído quando está tocando. Sei do guitarrista principal da Necroblood é quem inventa os riffs de guitarra e que isso é um talento natural e que, portanto, impossível de ser aprendido. Isso só para falar de alguns dos músicos, todos muito bons.

Revi amigos e dividimos um tempo bom juntos. Aprendi muito com a festa e quero dividir o aprendizado com vocês.

1º O local da festa deve ser a prova de avacalhação por parte das autoridades. Como isso é praticamente impossível, deve-se tentar cobrir detalhes como verificar alvará de funcionamento e licenças ambientais. Eu, por exemplo, nunca fui a um bar pensando que poderia ser fechado a qualquer momento, mas fizeram isso com o Vitrola e o Café Atômico. Nunca ache que está tudo certo porque todo mundo faz som lá.

2º Se vai chamar bandas, chame uma quatro, mas preparado para que uma ou mais não possam comparecer por algum motivo. Assim, se você quer umas quatro horas de show, vai precisar de três bandas, pois com o intervalo entre elas e apresentação de uma hora mais ou menos será suficiente, mas e se vier a faltar alguma? Chame quatro que é melhor sobrar do que faltar.

3º Falando em música, prepare-se para descolar aparelhagem de som para os membros das bandas. A maioria dos bateristas não tem bateria, mas os pratos ou algum acessório assim. As caixas de som boas custam caro e quase ninguém tem. O preço usual para se fazer shows cobrado pelo pessoal que aluga esse tipo de aparelhagem é entre R$ 700,00 e R$ 800,00, mas e você disser que é para aniversário, que não estará cobrando ingresso e acertar o tempo de trabalho direitinho dá para conseguir por R$ 350,00 como eu consegui. O serviço que me foi oferecido por esse preço incluía caixas de som para cada instrumento, além de retornos e outros troços, tais como microfones e suportes para bateria e dois vocalistas, mesa de som e um cabra para operar a mesma, além de frete para levar e trazer da festa toda a tralha e homens para fazer força. Arrume um CD com uma seleção musical para tocar nos intervalo.

4º Não pude comprar cerveja extra e o resultado foi que acabou o que os convidados trouxeram e mesmo depois de uma cotinha e mais cerveja comprada, muitos se retiraram ao acabar a birita. Não deixe isso acontecer.

Bem que tentaram, mas YOU CAN’T KILL THE METAL! THE METAL WILL LIVE ON! Tudo isso só foi conseguido porque tenho amigos maravilhosos. Amo vocês!

2 comentários:

Anônimo disse...

Pow perdi mesmo essae rs...mas ficam aqui meus votos de feliz aniversario e no prox quem sabe eu participe dessa cotinha tbm rss..grande abraco

Liceana Rodrigues disse...

Acho que o mais importante do dia, foi a reunião dos amigos mesmo. E conseguirmos te mostrar o quanto de adoramos. :**